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AGÊNCIA CBIC

04/11/2016

O APOIO DO GOVERNO É FUNDAMENTAL PARA A DISSEMINAÇÃO DO BIM NO BRASIL, AFIRMAM OS ESPECIALISTAS DA CADEIA PRODUTIVA DA CONSTRUÇÃO

Em missão organizada pela Federação Interamericana da Indústria da Construção (FIIC), o líder do projeto Building Information Modeling da Comat/CBIC, Paulo Sanchez, compartilha o progresso do trabalho realizado no Brasil

A metodologia Building Information Modeling (BIM) deixou de ser uma novidade no Chile, pelo menos para o governo de Michelle Bachelet e a Academia. “No Chile, o fenômeno é o contrário do que acontece no Brasil. Lá existe uma força muito grande para implementar o BIM, pois o governo e a academia estão articulados, mas as construtoras chilenas não estão utilizando. Diferentemente do Brasil, em que as construtoras estão usando bastante a plataforma e o governo está começando a se mobilizar”, diz Paulo Sanchez, líder do projeto BIM, da Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

Sanchez participou há dois meses de uma Missão Tecnológica sobre a revolução do BIM na construção, em Santiago, no Chile. A missão faz parte do Projeto Integração Internacional que é uma iniciativa da CBIC e SENAI Nacional. A missão foi promovida pela Rede Interamericana de Centros de Inovação na Construção (Inconet), da Federação Interamericana da Indústria da Construção (FIIC). O encontro teve a participação de 24 profissionais do setor da construção do Brasil e de mais sete países da América Latina. A delegação visitou o novo projeto do Aeroporto de Santiago, uma PPP onde todos os projetos foram desenvolvidos em BIM; além da visita à obra projetada em BIM com a utilização do BIM ANYWHERE, que é um aplicativo móvel que dá acesso rápido e fácil, para gestores e equipe de obra, de todas as instalações no campo.

Como em todas as revoluções de mudanças de procedimentos em um setor, é necessário tempo e investimento para que se chegue ao objetivo final. Segundo especialistas, não é uma mera transição tecnológica, como inicialmente foi para mover a partir da prancheta para o computador. “No Brasil, quando as empresas começarem a perceber o ganho que existe em produtividade, qualidade, economia de obra e aderência no cronograma, o BIM vai ser uma revolução”, afirma Paulo Sanchez.  Em sua empresa, a Sinco Engenharia, o uso dessa tecnologia reduziu os custos em cerca de 4% desde 2011, quando a ferramenta passou a ser utilizada.

Sanchez conta que há dois anos, os chilenos visitaram sua empresa para saber como os brasileiros estavam fazendo para implementar o BIM. “Nesse meio tempo o que eles fizeram em termos governamentais foi muito mais do que os seis anos que nós estamos trabalhando com o BIM. O governo chileno é o indutor e, aqui no Brasil, as empresas são as indutoras desse processo”. Sanchez complementa dizendo que o Brasil está no mesmo nível dos Estados Unidos e da Inglaterra. “Talvez a gente não dê o valor devido porque o Brasil é muito grande. O Chile é 10% do Brasil, então aí mora a diferença também”.

Em artigo publicado no CBIC MAIS, o engenheiro e autor da coletânea BIM publicada pela CBIC e correalização do SENAI Nacional, Wilton Catelani, escreveu que adotar O BIM significa tomar a decisão de inovar. “Pode não ser simples e pode não ser fácil e dificilmente será completamente indolor, mas a mudança é indispensável para o crescimento”.

O PONTA PÉ INICIAL DO CHILE

O BIM já é bastante empregado no mundo, mesmo em países da América Latina. No Chile, a presidente Michelle Bachelet anunciou, em dezembro passado, que o país usará oficialmente o modelo. Ela ressaltou as empresas deveriam implementar a plataforma para melhorar seus processos e práticas. “Com o Programa de Produtividade e Sustentabilidade Estratégica em Construção, estamos seguindo a experiência do governo britânico, com a introdução de modelos digitais avançados, que permitem a integração de gerenciamento de projetos em diferentes níveis e etapas, também conhecido como BIM. Na Inglaterra, com a implementação do BIM, a produtividade do setor aumentou 20%”, disse, na ocasião, a presidente chilena. Diante da redução de custos e da eficácia nas construções, o BIM se tornou uma exigência nos processos licitatórios realizados nos Estados Unidos, Inglaterra e Cingapura.

