82º Enic – "Apagão de mão de obra qualificada no País está empregando japoneses, chineses e indianos", adverte Marina Silva durante o ENIC

A má qualidade da educação brasileira está criando oportunidades de trabalho qualificado para os japoneses, chineses e indianos, advertiu a candidata à Presidência da República Marina Silva (PV), no 82º Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic), em Maceió. Esse gargalo de ausência de profissionais mais capacitados na indústria nacional, sobretudo na construção civil, precisa ser resolvido rápido e com um planejamento estratégico para os brasileiros não perderem esse bom momento socioeconômico por que passa o País. O Enic foi o primeiro evento após a oficialização da candidatura de Marina na convenção do PV realizada na última quinta-feira em Brasília.

Segundo a candidata, a carência de mão de obra no país atribui-se a dois fatores: crescimento repentino da economia e falta de investimentos na qualificação da mão de obra. Esse último problema deve-se ao baixíssimo emprego de recursos na educação, principalmente no ensino fundamental, que é a base de formação dos futuros profissionais. "É por isso que há pouca oferta de profissionais ligados à atividade da cadeia da indústria da construção, a exemplo de engenheiros e até mesmo os pedreiros e pintores", disse.

Marina defendeu um projeto de planejamento de longo prazo para o país que dê continuidade às boas ações desenvolvidas pelos governos anteriores e ao mesmo tempo pense sobre as reais demandas do país dentro de um contexto amplo e global de futuro. "O que realmente queremos e o que deveremos fazer para obter um crescimento sustentável sempre preocupado com a preservação ambiental".

Essa proposta de desenvolvimento socioeconômico sustentável ecologicamente correto está na plataforma das ações do nosso campo político e abrange os setores produtivos diversos, falou a candidata a presidente. O Brasil urge uma política ambiental cada vez mais consistente porque deve crescer e gerar empregos preservando a rica e extensa biodiversidade servindo de exemplo para o mundo. "Não é à toa que o mundo olha para nós, eles têm conhecimento do papel que o Brasil pode desempenhar em benefício do clima e, consequentemente, do planeta terra", alertou. "Se nada for feito até 2050 no sentido de reduzir a emissão do CO2, a vida está comprometida", completou.

Segundo a candidata, passos fundamentais e reconhecidos internacionalmente foram dados com várias ações desencadeadas durante o período que esteve à frente do Ministério do Meio Ambiente.

Autor: Valdi Junior