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AGÊNCIA CBIC

19/03/2015

Menos 84 mil vagas no ano

"Cbic"
19/03/2015

Correio Braziliense – 19 de março

Menos 84 mil vagas no ano

Somente em fevereiro foram fechados 2.415 empregos, o pior desempenho para o mês desde 1999, segundo o Caged » CELIA PERRONE

O desemprego segue ganhando força no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), foram eliminadas 2.415 vagas com carteira assinada em fevereiro. O pior desempenho para o mês, em 16 anos. Essa é a terceira queda seguida no índice. No acumulado dos últimos 12 meses, houve redução de 47.228 empregos (- 0,11%). É a primeira vez na série histórica, iniciada em 1999, que o número fica negativo nesses dois itens.

Somados janeiro e fevereiro, temos um saldo de 84 mil demissões. O primeiro bimestre de 2015 só não foi pior que 1999, com 92 mil cortes, e 2009, ano da crise financeira mundial, com 92, 5 mil. O resultado desanimou até mesmo o ministro do Trabalho, Manoel Dias: "Não foi bom porque queremos geração de empregos".

Entre os oito setores analisados, cinco registraram queda. As mais acentuadas foram no comércio, com o fechamento de 30.354 postos; e na construção civil, que perdeu 25.823. O ministro explicou o desempenho do setor de construção como "efeitos da Operação Lava-Jato". Para ele, o estado do Rio de Janeiro, com o maior número de demissões no país (-11.101), foi o principal prejudicado com as repercussões da investigação da Polícia Federal.

Ao contrário de outros anos, o ministro não quis fazer uma projeção para 2015. "É impossível hoje fazer uma previsão. É preciso ver como será o primeiro semestre. O aumento do dólar vai beneficiar o mercado de trabalho", afirmou. Dias citou como exemplo a indústria de transformação "que vinha demitindo e criou 2 mil postos". Esse segmento, no entanto, no mesmo período do ano passado criou 52 mil vagas, de acordo com os dados do Caged.

Ano difícil 

 Para especialistas, o fechamento de vagas com carteira assinada deve se manter este ano. O professor de economia da Universidade de Brasília (UnB) Carlos Alberto Ramos acredita que o único setor que será favorecido pela taxa de câmbio é o da indústria de produtos alimentícios, "mas isso não significa que o emprego crescerá". Ele não vê condições de crescimento por causa da queda da demanda, da redução do poder de compra dos salários e do aumento do endividamento das famílias. "Já tínhamos setores penalizados e, agora, comércio e serviços começam a mostrar fraqueza."

Ramos lembra que a incerteza sobre a capacidade de se manter empregado retrai o consumo. "Além disso, o problema é estrutural: inflação em alta, taxa de juros crescente, falta de confiança, economia internacional ainda fraca, tudo isso contribui para que o quadro se deteriore", conclui. Rafael Bacioti, economista da Tendências Consultoria, explica que há perspectiva de contração da economia de 1% a 2% neste ano. Para ele, as repercussões da Operação Lava-Jato, do choque tarifário e de uma falta de energia em indústrias podem "ampliar a cautela das empresas na hora da contratação e, com isso, amplificar o desemprego.

Em nota, a Fator Corretora chama atenção para a redução da renda no país. Na análise da corretora, os dados demonstram redução no salário de novas contratações, revertendo a trajetória que vigorava até meados de 2012.

 

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