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25/05/2018

CBIC busca no BNDES estímulo ao financiamento para pequenas e médias empresas

Entidade discutiu com o banco formas de aumentar a liberação de crédito e a participação dessas empresas no setor de infraestrutura

A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) reuniu-se com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), nesta semana, para tratar das condições de acesso a financiamentos da instituição por parte das pequenas e médias empresas da construção civil. Os presidentes de ambas as entidades e suas respectivas equipes estiveram em audiência, na última segunda-feira (21), e discutiram formas de aumentar a liberação de crédito para as empresas do setor e, consequentemente, contribuir para a ampliação do número de negócios de infraestrutura.

A fim de viabilizar, estimular e otimizar a atuação do banco no financiamento à construção civil, a CBIC debateu um conjunto de ações que poderiam facilitar esses aportes. “Estamos abrindo um caminho de acesso ao crédito do BNDES para empresas que hoje não têm. Buscamos simplificação de processos e melhoria de condições do crédito. Estudaremos como diminuir as exigências por parte do banco, principalmente para empresas menores”, comunicou o presidente da CBIC, José Carlos Martins, após a reunião.

O economista e consultor João Gualberto Coutinho Rocha, que esteve presente no encontro, explicou que o ponto central discutido foi o de uma proposta da CBIC para concessão de linhas de crédito específicas para apoio a pequenas e médias construtoras, seja na modalidade de capital de giro, seja para desenvolvimento de projetos de infraestrutura formatados como parcerias público-privadas (PPPs). “O BNDES afirmou estar convencido da relevância do setor de construção como fonte de geração de empregos e que suas políticas operacionais têm evoluído para cada vez mais privilegiar as pequenas e médias empresas”, relatou Coutinho Rocha.

O presidente do BNDES, Dyogo Oliveira, mostrou-se aberto ao diálogo e indicou que é preciso definir uma pauta mínima viável. Ficou acordado que ambas as entidades evoluirão nas discussões e nas providências necessárias para a otimização das linhas de crédito ao setor da construção.

Participaram também da reunião Marcos Adolfo Ribeiro Ferrari, diretor de Governos e Infraestrutura do BNDES; Fátima Regina Franca Farah, chefe de gabinete no BNDES; e Denise Soares, gestora da Comissão de Infraestrutura (COP) da CBIC.

 

PARTICIPAÇÃO EM CONCESSÕES E PPPS

José Carlos Martins também entregou a Dyogo Oliveira, durante a reunião, uma carta enviada à ex-presidente do BNDES, Maria Silvia Marques, em dezembro de 2016, com um conjunto de proposições com vistas a melhorar a participação de empresas construtoras de porte médio em empreendimentos no segmento de infraestrutura, quando formatados sob os regimes de concessão ou PPP.

No documento, constam sugestões como: foco na modelagem Project Finance; busca de alternativas à fiança bancária na fase pré-operacional dos projetos; análise de “rating” centrada no enfoque da governança e da capacidade de realização das empresas e da qualidade do projeto; e interação com os poderes federal, estadual e municipal para a construção de um ambiente e para desenhos viáveis para projetos de concessão e PPPs. “Prevalece a necessidade de um novo olhar sobre os projetos, sobre os atores que podem conduzir tais projetos, sobre o formato a ser imposto às operações de crédito”, escreveu o presidente da CBIC.

Na ocasião, Marques respondeu com breves considerações sobre as questões levantadas e falou de algumas das iniciativas que o BNDES vinha adotando para desenvolver o mercado de concessões e PPPs.

 

APOIO À CONSTRUÇÃO CIVIL

Na abertura do 90º Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic), que aconteceu na semana passada em Florianópolis/SC, o BNDES também reforçou que já trabalha em várias frentes de apoio ao setor. “Mais da metade dos desembolsos do BNDES vai para a construção civil”, declarou Dyogo Oliveira.

O presidente do BNDES disse ainda que o crescimento do investimento é a grande missão da instituição e, assim, tem aumentado o apoio às micro e pequenas empresas com potencial de expansão. Além disso, o banco anunciou mais rapidez no processo de concessão de crédito e a criação de uma área dedicada à reestruturação de projetos. “Sem infraestrutura não vamos avançar na competitividade e isso tem a ver com o setor da construção”, reconheceu.

Dyogo Oliveira garantiu que “as portas estão abertas e o caixa está cheio” no BNDES. A reunião do dia 21 foi apenas o primeiro passo, pós-Enic, para facilitar o acesso do setor a esse caixa.

O tema tratado tem interface com o projeto Melhoria da Competitividade e Ampliação de Mercado na Infraestrutura, iniciativa da CBIC e do SENAI Nacional.

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