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AGÊNCIA CBIC

07/12/2010

Litoral paulista segue a cadência de Santos

CBIC Clipping

07/12/2010 :: Edição 022

Jornal O Estado de S. Paulo/BR|   07/12/2010

Litoral paulista segue a cadência de Santos

Expansão imobiliária se iniciou em Santos, cidade polo da região metropolitana da Baixada Santista. Lá, a movimentação fez com que os preços dos imóveis subissem e leva santistas a buscar residência nas vizinhanças

 JOÃO CRESTANA

 Os estímulos ao crédito imobiliário no Brasil não deixaram uma cidade sequer fora desse novo ritmo de desenvolvimento.  Santos e sua região metropolitana, no litoral paulista, passaram por uma explosão de vendas de novas unidades habitacionais, iniciada há quatro anos.

 Além da confluência de fatores macroeconômicos positivos, como inflação controlada, juros baixos, aumento da oferta de financiamentos à produção e aquisição de imóveis,disputa dos bancos pelo crédito imobiliário e nacionalização de empresas do mercado,após o advento das aberturas de capital (IPOs), a Petrobrás descobriu,em 2008,uma extensa camada de pré-sal na Baixada Santista e instalou uma unidade de negócios para exploração futura de petróleo.  Realmente, isso faz toda a diferença para o litoral paulista, cuja expansão imobiliária se iniciou em Santos, cidade polo da região metropolitana da Baixada Santista.

 Somente a divulgação de que a sede da Petrobrás será instalada no bairro do Valongo,no centro histórico de Santos, tem impulsionado a renovação urbanística em grandes loteamentos do entorno, com novos lançamentos residenciais.

 Assim como os eixos tradicionais das avenidas Ana Costa e Conselheiro Nébias, que ligam o centro da cidade à região das praias, essas áreas centrais apresentam grande valorização imobiliária e urbana.

 Aorla da praia de Santos, por sua vez, já foi amplamente ocupada nas décadas de1960e1970.Empreendimentos antigos, muito valorizados atualmente, começam a ser revitalizados por iniciativa dos próprios condôminos, que, após profundas reformas, transformam prédios enclausurados em edifícios modernos.  Essas iniciativas fazem com que a cidade não envelheça.

 A região da Ponta da Praia, onde está localizada a balsa que liga a cidade ao Guarujá, foi redes coberta nos últimos quatro anos,com grande volume de novos projetos imobiliários. Agora, com o ciclo da construção finalizado e com a entrega das unidades aos compradores, Santos experimenta estabilização em sua velocidade de lançamentos.

 Todo esse aquecimento fez com que os preços dos imóveis em Santos aumentassem, levando santistas a buscar residência nas cidades adjacentes, como Praia Grande, Mongaguá, Peruíbe, Bertioga e Itanhaém.

 Isso é muito positivo,pois o setor imobiliário das cidades do litoral sul sofreu, nos últimos anos, concorrência direta do mercado da capital. Grande parte do público consumidor de imóveis na Baixada Santista era composto por paulistanos, que deixaram de investir no segmento de segunda residência para dar um salto de qualidade, trocando sua moradia por outra maior e melhor.

 Resumidamente, o cidadão paulistano aproveitou o crescimento de renda e preferiu melhorar a qualidade de seu imóvel a comprar um apartamento de lazer na praia. Concluindo, os novos empreendimentos da região litorânea de São Paulo passaram a a tender a necessidades habitacionais definitivas.

 Praia Grande, tradicionalmente uma cidade dependente do veraneio, torna-se extensão natural dos santistas. É bem verdade que Santos deixou de ser uma cidade para segunda residência há muito tempo, por ter uma extensão territorial finita, característica das ilhas, e ter experimentado as consequências econômicas positivas oriundas do crescimento do porto e da revitalização do complexo industrial de Cubatão.  Agora, começa na cidade um movimento de expansão das salas e dos espaços comerciais, com grandes lançamentos de imóveis corporativos.

 Inicialmente destinado aos profissionais locais   advogados, dentistas, médicos , esse complexo está pronto para atender ao interesse das grandes corporações, atraídas pela presença da Petrobrás.

