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16/12/2010

Falta mão de obra qualificada em todos os setores

CBIC Clipping

16/12/2010 :: Edição 028

Jornal Diário do Comércio – MG/MG|   16/12/2010

Falta mão de obra qualificada em todos os setores

Escassez de profissionais capacitados é geral

 LUCIANE LISBOA. 
 ALISSON J. SILVA

 A construção civil é um dos setores afetados com o apagão da mão de obra

 A carência de mão de obra qualificada já prejudica a maioria dos setores econômicos do país e não somente alguns segmentos já citados, como a construção civil e a pesada, as empresas de call center   e a indústria têxtil. É o que apontam especialistas consultados ontem.

 Para a professora do Departamento de Demografia da Faculdade de Economia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Simone Wajnman, levando-se em conta as especificidades de cada setor, o problema relacionado à escassez de profissionais capacitados é geral e ocorre em função de um crescimento mais forte da economia nos últimos anos.

 "A questão é que, com a economia aquecida, a oferta de trabalho não acompanha a demanda. Além disso, o avanço da escolaridade no Brasil é uma coisa recente, porque até pouco tempo atrás não havia a preocupação em formar técnicos e era muito mais restrito o acesso às universidades", argumentou a professora.

 E, conforme Simone, embora a demanda tenha crescido rapidamente, como no mercado da construção civil, o ritmo de formação de mão de obra não acompanha esta velocidade. "O tempo de formação de um profissional é maior do que o movimento do mercado. Demora até haver um ajuste. Mas a tendência é de equilíbrio no médio prazo", avaliou.

 O diretor da empresa de consultoria PwC, Francisco Macedo, avalia que o problema maior ocorre na contratação de pessoas cuja experiência profissional seja um dos requisitos para a conquista da vaga, independente do setor. "Aí é muito difícil encontrar pessoal que se encaixe. Não acha mesmo. As empresas que têm não querem abrir mão e é muito trabalhoso e caro formar um bom profissional, além de demandar tempo", explicou.

 Cursos  – A solução encontrada por setores como a construção civil e construção pesada foi exatamente: investir na formação e qualificação de profissionais. De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Pesada no Estado de Minas Gerais (Sicepot-MG), Alberto Salum, o segmento foi fortemente enfrentado pela escassez de mão de obra, desde funções que exigem menor nível de escolaridade, como serventes e pedreiros, até engenheiros especialistas.

 "O sindicato prepara cursos para suprir parte desses gargalos, com cursos profissionalizantes, de treinamento e até pós-graduação e MBA para engenheiros. E mesmo com a escassez, no geral, estamos conseguindo atender à demanda", disse.

 Recentemente, o presidente da construtora e incorporadora Odebrecht, Benedicto Barbosa da Silva Júnior, mostrou-se preocupado com falta de mão de obra para infraestrutura. Ele disse que este é um dos mais graves gargalos enfrentados pelo país nos próximos anos e pode até causar atrasos em projetos importantes como as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal.

 "Nos últimos anos, abandonou-se a formação não só de engenheiros civis e eletrônicos mas dos outros profissionais. Não conseguimos mais buscar uma mão de obra pronta, antes fazíamos exportação de mão de obra. Nos últimos dois anos, isso se inverteu. Estamos trazendo de volta brasileiros que mandamos para fora porque não conseguimos encontrar profissionais aqui", disse em entrevista concedida recentemente.

 Empresas familiares  – O problema da qualificação profissional também afeta as empresas familiares, segundo uma pesquisa realizada neste ano pela PwC, em que foram ouvidas 1,6 mil empresas, de 35 países das Américas, Europa, Oriente Médio e Ásia e 100 somente no Brasil.

 No estudo, foram avaliados setores como bens de consumo, varejo, construção civil, automotivo, saúde, serviços financeiros, entre outros. E, do total de entrevistados ouvidos no país, 63% citaram a carência de mão de obra como principal desafio interno que a empresa enfrentará nos próximos 12 meses.

 "As empresas estão se preparando para atender à demanda crescente do mercado brasileiro. Com isso, mão de obra qualificada é essencial para que elas acompanhem os índices de crescimento da economia do país e existem poucos profissionais com a formação necessária no mercado", afirmou outro diretor da PWC, Prudêncio Beiler.

 Telemarketing  – O gargalo é ainda maior para os segmentos fortemente dependentes dos recursos humanos (RH), como o caso das empresas de call center   que, diante da escassez, têm uma enorme demanda por contratações de operadores de telemarketing  .

 No setor, diante da grande necessidade de mão de obra, os salários dos operadores de telemarketing  , cuja exigência de escolaridade é de apenas segundo grau completo, estão sendo aumentados para atrair o interesse de trabalhadores.

 A Almaviva do Brasil, empresa do grupo italiano Almaviva, é um bom exemplo. Uma das estratégias definidas pela companhia que atua no país, em Belo Horizonte e São Paulo, é uma remuneração variável acima da média. Os salários dos operadores de telemarketing   podem chegar a R$ 810, com o bônus de até R$ 300 que é oferecido de acordo com o desempenho do funcionário.

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