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AGÊNCIA CBIC

06/08/2020

Com pandemia, CICA fortalece grupos de trabalho

A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) participou nesta quinta-feira (6) de uma reunião virtual da CICA (Confederation of International Contractor’s Association), entidade que representa o setor da construção internacionalmente. Sediada em Paris, na França, durante a pandemia a entidade tem intensificado seu trabalho a fim de melhorar o ambiente de negócios para o setor da construção no cenário internacional, atuando como mediador entre os interesses dos contratantes e dos órgãos reguladores internacionais. Um dos caminhos encontrados é o fortalecimento dos grupos de trabalho e criação de novos, como um na área de saúde e segurança.

Enfrentando mundialmente o novo coronavírus, a CICA está criando maneiras eficientes de trabalhar junto aos Bancos Multilaterais de Desenvolvimento (MDBs). De acordo com o trabalho apresentado por Richard Touroude, é possível fazer várias previsões para o futuro pós pandemia “Recomendamos trabalhar o fluxo de caixa dos empreiteiros, a inclusão de acesso à informação por meio de um software que possa ser utilizado de maneira ampla pela equipe do MDB, além de tentar criar uma maximização de financiamento para o desenvolvimento. A falta de recursos públicos foi considerada e é um item importante a ser trabalhado. Vamos continuar a analisar a COPA do Banco Mundial (World Bank’s Conditions of Particular Application) e a trabalhar melhor com cláusulas anticorrupção, pois esses bancos querem reciprocidade”, explicou.

Nesse sentido, o presidente da CICA, Emre Aykar, da Turquia, destacou a importância do Compliance nas empresas da indústria da construção. Ele também justificou a necessidade da adoção do tema em função da pandemia.  “Muitos contratantes estão relutantes em investir no setor em função da demora e dos custos envolvidos, por isso estamos trabalhando nesse ponto que se faz ainda mais necessário após o coronavírus”, frisou Aykar.

O presidente da CBIC, José Carlos Martins, que é vice-presidente sênior da CICA, traçou um panorama do atual cenário no Brasil. “Aqui houve um fato interessante, o setor cresceu durante a pandemia. Nosso trabalho de criar protocolos de prevenção da covid-19 nas obras e costurar com o governo um decreto onde a construção civil fosse decretada atividade essencial, foram determinantes. Outro dado interessante foi do mercado imobiliário, que teve o mês de junho como o melhor de vendas nos últimos quatro anos”.

Presidente da CBIC durante reunião da CICA

Martins alertou que apesar dos dados surpreendentes, o setor tem que se preparar para o futuro. “A ajuda do governo vai acabar e pode gerar uma ressaca em termos econômicos depois”, explicou.

Fernando Lago apresentou as novidades sobre o grupo de trabalho de Parcerias Público Privadas (PPPs). “Estamos reforçando para o governo e organizações financeiras, a importância de investimento na construção via PPPs. Estamos trabalhando todos os cenários durante a pandemia, para manter essa importante ferramenta para investimentos em infraestrutura”, disse.

Para Lago, defender as questões de investimentos em infraestrutura é fundamental e para isso é preciso pensar em como adaptar as PPPs para o futuro. “Já temos que pensar no que será feito pós pandemia. Temos que lidar com as consequências dessa crise e aperfeiçoar o que será feito de maneira conjunta. As PPPs podem ter um lugar de destaque nesse cenário futuro”, afirmou.

Os impactos gerados no setor em função do coronavírus foi abordado por Roger Fiszelson. “Atualmente temos um paradoxo, pois por um lado o Banco Mundial não sabe como controlar o endividamento do mercado emergente, mas ao mesmo tempo é preciso criar um instrumento de financiamento. Existe necessidade de melhorar a coleta de impostos junto com os MDBs também. Existe uma dificuldade de se aumentar o investimento público, mas taxas baixas são um fator positivo para financiamento e podem ajudar a manter um nível elevado no retorno dos investimentos”.

Segundo Alex Wagemann, a revisão dos contratos junto à FIDIC (Federação Internacional de Engenheiros Consultores) está sendo realizada para padronizar um modelo em comum para todos os países até 2021. “Essa padronização é importante e necessária. Por isso as linhas de comunicação com a FIDIC foram fortalecidas.  Vamos contribuir para a revisão do livro verde e outros livros que irão tratar de PPP, contratos colaborativos e energia eólica”.

Sobre o projeto Construção 5.0, Carlos Bascou, explicou que a ideia é melhorar a sustentabilidade como um todo. “Precisamos de uma padronização de dados para promover melhor as construções sustentáveis e inovações. No atual cenário mundial, o que está relacionado com capital humano precisa passar por um retreinamento para ativar a percepção de sustentabilidade, o que é uma mudança de cultura”, destaca.

De acordo com Bascou, a CICA vai colocar algumas diretrizes com recomendações chave para curto, médio e longo prazo. “A construção demora para mudar, mas a pandemia está acelerando a digitalização e fortalecimento da infraestrutura digital. Estamos promovendo a utilização do Building Information Modeling (BIM) e temos que medir esses avanços para garantir que em 2030 vamos estar de acordo com a agenda de sustentabilidade das Nações Unidas. A melhoria da produtividade deve ser um dos focos, pois ainda há uma grande lacuna entre o que foi planejado e o que acontece, por isso se faz necessária muita inovação no setor”, ressaltou.

Um novo grupo que trata de saúde e segurança no trabalho foi apresentado por Ziv Lavar, da Associação Israelense de Construtores (IBA). “O número de mortes no setor em todo mundo é preocupante, onde alguns países têm números alarmantes, e outros com números baixíssimos. Precisamos fazer um contraponto, por isso queremos usar a experiência dos países com melhores números para aperfeiçoar o modelo de trabalho”.

Lavar destacou ainda que a IBA montou um time para tratar do tema e que tem uma reunião agendada para fim de agosto para iniciar a coleta de informações relevantes para conduzir uma pesquisa na área de saúde e segurança no trabalho. “Já temos em nossa equipe alguns membros de organizações externas, mas novos contatos são bem vindos para participar. No setor privado também estamos recebendo contribuições. Pretendemos debater saúde ocupacional e visitar lugares com bons programas já instituídos. Bons softwares também podem contribuir para essa questão de saúde e segurança no trabalho”.

Já Fanny Dastugue apresentou o relatório de atividades da CICA desde 14 de maio e informou que um webinar da CICA com Banco Mundial está previsto para setembro. “Vamos abordar como o coronavírus incidiu nos contratos do setor da construção”.

Além disso, Fanny ressaltou que durante uma reunião realizada em junho com a FIDIC, foram discutidos um a um os pontos cruciais para o setor. “É importante saber o que foi feito nos outros países. Precisamos compartilhar as informações em nome de todos os empreiteiros. Também solicitamos ter mais poder de decisão sobre o livro verde”, disse.

A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), afiliada à CICA, integra sua diretoria desde 2017, quando assumiu uma de suas vice-presidências, fortalecendo o espaço da construção civil brasileira. A participação na reunião integra o projeto de ‘Integração Internacional’, que conta com a correalização do Senai Nacional.

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