 O mercado imobiliário de Santos tem a seu favor uma Lei de Zoneamento moderna   em fase final de revisão   capaz de levar a região à modernidade e a preservar o meio ambiente.  Ao mesmo tempo em que libera o gabarito em relação à alturados edifícios, a legislação é restritiva em alguns aspectos.  Ela permite verticalizar, mas a ocupação do terreno tem de ser menor,com maior distanciamento entre os prédios e mais áreas de ventilação.

 Os empreendimentos são de primeira linha, com uso de lajes corporativas, moderna infraestrutura, pisos elevados e cabos de fibra ótica, que são métodos inovadores para os padrões construtivos de Santos.

 Apesar de ser com parado ao litoral do Rio de Janeiro, em virtude da exploração da Bacia de Campos, o litoral de São Paulo apresenta uma enorme diferença.

 No Rio,o crescimento foi explosivo, com construções precárias. Santos, ao contrário,é uma cidade consolidada e está oferecendo às empresas e aos moradores instalações perfeitas e definitivas.  Até grandes empresas de navegação e aduaneiras,que tinham suas sedes na capital, já pensam em mudar para lá.

 Com 464 anos de fundação, Santos, conhecida como a  terra da caridade e da liberdade , está no passo certo, ditando o compasso de toda a região litorânea de São Paulo.

 PRESIDENTE DO SINDICATO DA HABITAÇÃO DE SÃO PAULO (SECOVI-SP) E DA COMISSÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA IMOBILIÁRIA DA CÂMARA BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO (CBIC).

Dos prédios tortos às grandes torres

 Construtoras apostam em Santos incentivadas pela oferta de crédito para financiamento e pela descoberta da camada de pré-sal

 Foi-se o tempo em que os prédios "tortos" atraiam sozinhos a curiosidade dos turistas que visitavam Santos. As construções que sofrem recalque (quando o terreno cede e o prédio fica inclinado) agora dividem o espaço e a atenção na orla com luxuosos empreendimentos de mais de 30 andares (altura incomum até para residenciais em São Paulo), a maioria com três a quatro dormitórios, mais de 120 metros quadrados cada, piscina e outras comodidades. Nos últimos três anos, as construtoras vêm apostando na cidade, impulsionadas pelo crescimento econômico, mais disponibilidade de crédito para financiamento imobiliário e pelas descobertas do pré-sal.

 Desde 2007, os imóveis residenciais de alto e altíssimo padrão tiveram valorização de pelo menos 30%. Nos bairros mais procurados para esses empreendimentos (acima de 130 e 200 m2 de área privativa), om2 pode variar de R$ 3,6 mil (Marapé) a R$ 7mil (Vila Rica) e até a R$ 16 mil, em construções de até 400 m2 de área de uso exclusivo do proprietário, de frente para o mar. "Empreendimentos como o Prime Plaza e Fortaleza da Barra chegam a esse valor (R$ 16 mil)", garante o presidente da Real Consultoria Imobiliária, Lourenço Lopes.

 Só de empreendimentos residenciais foram lançados 75, desde 2007. Segundo dados da prefeitura, foram 64 aprovados desde 2008 e 62 esperam aprovação. Alguns especialistas já falam em "explosão", como é o caso de Lopes. "Santos não tinha um cenário consistente para esse tipo de mercado, era um lançamento a cada dois anos. Há um crescimento significativo desde 2006, que passou de 300%."

 Um deles, lançado em junho de2008, tinha unidades no valor de R$ 231 mil , que hoje valem R$ 307 mil . "Quando as torres da Petrobrás subirem, os preços dos imóveis subirão no mesmo ritmo", aposta Lopes.

 Ele se refere ao fato de a estatal ter decidido tornar a cidade um polo administrativo importante de suas atividades no litoral, principalmente às ligadas à exploração do pré-sal.

 Intenso

 "No segundo semestre de 2006, tínhamos só uma sala da Petrobrás com um superintendente. Hoje, já temos quatro Unidades de Negócios da empresa na Bacia de Santos (UNBS) na cidade e cerca de mil funcionários trabalhando só na parte administrativa. Atuo na área de planejamento urbano há 25 anos e nunca presenciei um cenário tão intenso", diz o secretário municipal de Planejamento, Bechara Abdalla Pestana Neves.

