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AGÊNCIA CBIC

30/03/2015

Indústria tem o pior resultado desde 2009

"Cbic"
30/03/2015

Correio Braziliense – 28 de março

Indústria tem o pior resultado desde 2009

DIEGO AMORIM

 A indústria brasileira segue descendo a ladeira sem freio: em 2014, registrou um recuo de 1,2%, o pior desempenho entre os setores produtivos do Produto Interno Bruto (PIB), como divulgou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desde 2009, quando, em meio aos baques da crise econômica mundial, o ano fechou com retração de 4,8%, o resultado não era tão ruim. Os dados não causam estranheza aos industriais, que projetam um 2015 ainda mais complicado.

 O avanço de 8,7% da indústria extrativa mineral — após recuo de 2,5% em 2013 — ajudou a amenizar o tombo do setor no ano passado, contendo parte das quedas significativas observadas nos outros segmentos. A construção civil encolheu 2,6%, assim como a produção e a distribuição de eletricidade, gás e água. Já a indústria da transformação, puxada pelo péssimo resultado de empresas automotivas e de máquinas e equipamentos, diminuiu 3,8% em relação a 2013. O setor representou 23,4% do PIB de 2014.

 No ano, pela ótica da oferta, a indústria foi a que mais contribuiu para o desempenho pífio do PIB brasileiro. Diante de um cenário nebuloso, no quarto trimestre, a indústria da transformação caiu menos (-1,6%). "O setor automotivo melhorou um pouco no fim do ano. Com a perspectiva de aumento do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), os consumidores anteciparam as compras de veículos", analisou Rebeca de la Rocque Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.

 A falta de confiança na retomada da economia a curto prazo fará de 2015 um ano ainda pior para o setor, na opinião do presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf. A entidade estima uma queda de pelo menos 4% neste ano. "Não há dúvida de que teremos problema de desemprego", comentou. A burocracia, a carga tributária e os custos com logística estão entre os entraves elencados por Skaf ao avaliar a competitividade da indústria.

 Mesmo com o dólar mais alto — o que potencializa as exportações –, a indústria terá mais um ano de poucos investimentos. "A toda hora, o governo lança ações em um caminho e, de repente, muda de rumo. Com essa gestão pública desastrada, não há como o empresário pensar a médio ou a longo prazo", sustentou o presidente da Fiesp. "Quanto ao dólar, é importante lembrar que as exportações não se recuperam da noite para o dia", emendou.

 O "pibinho" do setor industrial era aguardado pelo presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), Walter Cover. "A indústria ficou e ainda continua na berlinda. Os indicadores de renda e de emprego desaceleraram e falta confiança por parte das famílias e dos empresários", sublinhou. A dificuldade de pagamentos no programa Minha Casa, Minha Vida — que responde atualmente por 15% do setor de construção civil — é ameaça extra em 2015.

 O escândalo de corrupção na Petrobras também afetou fortemente a indústria da construção no fim de 2014, lembrou Cover. "E os afeitos serão ainda maiores neste início de ano", ponderou ele, que estima queda de 5% do segmento. "2015 começou muito ruim, com queda nas vendas do varejo de materiais de construção e no número de projetos. Ainda que a confiança seja recuperada, esse processo será lento e gradual", afirmou.

 O índice de confiança do empresário medido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) atingiu em março deste ano o pior patamar da série histórica, iniciado em janeiro de 1999. O pessimismo tem aumentado em todos os segmentos da indústria, refletindo as incertezas sobre o impacto das medidas de ajuste da economia anunciadas pelo governo, além de preocupação com a crise hídrica e o aumento do preço da energia. (Colaborou Paulo Silva Pinto)

Diego Amorim


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