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AGÊNCIA CBIC

12/05/2015

Combate à inflação exige restrição ao crédito

Não se consegue fazer omelete sem quebrar os ovos, assim como é praticamente impossível reduzir pela metade o atual índice de inflação de mais de 8% sem impacto negativo na demanda por bens e serviços. Ao elevar as taxas básicas de juros, o Banco Central encarece o crédito, o que toma mais comedidas as compras a prazo. Infelizmente, um dos efeitos colaterais da política monetária restritiva é que não só o consumo é atingido, mas também o investimento. Dessa forma, quanto mais rápido for o ajuste, mais breve será o sofrimento decorrente da retração da demanda.

Na esfera do investimento, existe uma preocupação maior com o que vem acontecendo na construção civil, pelo grande número de empregos formais, diretos e indiretos, que o setor gera. A construção atende a objetivos múltiplos, pois, além dos empregos, é importante compradora de materiais produzidos no país, sobre os quais incidem impostos. E a construção provê a população de moradias, o que é essencial para a qualidade de vida.

Crédito mais caro (e mais escasso) afeta o ritmo da construção civil, pois financiar com recursos próprios uma obra, ou adquirir um imóvel à vista, é algo para poucos. Para produzir com custos adequados, a construção depende de uma certa escala, e, por isso, está calcada no financiamento de terceiros para multiplicar sua capacidade.

Para os segmentos mais populares, incluindo faixas do programa Minha Casa Minha Vida, a construção conta com financiamentos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviços (FGTS) e de recursos orçamentários da União (para cobrir subsídios embutidos nas taxas de juros e nas prestações).

Já na construção voltada para a classe média, a fonte supridora é o sistema financeiro, com recursos originados da captação da caderneta de poupança E aí há simultaneamente um aperto provocado pela política monetária (elevação das taxas de juros) e pela perda de depósitos nas cadernetas, tanto em função da diminuição da renda real dos poupadores – provocada pela inflação ou por desemprego – como devido à atratividade de outras aplicações financeiras.

Não existe muitas saídas, no curto prazo, para o problema. E o que o governo cogita fazer, que seria a liberação de depósitos compulsórios dos bancos mesmo que unicamente para suprir financiamentos imobiliários, vai em sentido contrário ao da política monetária (juros). Desse modo, o esforço necessário para que a inflação perca força, e se aproxime do centro da meta, de 4,5%, acabaria sendo em parte anulado. E as taxas teriam de subir mais ainda. O momento econômico é de ajustes e de inevitáveis sacrifícios. Resultados já estão aparecendo e dentro de algum tempo, que pode ser de apenas meses, a economia reagirá positivamente a uma conjuntura de inflação mais baixa e finanças públicas caminhando para o reequilíbrio. Os mercados reagirão naturalmente, entre os quais o da construção civil./ O Globo |

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