 "O mercado está, sim, aquecido em Santos. Apesar da alta procura e dos preços, acreditamos que ainda há espaço para crescer em vários segmentos: baixa renda, tradicional e lajes corporativas", diz Gil Vasconcelos, superintendente de incorporação da Camargo Correa Desenvolvimento Imobiliário, que lançou dois projetos em 2007. "Na Vila Rica, lançamos a R$ 3,7 mil o m2 e hoje vendemos por volta de R$ 5 mil."

 Além da entrada da petrolífera no município, o diretor da regional do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo, Ricardo Beschizza, atribui a mudança a fatores como alterações na legislação, que deixam o processo de compra e venda mais transparente e ágil, construtoras que abriram capital na Bolsa, facilidade de crédito e aumento do poder aquisitivo da população.

 Beschizza aponta,ainda, os motivos que encarecem os imóveis: "Santos é uma ilha, o que já restringe. Além disso, o solo é muito ruim, o que nos obriga a utilizar uma fundação de 50 metros abaixo da terra (a fundação rasa, utilizada no passado, é que causava a inclinação nos prédios)."

 "O verdadeiro boom é o do crédito imobiliário", diz o presidente da Engeplus Construtora e Incorporadora, Roberto Luiz Barroso Filho. "Dá para dizer que houve um aumento de mais de 30% em todos os tipos de imóveis, inclusive usados."

 Pesquisa do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (Creci-SP) mostra que os imóveis usados de até R$ 100 mil foram os mais vendidos em 2009 (levantamento anual consolidado), em 12 cidades do litoral, respondendo por 50,46% dos negócios fechados pelas imobiliárias consultadas. Desses, a maioria foi vendida à vista (64,57%), seguindo-se os com financiamento (26,79%), imóveis parcelados pelos proprietários (6,71%) e os vendidos por créditos de consórcio (1,93%).

 O estudo também revela que, em Santos, quatro dos seis tipos de imóveis pesquisados terminaram o ano acumulando variação positiva de 199,15%; e a região nobre, de 77,64%. Os apartamentos de um dormitório, em bairros da área central subiram 7,16% .

 Já os apartamentos de dois dormitórios em áreas nobres aumentaram 78,36%. Unidades de três quartos, também em áreas nobres e apartamentos de um dormitório, igualmente localizados nessas áreas, valorizaram 0,89%.  Apenas os imóveis de três dormitórios, em áreas centrais, longe da orla, tiveram variação negativa.

Setor de imóveis surfa na onda do crescimento

Só em Santos, foi aprovada a construção de 1,34 milhão de metros quadrados desde 2008

 André Zara ESPECIAL PARA O ESTADO

 A exploração do pré-sal no litoral paulista ainda nem começou   há apenas um início de extração na Bacia de Santos, mas no sul fluminense   e,no entanto, já está impulsionando a economia na costa de São Paulo. Por ora, o setor mais beneficiado é o imobiliário: é mais um alento importante a um mercado que, em paralelo, registra um aumento por conta do crescimento econômico e maior volume de financiamentos.

 O estudo de Avaliação Ambiental Estratégica da Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo revela que a região receberá investimentos públicos e privados de R$ 209 bilhões até o ano de 2025.

 Na Baixada Santista, a ampliação do Porto de Santos, já e mandamento, e a construção da ponte estaiada, ligando o município ao Guarujá e prevista para 2011, também servem de estímulo ao setor. Somente em Santos, foi aprovada, desde 2008, a construção de 1,34 milhão de metros quadrados de edificações residenciais e comerciais. Esse número representa quase a área total do Parque do Ibirapuera, na capital, que tem cerca de 1,5 milhão dem 2.  Outras oito cidades litorâneas liberaram, só neste ano, pepelo menos 1,7 milhão de m2 para erguer novas edificações.

 Desde que a Petrobrás confirmou investimentos na Bacia de Santos, a perspectiva é de que mais empreendimentos imobiliários surjam em Santos, Guarujá, São Vicente e Praia Grande para suprir a demanda , afirma João Crestana, presidente do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP).

