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AGÊNCIA CBIC

13/01/2011

Alternativa do milênio

 

13/01/2011 :: Edição 043
Jornal Estado de Minas/MG|  13/01/2011
Alternativa do milênio

Elian Guimarães

 Mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo habitam casas de bambu. A planta, de aparência frágil, é utilizada há milênios em moradias no Japão, China, Vietnã, Índia, Camboja e muitos outros países asiáticos. No Brasil, a utilização é ainda incipiente. Entretanto, pesquisadores, sociólogos, ambientalistas, arquitetos, engenheiros e uma gama de outros profissionais já vêm trabalhando para vencer o preconceito sobre esse material e substituir, também por aqui, a madeira tradicional.

 Depois de percorrer todas as regiões do país, o autodidata e mobilizador social Lúcio Ventania reuniu um grupo e fundou o Centro de Referência do Bambu e das Tecnologias Sociais, o Cerbambu. Fica em uma área de 20 mil metros quadrados, no distrito de Ravena, em Sabará, Região Metropolitana de Belo Horizonte, cedido em comodato pela Fundação Renascer, um dos parceiros do projeto. O objetivo é implantar, desenvolver e acompanhar a cadeia produtiva do bambu, tornando-se referência em sustentabilidade. O centro, construído com bambu em estrutura octogonal e telhados de sapé, com iluminação e ventilação naturais, permitindo, durante o dia, uma temperatura de menos seis graus em comparação ao ambiente externo e, à noite, quatro graus superior ao do lado de fora, está equipado com núcleos de capacitação técnica, canteiros de mudas, núcleo de tratamento de bambus e uma série de outras tecnologias importantes, como sanitário seco e núcleo de compostagem orgânica.

 No local, além de atividade social para capacitar tecnicamente as comunidades ainda fora do mercado de trabalho, são desenvolvidas tecnologias que interessam à habitação, educação e cultura e como fonte de água, saúde e energia. Para multiplicar essa plataforma de trabalho foi elaborado o projeto Ravena 30, apoiado pelo Centro Renascer, Fundação Banco do Brasil e Prefeitura de Sabará, prevendo a consecução e o aporte dessas tecnologias sociais por 30 anos.

 O Centro tem telhado de sapé e ventilação e iluminação naturais

 Um dos carros-chefes é o bambu, mas há o entendimento de que essa matéria-prima precisa estar conectada com todas as outras tecnologias populares que já existem, esquecidas ou não, e outras iniciativas. É um trabalho comunitário, de compromisso ambiental, em que tudo precisa ser formatado e articulado com a comunidade. É um bom momento para alavancar o processo da cadeia produtiva do bambu. A construção civil apresenta forte expansão, mas ainda se depara com alguns problemas, como o uso de matéria-prima que se adeque aos padrões ambientais. "O bambu é um excelente material para construção civil, tem resistência a tração, comparada com a do aço, resistência a compressão, superior até ao concreto armado. É um recurso natural renovável, podendo haver uma linha de cultivo para fornecimento desse material, basicamente sem impactos ambientais. Pode ser cultivado consorciado com árvores nativas, em larga escala, com fins de sequestro de carbono, reflorestamento e recuperação de áreas erodidas e fornecimento de matéria-prima para suprir, pelo menos, 3% do mercado mineiro de madeira para telhados, marcos e portas, num prazo de 10 anos.

 MÃO DE OBRA

O outro problema é a escassez, neste momento, de mão de obra espec ializada. Isso abre caminho para que, no trabalho comunitário, a indústria possa servir bons materiais, apropriando-se dessas tecnologias, e no processo de formação de mão de obra. É educar para que as próprias pessoas possam aplicar, nas suas comunidades, novas tecnologias de construção, mais ecológicas, humanas e mais ambientalmente corretas", justifica Lúcio Ventania.

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