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AGÊNCIA CBIC

10/03/2011

Rede estimula uso de madeira nativa

10/03/2011 :: Edição 053

Jornal Brasil Econômico/BR   |   10/03/2011

rede estimula uso de madeira nativa

Programas visam ampliar o consumo de árvore da Amazônia na construção civil, desde que
proveniente de plano de manejo

Martha San Juan França

Notícias sobre desmatamento da Amazônia e a impunidade das madeireiras
ilegais que destroem a floresta costumam assustar os consumidores que buscam
utilizar madeira de reflorestamento ou mesmo outros materiais, como plástico e
vidro.

Não é essa a filosofia de empresas e entidades do setor. "Não adianta
impedir ou mesmo proibir a retirada de árvores da Amazônia", afirma Malu
Vilella, coordenadora da Rede Amigos da Amazônia. "A madeira é a única
matéria-prima da construção civil
que armazena carbono que é o objetivo de todos os que defendem a transição para
uma economia de baixo impacto e de conservação da biodiversidade." A Rede
aposta no incentivo ao consumo de madeira – desde que seja de origem legal, de
preferência certificada. Para isso, o primeiro passo tem sido qualificar o
consumidor. Foi esta a proposta do programa Madeira é Legal, uma parceria entre
o governo do Estado de São Paulo
e a Prefeitura de São Paulo, além do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT),
do Sindicato da Indústria da Construção
Civil de Grandes Estruturas do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), dos
Produtores Florestais Certificados da Amazônia (PFCA) e de outras organizações
da sociedade civil e de setor privado.

Desconhecimento O programa já trouxe algumas constatações surpreendentes.

Uma delas, segundo Lílian Sarrouf, coordenadora técnica do Comitê de Meio Ambiente do SindusCon-SP, é que o
setor da construção civil, o
maior consumidor, ignora o que fazer para evitar a compra de madeira ilegal.

"Uma de nossas primeiras iniciativas foi fazer um programa de
capacitação técnica destinado a desenvolver mecanismos de controle, como a
exigência de apresentação do Documento de Origem Florestal (DOF) e o incentivo
ao uso da madeira certificada nos departamentos de compra do setor público e
privado", explicou.

O projeto também envolve a capacitação dos compradores para que consigam
identificar a origem da madeira disponível, além de realizar pesquisas e
desenvolver produtos de espécies mais adequadas à construção civil. Para isso, lançou duas publicações – o Manual
Madeira de Uso Sustentável na Construção
Civil e o Guia Seja Legal, de boas práticas para manter a madeira ilegal
fora dos negócios, destinado a empresários, consumidores e formuladores de
políticas públicas.

O Programa Aquisição Responsável de Madeira na Construção Civil, do qual participaram sete construtoras, permitiu
a aquisição de 15 mil metros cúbicos com preocupação sobre sua origem, o
equivalente a 700 caminhões de madeira. Novos cursos estão em discussão
destinados à capacitação das revendedoras de madeira e para escritórios de
arquitetura.

Outra constatação interessante, segundo Lilian Sarrouf, é que as
construtoras de médio e grande porte preferem utilizar madeira de
reflorestamento para formas e usos temporários, enquanto o consumo de madeira
nativa é maior entre os pequenos consumidores. "Boa parte do consumo está
nas mãos dos construtores e arquitetos que fazem casas de praia por exemplo,
comtoras de madeira.

É importante que esses profissionais sejam esclarecidos sobre a utilização
correta do produto e as possibilidades alternativas às espécies mais visadas
emais ameaçadas."

 

Leia também: Falta de especialistas em espécies tropicais dificulta uso sustentado

Universidades e cursos técnicos favorecem outros materiais; espécies
provenientes da Amazônia são pouco aproveitadas

Tanto as empresas de construção
civil como as entidades do setor consideram fundamental a formação de
pessoal técnico especializado capaz de identificar as espécies de madeira e
estabelecer quais as diferenças entre o uso de um tipo ou de outro. "A
formação ainda é falha, tanto no nível superior como no médio", afirma
Estevão Braga, da WWF-Brasil.

A falta de capacitação, segundo ele, se aplica tanto na área de manejo na
Amazônia como na profissionalização no Sudeste. "Precisamos de mais mão de
obra nesse setor", diz.

"O problema começa nas universidades que não ensinam os profissionais
em formação a usar madeira, favorecendo o aço, o plástico e o vidro. Perdeu- se
o hábito de ver esse produto como um recurso interessante na construção."
Acrescente-se a isso que existem centenas de espécies de madeira na
Amazônia,amaioria desperdiçada no corte por falta de informação sobre o seu
uso.

Só agora, entidades como a International Wood Products Association (IWPA),
ligada aos compradores de outros países, apostam na ampliação das espécies de
madeira tropical a serem utilizadas. Começam a fazer testes para verificar a
resistência, os predadores biológicos, a cor e a viabilidade das espécies menos
conhecidas para estabelecer suas possíveis aplicações.

"O mercado vai ter que se adaptar, uma vez que o volume exigido não
comporta o uso de poucas espécies em extinção", afirma Braga, da WWF. As
principais aplicações são para estrutura de telhados de casas (42%), andaimes e
formas para concreto (28%), móveis (15%), além de forros, pisos e esquadrias
(11%). Segundo Braga, é importante divulgar informações na mídia e nas redes
sociais sobre uso de madeira nativa para que o consumidor final também se sinta
engajado.

Entre as sugestões do Programa Madeira é Legal está a ideia de criar uma
espécie de selo da madeira que declare por meio de uma etiqueta as
características técnicas e as indicações para sua aplicação.

Esta etiqueta seria desenvolvida para as diversas espécies de madeiras
nativas disponíveis no mercado.

O selo, semelhante ao do Programa Procel da Eletrobrás, permitiria ao
consumidor, na hora de adquirir um produto, escolher tendo como base
informações do tipo "uso recomendado" (pisos, janelas etc),
"resistência e durabilidade" (importante para elaboração dos projetos
e especificações dos produtos). M.F


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