Antes mesmo de toda movimentação em prol do BIM no Chile, o gerente geral da DRS Engenharia e Construção, Juan Carlos Del Río, que esteve no 88º Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic) de Foz do Iguaçu, contou que o processo de implementação na empresa que trabalha durou dez anos, decisão tomada após ouvir muitas reclamações sobre a qualidade das construções em seu país, constituindo motivação para assumir o desafio e sendo pioneiro na atividade.

Entre 2008 e 2010, Juan Carlos contou que toda sua equipe se engajou no desenvolvimento do programa. Um dos principais problemas enfrentados foi a capacitação do setor de engenharia: os arquitetos e engenheiros não estavam preparados para a nova realidade, pois, quando demandados, muitas vezes não conseguiam dar retorno aos questionamentos técnicos no prazo estipulado. Assim, era preciso equacionar o problema, sendo realizadas capacitações e adequações, e, no fim de 2010, o gerente notou que os resultados positivos começaram a aparecer.  Partindo de um investimento inicial de 4 mil dólares, foi iniciada a implementação. Levou quase dois anos de estudo para começar a colocar em prática. “Uma vez que se inicia o processo, não há como realizá-lo pela metade. É necessário muito empenho e determinação de todos para que o programa evolua”, afirmou.

A execução se deu entre 2012 e 2015. Depois desse feito, Del Rio analisou comparativamente os projetos com e sem a modelagem BIM, e um dos resultados mais expressivos foi a quantidade de alterações – de 4.718 foram reduzidas para 0,78. Outra constatação foi a diferença entre o custo planejado e o custo real: de aproximadamente 15% diminuiu para cerca de 5%. Um fato importante também foi a redução do tempo de desenvolvimento de projeto, que durava uma média de 9,5 meses e caiu para 9 meses, possibilitando execução de melhor qualidade, maior rapidez e menor custo para empresa.

COMPARTILHANDO O PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO DO BIM NO BRASIL

Diante das vantagens da adoção desse método, a Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade (Comat) da CBIC e o SENAI Nacional têm aliado esforços para divulgar esse conceito por meio do projeto “Disseminação do BIM”. A iniciativa, em prática desde 2015, tem buscado elaborar estudos, orientar empresas e promover capacitação profissional para que o BIM se torne conhecido e incluído nos projetos nacionais. Os workshops de disseminação do BIM já são uma das iniciativas de sucesso realizadas pela CBIC, em correalização com o SENAI Nacional. O primeiro seminário aconteceu no Rio de Janeiro no mês passado e contou com a parceria do Sistema Firjan, Ademi-Rio e Sinduscon-Rio. A Comissão ainda pretende realizar um BIM Roadshow para o primeiro semestre de 2017.

QUADRO

O processo de disseminação do BIM também foi realizado no Chile, através da apresentação de Paulo Sanchez durante a missão no país. Sanchez realizou uma apresentação do processo de implementação nas empresas brasileiras e entregou exemplares da Coletânea BIM, para todos os 24 representantes da cadeia produtiva da construção na América Latina e disponibilizou o link para baixar o arquivo.

Após a apresentação, foi coletado depoimentos dos participantes da missão promovida pela FIIC:

“Este trabalho será o marco inicial para que possamos dar um passo grande na implantação do BIM nas empresas do Peru “Christian Leyton, Chefe da Comissão BIM da Câmara Peruana de Construção (CAPECO) – PERU

“Gostaria de parabenizar a CBIC pelo trabalho, e será muito útil para a CAMACOL”, Alejandro Botero, Gerente BIM da Câmara Colombiana de Construção (CAMACOL) – COLÔMBIA

“Este trabalho é muito completo e será uma alavanca para a disseminação do BIM na Argentina”, Sebastian Orrego, Chefe Câmara Argentina para Desenvolvimento Tecnológico e Educação

” Vocês desenvolveram este trabalho em um prazo muito curto, isto demonstra como a CBIC está engajada na difusão e implementação do BIM nas empresas brasileiras, e será de grande valia para acrescentar alguns itens em nosso manual BIM”, Juan Carlos de Leon, Gerente Geral Corporassiona de Desarrollo Tecnologico CDT – CHILE

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