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AGÊNCIA CBIC

01/03/2011

Redução no "Minha Casa" surpreende construtoras

 

01/03/2011 :: Edição 048

Jornal Valor Econômico/BR  |   01/03/2011

redução no "minha casa" surpreende construtoras

Samantha Maia

As construtoras foram pegas de surpresa com o
anúncio do corte de R$ 5 bilhões no programa Minha Casa, Minha Vida. Segundo o
vice-presidente da Câmara Brasileira da
Indústria da Construção (CBIC),
José Carlos Martins, o ministro
das Cidades, Mário Negromonte, comprometeu-se a apresentar amanhã resultados
mais detalhados da execução do programa, que mostrem que o corte neste ano não
afetará as metas de contratação.

O ministro argumentou que havia R$ 7,6 bilhões de
sobra do orçamento de 2010, que seriam usados neste ano. O que sobrar, será
pago em 2012, disse Martins. Dessa forma, avalia, o corte de R$ 5 bilhões não
seria sentido.

Como efeito do anúncio do corte, houve queda
ontem nas ações das construtoras que investem no programa. Por coincidência, as
empresas abertas da construção tinham agenda marcada com o ministério no fim da
tarde. Não mudamos nenhuma meta, houve apenas uma adequação do orçamento,
segundo o ministro, disse Rubens Menin, presidente da MRV.

Um dos problemas citados pela ministra do
Planejamento, Miriam Belchior, é que o projeto de lei que garante a
continuidade do programa ainda não foi aprovado pelo Congresso. A previsão é
que e seja votado entre abril e maio, o que compromete as contratações de moradias
além da meta da primeira fase do programa para zero a três salários mínimos,
que depende integralmente de recursos do orçamento. Precisamos estudar esse
corte mais a fundo para entender se estamos falando apenas de sobras do
orçamento anterior. O governo tem grande apreço por esse programa, e não teria
por que prejudicá-lo, diz Martins.

Para Augusto de Almeida, da construtora Mudar,
que atua na faixa de três a dez salários mínimos, a medida não deve afetar os
investimentos. Dependemos menos do subsídio, e temos os recursos garantidos
para financiamento, disse Almeida.

 

Leia também:

Construtoras balançam com corte de R$ 5 bi

Quem imaginava que o ajuste fiscal de R$ 50
bilhões não passaria por áreas prioritárias do governo se surpreendeu com o
anúncio de ontem de um corte de R$ 5 bilhões no programa Minha Casa, Minha Vida. Da previsão
inicial de R$ 12,6 bilhões para este ano, o programa de habitação subsidiada
para o público de baixa renda passará a ter apenas R$ 7,6 bilhões.

A notícia caiu como uma bomba entre as ações de
construtoras. O Índice Imobiliário (Imob) – formado pelos principais papéis do
setor – caiu ontem 1,14%, ante uma alta do Índice Bovespa de 0,72%, aos 67.383
pontos.

Das empresas que possuem ações listadas em bolsa,
as que mais sofrem com a decisão do governo são a MRV e a PDG, já que são as
duas construtoras mais focadas no segmento de baixa renda. As ações ordinárias
(ON, com voto) da MRV caíram ontem 5,30% (a maior queda do Ibovespa) e as ON da
PDG, 1,08%.

No entanto, o massacre entre as construtoras
ontem foi geral. As ON da Cyrela Realty caíram 2,64% e as ON da Rossi
Residencial, 2,27%. Apesar de não atuarem nas classes mais baixas, os papéis
dessas companhias sofrem por tabela, já que possuem bastante liquidez.

Na dúvida, o investidor prefere não ficar olhando
quem sofre e quem não sofre e sim reduzir logo a exposição no setor, diz o
gerente da mesa de operação da HSBC Corretora, Frederico Soares.

Ele lembra que as construtoras já vinham caindo,
como reflexo do processo de alta da taxa de juros e das medidas
macroprudenciais para conter a inflação. Até então, as ações da MRV e da PDG
não se desvalorizavam tanto, exatamente na expectativa da segunda edição do
programa Minha Casa, Minha Vida,
que alavancaria as vendas dessas construtoras, explica Soares.

O gerente da mesa acredita que, com o grande
corte na segunda edição do programa habitacional, os papéis dessas construtoras
de baixa renda devem cair até se igualarem ao desempenho do restante das ações
do setor.

Investimento no setor de construção ainda é
arriscado

Soares não acredita que as quedas acentuadas das
construtoras representam uma oportunidade de investimento nesses papéis. Ninguém sabe ainda quais serão as
consequências da alta dos juros e das medidas macroprudenciais sobre as vendas
das construtoras, diz o gerente da HSBC Corretora.

Ele acredita que, com esse cenário, as empresas
devem reduzir projeções (guidances) de resultados para os próximos trimestres e
os analistas possivelmente rebaixarão os preços-alvo das ações.

Depois de cair quase 4% em janeiro, o Ibovespa
fechou fevereiro com alta de 1,22%. O indicador chegou a cair até os 64.217
pontos, mas conseguiu se recuperar, voltando para a casa dos 67 mil pontos.
Resta saber se, mesmo sem o investidor estrangeiro, a bolsa conseguirá
ultrapassar os 70 mil pontos. Existem dúvidas.

Daniele Camba é repórter de Investimentos

E-mail [email protected]


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