Artigo – Será que a agenda do ESG já é uma realidade no Brasil?

Porque esta agenda se tornou tão falada nos últimos tempos?

Ana Claudia Gomes é presidente da Comissão de Responsabilidade Social (CRS) da CBIC

É inegável que os últimos acontecimentos mundiais mudaram a forma como as pessoas se relacionam, trabalham, se divertem e, é claro, a forma como elas consomem.

Com a crise gerada pela pandemia, o consumidor deixou de se preocupar apenas com suas necessidades pessoais e passou a focar também nas necessidades do coletivo.

Com isso, hoje a reputação de uma marca está diretamente vinculada não só ao seu sistema de crenças e valores, mas, principalmente, aos impactos que ela gera para sociedade em que está inserida.

Já há alguns anos percebemos que os consumidores vêm vinculando sua decisão de compra e sua escolha por marcas, com base na convergência entre seu propósito de vida e o propósito das marcas.

Alguns estudos como o relatório especial Edelman Trust Barometer 2021, revelam que a confiança é um dos principais ativos de uma marca. Veja alguns números:

• 72% dos brasileiros afirmam se sentir atraídos por marcas que ajudam a fazer do mundo um lugar melhor;
• 91% dos brasileiros entrevistados afirmam que confiar na marca é muito mais importante do que admirá-la, e
• 93% dos brasileiros entrevistados afirmam que esperam que as marcas tenham ações efetivas que vão além do seu produto ou serviço, como investir em causas sociais, apoiar comunidades locais e gerar impacto positivo na sociedade.

Esse estudo revela ainda que, assim como as marcas podem provocar mudanças na sociedade, a sociedade também pode provocar mudança nas empresas.

Agendas como redução da pegada de carbono, aumento da diversidade na sua força de trabalho, melhorias nas práticas trabalhistas, uso de materiais ecologicamente corretos, respeito ao direito dos consumidores e integridade na conduta empresarial se tornaram urgentes.

Além dessas mudanças percebidas no comportamento do consumidor, registramos também um aumento significativo nos fundos que investem em empresas com preocupação social, ambiental e governança que segundo pesquisa da Ambima saltou de R$ 540 milhões em julho de 2020, para quase R$ 818 milhões em dezembro de 2020 e em janeiro deste ano saltou para R$ 1 bilhão.

Na verdade, a pandemia em muito contribui com todo este cenário, pois escancarou a desigualdade social a despeito das altas recordes na bolsa. Tudo isto nos mostra de forma efetiva que jamais teremos um crescimento sustentável se o crescimento não for para todos. O que toda esta tragédia mundial nos revelou, é que definitivamente empresas não são ilhas e tudo o que acontece no contexto em que estão inseridas reflete diretamente no desempenho de seus negócios não tem como uma empresa prosperar em uma comunidade que vai mal.

A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) preza e estimula muito essa agenda da Responsabilidade Social. Neste sentido, a entidade convida todas as empresas do setor da construção a participarem da edição 2021 do Prêmio CBIC de Responsabilidade Social. As inscrições vão até o dia 8 de outubro.

A iniciativa é uma boa oportunidade para as empresas normatizarem os procedimentos internos e a conhecerem os que as outras empresas e entidades estão fazendo. Acesse o site do Prêmio CBIC de Responsabilidade Social, veja o regulamento completo e saiba mais.

*O relatório especial Edelman Trust Barometer 2021 pesquisou entre 12 de maio a 2 de junho de 2021, 14 mil pessoas em 14 países (África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Emirados Árabes, EUA, França, Índia, Japão, México e Reino Unido).

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