Lançamento de imóveis em Bauru favorece 2 dormitórios

DCI – Comércio, Indústria e Serviços

Lançamento de imóveis em Bauru favorece 2 dormitórios

Para os diretores do Secovi, a queda de 17,2%, em relação a 2012, não chega a preocupar: é um ajuste natural entre lançamentos e remanescentes

Anna Maria Ferreira

BAURU

O Secovi-SP realiza estudos em algumas das principais cidades do interior de São Paulo, com acompanhamento anual do perfil de lançamentos em cidades como Bauru, São José do Rio Preto, Campinas, entre outras.

De acordo com o balanço, o volume de lançamentos alcança em torno de 20,4 mil unidades anuais. Assim, somadas as unidades residenciais lançadas na região metropolitana e no interior paulista, atingiram 78,5 mil imóveis em 2013. Em Bauru, no período de janeiro de 2013 a janeiro de 2014 a cidade teve um total de 1.586 novas unidades verticais, sendo que 58% é representada por apartamentos de 2 dormitórios, com preço de até R$ 145 mil, beneficiado pelo Programa Minha Casa Minha Vida.

Em relação ao mesmo período do ano anterior o estudo mostra queda de 17,2%, o que não chega a causar estranheza aos diretores do Secovi-SP, que creditam a leve queda a um ajuste natural entre lançamentos e remanescentes.

Bauru é a 18ª cidade mais populosa do estado, com importante participação na economia da região centro-oeste, com um total de R$ 8 bilhões (2011), população de 344 mil pessoas (2010), e PIB per capita de R$ 23 mil.

Escassez de áreas

De acordo com o presidente da regional, arquiteto Riad Said, nesse período, mesmo não entrando na pesquisa, foram lançados três grandes loteamentos residenciais de médio e alto padrão, justificando a queda na venda de apartamentos.

"O preço e as condições do terreno influenciam e muito o preço final do empreendimento e vivemos uma escassez de áreas hoje na cidade, a exemplo de outros centros em desenvolvimento. A demora na aprovação de projetos pelos órgãos públicos tem representado uma barreira para a expansão de novos empreendimentos, especialmente, para os imóveis na faixa acima de R$ 145 até R$ 350 mil", diz.

O estudo mostra ainda que entre o total de lançamentos – acrescido dos remanescentes (5347) – as vendas do período atingiram 70% das unidades, com destaque para o segmento de 1 dormitório. A performance relativa de venda chegou a 88% das unidades comercializadas. A justificativa se apoia no fato de a cidade reunir mais de 25 mil estudantes universitários que, todos os anos, movimentam fortemente o mercado imobiliário da cidade. Segundo o Secovi, Bauru demanda em média 3 mil imóveis por ano.

Crédito imobiliário

Na capital, o mesmo segmento (1 dormitório) comercializou 8.391 unidades em 2013, frente às 4.202 do ano anterior, resultado que praticamente dobrou a quantidade comercializada (99,7%) entre os períodos. A expansão significativa ampliou a participação de 15,6% em 2012 para 25,2% em 2013. O crédito imobiliário registrou desempenho superior às expectativas em 2013, conforme dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), que projeta crescimento para 2014.

O total financiado com recursos da caderneta de poupança no ano passado atingiu R$ 109,2 bilhões, com alta de 32% em relação aos R$ 82,8 bilhões verificados em 2012. Dentre os aspectos positivos, destaque para a inadimplência (acima de 90 dias) de 1,8% e a relação entre o valor do financiamento e o valor do imóvel da ordem de 64,9%. Ou seja, 35,1% do valor do imóvel é desembolsado pelo comprador até a contratação do financiamento.

Para Said, o Secovi irá trabalhar para tentar corrigir novamente os valores do programa Minha Casa Minha Vida, elevando dos atuais R$ 145 mil para R$ 180 mil o enquadramento do valor do imóvel ao programa em municípios com mais de 250 mil habitantes. A expectativa das construtoras é levar o programa mais perto da classe média urbana, com renda familiar mensal superior a R$ 5 mil.