Governo discute PPP em encontros

A mando do governador Eduardo Campos, representantes da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), juntamente com a Secretaria de Governo, estão realizando uma série de encontros para debater a Parceria Público-Privada (PPP) do saneamento da Região Metropolitana do Recife (RMR) e Goiana. O objetivo é esclarecer possíveis dúvidas e passar um relato da atual situação do esgotamento na área. Ontem, o presidente da empresa, Roberto Tavares, e o secretário Maurício Rands, estiveram no Tribunal de Contas do Estado (TCE) e no Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon). Hoje eles visitam a Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi-PE). A ideia é que outros setores da sociedade também tenham acesso ao debate.

 "Estamos apresentando essa parceria como questão de política de Estado, de saúde pública. O nosso indicador é vergonhoso. Apenas 30% da RMR tem acesso a esgoto. Mas isso é uma questão nacional", contou Tavares. Segundo dados apresentados por ele, apenas cinco estados possuem níveis superiores a 40%: Paraná, Minas Gerais e Rio de Janeiro, entre 40% e 70%; e São Paulo e Distrito Federal, com mais de 70%. Com a parceria, o objetivo é saltar para 90% em 12 anos, beneficiando 3,7 milhões de pessoas.

 O levantamento também mostrou dados relacionados à saúde. Com a cobertura atual, existe uma ponderação de que 45 crianças, em cada 100 mil habitantes, morrem de doenças como amebíase, diarréia, gastrenterite, cólera e leptospirose. Levando em consideração o número populacional da RMR e Goiana, o número de vítimas anuais chega a 1.665.

 Rands indicou que a PPP é a materialização de maior abertura do Estado para empreendimentos privados. "Não é por falta de capacidade, mas porque é muito difícil conseguir levantar R$ 4,3 bilhões apenas para obras de esgotamento. É importante contar com essa parceria", afirmou. Ao fim da apresentação, foi mostrado que existem, no mundo, cerca de duas mil PPPs em andamento, sendo 260 na área de esgotamento.