Brasil Econômico/BR
Indústria da construção civil reduz previsões para os próximos anos
Setor deve manter em 2013 o mesmo ritmo registrado neste ano, confirmando nova realidade imobiliária
Redação
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A redução de investimentos pelas empresas, menores recursos públicos em infraestrutura e morosidade na concessão de licenciamentos imobiliários levaram a uma redução da expectativa de expansão da indústria da construção civil. O setor deve ser manter em 2013 o mesmo ritmo registrado neste ano, se distanciando ainda mais do crescimento robusto visto há dois anos e confirmando a nova realidade do mercado imobiliário.
O Produto Interno Bruto (PIB) do setor deve crescer entre 3,5% e 4% em 2013, projetou ontem o Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de São Paulo (SindusCon-SP), que estima alta de 4%para o fechado deste ano.
A entidade previa crescimento de 5,2% para 2012, mas a expectativa foi reduzida ao longo do ano. Assim, o setor caminha para fechar 2012 com desempenho inferior ao do ano passado, quando houve avanço de 4,8%. Em 2010, ano de forte aceleração do setor, o crescimento foi de 15,2%.
"Vemos à frente um cenário de estabilização da construção civil, uma normalização do nível da atividade e do número de empregados", afirmou a jornalistas o vice-presidente de economia do SindusCon-SP, Eduardo Zaidan.
Para a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e a Associação das Pequenas e Médias Empresas da Construção Civil de São Paulo (Apemec) a queda tem relação com a crise financeira internacional, que inibe investimentos. Além disso, há uma acomodação, após período de crescimento intenso.
O presidente da Apemec, Luiz Alberto de Araújo Costa, destaca que, além de ter sido impactado pela crise, o setor da construção caminha para um equilíbrio após uma expansão fora do comum. "No mercado de São Paulo, nos últimos cinco anos, houve alta de até 500% no preço do metro quadrado. Isso é fora dos padrões", diz.
Segundo ele, esse crescimento acelerado trouxe dificuldades para o setor, entre elas a carência de mão de obra, principalmente especializada, e a de gerenciamento. A Apemec estima um cenário de retração para 2013, com queda de 20% nas contratações.
A previsão do economista Paulo Neves, da LCA Consultoria, é em sentido contrário. Ele acha que o próximo ano será de retomada do fôlego para o setor da construção. Diz que 2012 corre atípico, com muita cautela por parte de investidores, que aguardam os desdobramentos da crise financeira.
Neves destaca que o potencial comprador de imóveis se mostra mais cuidadoso. "As pessoas relutam em assumir compromissos de longo prazo", comenta. Para ele, os investimentos, que tiveram ritmo tímido este ano, tendem a melhorar em 2013. "Muitos estímulos adotados em 2012 terão um efeito mais prático a partir do ano que vem, entre eles a redução da Selic [taxa básica de juros da economia]", acredita. Neves destaca que o PIB da construção civil deve fechar 2012 com variação positiva de 1,8. Com Reuters e Agência Brasil
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