Corretora aposta em juro de 1% ao mês para atrair investidores

Valor Econômico

Corretora aposta em juro de 1% ao mês para atrair investidores

Por Luciana Seabra | De São Paulo 

 A Geração Futuro aposta na fixação do investidor brasileiro pelo juro de 1% ao mês para conquistar 20 mil novos clientes neste ano. Esse é o retorno bruto oferecido pelo Certificado de Depósito Bancário (CDB) que a corretora gaúcha começou a oferecer ontem em seu site, apelidado de Super CDB, com aplicação mínima de R$ 5 mil. A casa foi adquirida pelo banco Brasil Plural em maio de 2012, mas o negócio ainda aguarda aprovação do Banco Central.

A venda exclusiva do papel emitido pelo Brasil Plural é a primeira grande parceria entre as duas instituições. Hoje a Geração Futuro tem 90 mil clientes cadastrados e 50 mil ativos. A expectativa é acrescentar, ao todo, outros 100 mil investidores ainda neste ano.

"Se você conversar com uma base grande de investidores, vai ver que, na renda fixa, o número mágico que as pessoas têm na cabeça é uma rentabilidade de 1%", afirma Eduardo Moreira, sócio-fundador do Brasil Plural. Diferentemente da maior parte dos CDBs, com pagamento somente no vencimento, esse papel entrega o ganho todos os meses na conta do cliente.

É bom lembrar, entretanto, que o investidor não verá o tão desejado 1% depositado em sua conta. Há ainda a mordida do Leão. Incide sobre o retorno, assim como em todos os CDBs, a tabela regressiva do imposto de renda. Ou seja, na prática, o investidor vai ganhar líquido 0,775% ao mês no primeiro semestre da aplicação, 0,8% desde então até completar um ano, 0,825% até os dois anos e 0,85% a partir de então. Os papéis têm prazo de 2 a 5 anos.

Mesmo na primeira fase, em que incide a maior alíquota, de 22,5%, Moreira acredita que o CDB terá um apelo em relação à tradicional poupança, que paga 0,5% ao mês mais Taxa Referencial (TR). No caso do papel privado, há risco de crédito. Assim como na caderneta, entretanto, vale a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que cobre até R$ 250 mil aplicados por instituição financeira, por CPF do investidor.

O CDB estreia juntamente com o novo site da Geração Futuro. Por meio dele é possível comprar, a partir desta semana, títulos privados, inclusive Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), todos de emissão do Brasil Plural. "Mas a plataforma está preparada para que, se for uma decisão nossa no futuro, tenhamos produtos de terceiros também", diz Moreira. A corretora aposta no cadastro online de clientes, no conteúdo de educação financeira e no trabalho de consultores à distância para atrair novos investidores.

Moreira afirma que é esse tipo de estratégia que se deve esperar mesmo após a aprovação da compra da Geração Futuro pelo Brasil Plural. A ideia não é fundir as duas corretoras, por exemplo. "As operações vão ser independentes, mas aproveitando todas as sinergias do grupo", diz o sócio. A corretora deve permanecer com o foco no varejo, enquanto o Brasil Plural é tradicionalmente mais voltado para investidores institucionais e de alto patrimônio.