 Os números de financiamentos imobiliários concedidos pela Caixa Econômica Federal comprovam o crescimento do mercado do litoral. Segundo Maurício Luis Franco, gerente regional da superintendência da instituição na Baixada Santista, até o dia 12 de novembro deste ano foram emprestados R$ 723 milhões para compra de 12.812 imóveis, contra R$ 524 milhões e 8.066 unidades em todo ano de 2009.  A Baixada cresce com taxas expressivas desde 2007, graças aos investimentos da Petrobrás na região, à expansão do porto, ao Programa de Aceleração do Crescimento( PAC)e à economia brasileira aquecida , confirma Franco.

 A Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo, em relatório da Comissão Especial de Petróleo e Gás Natural (Cespeg) divulgado em outubro, também acredita em um panorama positivo para a região.  O litoral paulista vive um processo de desenvolvimento contínuo.  O desdobramento dessa tendência é a ampliação das atividades imobiliárias (construção e locações) e serviços em geral , aponta o levantamento.

 A expectativa é de que a indústria de petróleo e gás, que está se instalando no litoral   já existem duas plataformas na Bacia de Santos, no litoral sul do Estado, mas não do pré-sal  , deverá gerar uma grande migração para a região costeira.  Segundo estimativas da própria Petrobrás, devem ser criados 10 mil empregos diretos nos próximos anos na Baixa da Santista.

 Hoje,o setor já emprega cerca de mil pessoas. Para Casemiro Tércio Carvalho, secretário-adjunto da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, com a qual a prefeitura de Santos desenvolve um trabalho conjunto, só a perspectiva de emprego já atrai a mão de obra. O problema é quando essa população que vem em busca de emprego,sem a certeza de tê-lo, não é atendida e cai em um sistema de assistência social. Estamos mapeando essa demanda para preparar os órgãos públicos a médio e longo prazo e atendê-la além do crescimento normal.  O estudo de Avaliação Ambiental Estratégica prevê também a geração de 200 mil empregos diretos e indiretos. A projeção é de que a população da região atinja 2,5 milhões de habitantes,um aumento de mais de 22% em 15 anos.  Já que vai crescer, vamos crescer com planejamento urbano , afirma Carvalho.  No entanto,o próprio levantamento mostra que o desenvolvimento local poderá causar problemas de saneamento, saúde, habitação e transporte nos municípios do litoral.

 A expansão.  Esse processo de desenvolvimento,que hoje se observa por toda a região litorânea, acaba atingindo especialmente a cidade de Santos, pelo fato de nós termos aqui a maior infraestrutura , diz o secretário de Planejamento de Santos, Bechara Abdalla Pestana Neves.
 Por tudo isso,as grandes construtoras já desceram a serra. E Santos segue o rumo da verticalização, principalmente pela falta de espaços para ocupar. Ao mesmo tempo, a busca por imóveis nacidade começa a ser engrossada por estrangeiros, já que empresas petrolíferas como a Exxon e Shell vão participar da extração do pré-sal.

 Muitos estrangeiros   espanhóis, alemães e americanos   têm procurado escritórios e apartamentos em Santos , confirma Carlos Ferreira, delegado regional do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis (Creci), da Baixa Santista.

 Para o presidente da Real Consultoria Imobiliária, Lourenço Lopes, essa onda de construções já começa a se espalhar para São Vicente, Praia Grande e Guarujá, pressionada pelo aumento de preços santistas e falta de terrenos:  Santos tem limites e vai chegar uma hora em que não haverá mais espaço para construir ,afirma Lopes.  Assim, as obras começam e se multiplicar e chegam a São Vicente e Praia Grande.

 Diante desse quadro,as características das cidades do litoral ganham novos contornos,fugindo do turismo. Alguns municípios, como Santos e Caraguatatuba receberão investimentos diretos da Petrobrás e fortalecerão suas tendências como polos de emprego. Outras, como Praia Grande, deverão se transformar em cidades-dormitório.

 PARA ENTENDER

 O que é o pré-sal?
 É um conjunto de rochas localizadas no fundo do mar abaixo da camada de sal com potencial para a geração e acúmulo de petróleo. A exploração na Bacia de Santos ganhou força em 2006 quando foi encontrada a 5 mil metros de profundidade uma reserva (Tupi), que teria de cinco a oito bilhões de barris de óleo.Em outubro, o navio plataforma  Cidade de Angra dos Reis  começou a operar como o primeiro sistema definitivo de produção instalado na reserva. Entre 2013 e 2017 mais dez plataformas devem começar a retirar óleo da Bacia de Santos.

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