AGÊNCIA CBIC
Criação de empregos cai 41% em setembro
16/10/2014 |
O Estado de S. Paulo Criação de empregos cai 41% em setembro Saldo de empregos formais foi de 123 mil, o menor resultado para o mês desde 2001; governo mantém meta de 1 milhão de vagas no ano Laís Alegretti Bernardo Coram A criação de empregos com carteira assinada registrou em setembro o pior resulta do para o mês em 13 anos. O saldo líquido de empregos formais gerados em setem bro foi de 123,7 mil, segundo o Cadastro Geral de Emprega dos e Desempregados (Caged), divulgado ontem pelo Ministério do Trabalho e Em prego (MTE). Para meses de setembro, o resultado foi o mais baixo desde 2001, quando foram criados 80 mil postos de trabalho. Depois disso, a geração de emprego formal sempre superou a marca de 150 mil nos meses de setembro. De janeiro a setembro, a criação de empregos acumula um saldo de 904,9 mil vagas. Até o fim de 2014, o governo espera chegar a 1 milhão de vagas. Mesmo considerando que em dezembro o volume de demissões é alto e o resultado do mês derruba o saldo final do ano, o ministro do Trabalho, Manoel Dias, afirmou ontem que essa meta de criação de emprego será atingida "tranquilamente". "A previsão de geração de 1 milhão de empregos (em 2014) erra menos que Ibope e Datafolha", disse o ministro, em referência aos erros registrados em pesquisas eleitorais. No mesmo tom, o ministro, secretário-geral nacional do PDT, fez a ligação entre o debate dos presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) na terça-feira: "Ela deveria falar mais ainda (sobre emprego). É o grande sucesso do governo". A expectativa é que a candidata petista não use o dado mensal para falar de emprego, mas que continue a evidenciar a geração de emprego em todo o seu governo, que está em 5,7 milhões e pode chegar à marca de 6 milhões até o fim de 2014. Previsão. Dias evitou comparar o resultado de setembro com o mesmo mês de outros anos e disse que não há "melhor ou pior". Confrontado com os dados, Dias apresentou uma previsão: "Setembro será pior no ano que vem, se vocês compararem com o de 2014", disse. Ao citar inflação e crescimento, o ministro do Trabalho afirmou: "Não há nenhum número hoje no Brasil que você pode dizer que está ruim". Em setembro, a geração de empregos foi 41,3% menor do que no mesmo mês do ano passado, quando ficou em 211 mil vagas, pela série sem ajuste. Nos dados ajustados, houve queda de 51,9% na comparação com o mesmo mês de 2013, quando o volume de vagas criadas foi de 257,6 mil. A série sem ajuste considera apenas o envio de dados pelas empresas dentro do prazo determinado pelo governo. Após esse período, há um ajuste da série histórica, quando as empregadores enviam as informações atualizadas. O economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves, avalia que os dados do Caged mostram um mercado de trabalho resistente dentro do cenário econômico. "O número é mais um sinal de que o mercado de trabalho tem uma resistência bastante grande, tendo em vista a piora de outros indicadores", afirmou o economista. "Também é possível que ele já tenha passado pelo pior momento. É mais um mês em que a atividade vai mal, a expectativa vai mal, mas o mercado de trabalho vai bem, dando sinais de persistência." Setores. Depois de cinco meses consecutivos em que o número de demissões superou as contratações, a indústria de transformação apresentou um saldo positivo em setembro, de 24,8 mil novas vagas. O setor de serviços mais uma vez se destacou na geração de empregos. Em setembro, houve criação de 62,3 mil vagas. No comércio, foram abertas 36,4 mil vagas e na construção civil, 8,4 mil novos empregos. Por outro lado, o setor que mais fechou vagas foi a agricultura, com um saldo negativo de 8,8 mil vagas./ Colaborou Flávio Leonel Otimismo "Não há nenhum número hoje no Brasil que você pode dizer que está ruim." Manoel Dias MINISTRO DO TRABALHO |
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