Logo da CBIC
02/03/2018

Aumenta a venda de imóveis residenciais novos e de lançamentos no País, mas a ausência de solução para problemas estruturais preocupa o setor da construção

Resultado da Pesquisa CBIC do Mercado Imobiliário Nacional reforça necessidade da regulamentação da LIG

Superando as expectativas, o mercado imobiliário nacional registrou em 2017 um aumento de 9,4% nas vendas de imóveis residenciais novos e de 5,2% nos lançamentos, com a redução dos estoques à venda. Para este ano, a previsão da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), que na segunda-feira (26/02) divulgou pesquisa do Mercado Imobiliário Nacional, é de crescimento em torno de 10% tanto em lançamentos quanto em vendas. Os números revelam otimismo, mas também deixam o setor apreensivo com a possibilidade de uma não continuidade desse resultado.

Para o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, 2017 foi um ano de virada, com mudanças na economia do País, já que 2015 e 2016 foram os piores dos últimos 15 anos. No entanto, alerta que é importante ter em mente que o Brasil não atacou problemas estruturais como os da Reforma da Previdência, da burocracia, dos distratos dos cartórios e da insegurança jurídica. “Isso nos deixa apreensivos. No passado, entramos em recessão basicamente por que não tivemos coragem de enfrentar problemas estruturais desse tipo”, aponta Martins. “Tem assuntos que temos que encarar para que o mercado seja cada dia melhor para o nosso comprador. Gente que precisa de imóvel não falta, mas é preciso dar condições para que possa adquirir”, completa.

“Nós temos fatores econômicos e cenários que apontam que a economia deste ano já é dada como melhor do que no ano passado. Temos expectativa de queda de taxa de desemprego, queda da taxa Selic e previsão de crescimento do PIB de 2,89%”, destaca o presidente da Comissão da Indústria Imobiliária (CII) da CBIC, Celso Petrucci. “O país vai crescer mais, empregar mais, desempregar menos e manter a inflação estável. Isso vai ser muito bom para a indústria da construção, diz, ressaltando, no entanto, que para potencializar os recursos da Caderneta de Poupança e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e garantir a continuidade do resultado positivo do mercado imobiliário, é essencial a regulamentação da Letra Imobiliária de Garantia (LIG), com juros baixos para o cliente, em torno de 9%.

 RESULTADOS DA PESQUISA

Pela pesquisa, houve uma clara redução na oferta de imóveis não vendidos no país. O estoque de unidades residenciais verticais caiu 12,3% em relação a 2016. No acumulado do ano, as vendas superaram os lançamentos em 11.878 unidades, 12,6% do total de unidades vendidas.

Em termos de lançamento, a pesquisa indica que houve uma melhora de 73,4% das unidades lançadas em 2017, com aumento de lançamento na RM de Fortaleza, RM de Maceió, Natal, RM de Recife, São Luís, Cuiabá, Distrito Federal, RM de Vitória, São Paulo, Uberlândia, Curitiba, Porto Alegre e RM de Curitiba. “Em São Paulo houve aumento, mas na região metropolitana não. E houve queda de 26,6% das unidades lançadas em Belém, Manaus, RM de João Pessoa, RM de Goiânia, Belo Horizonte e Nova Lima, Rio de Janeiro, RM de Belo Horizonte, RM de São Paulo, Florianópolis e Joinville”, menciona Petrucci.

Os lançamentos cresceram de 78 mil unidades nessas cidades para 82 mil unidades. O maior crescimento foi registrado na Região Sul, onde os lançamentos cresceram 43,2% em 2017, se comparado a 2016. Nas regiões Nordeste e Centro-Oeste, os lançamentos cresceram 6,5%. Na Região Sudeste, a cidade de São Paulo cresceu cerca de 48% em termos de lançamento, mas o resultado foi compensado por outras cidades e regiões do Sudeste que registraram queda, o que resultou em um crescimento de apenas 0,6%.

No que se refere às vendas, 67,3% das unidades vendidas foram em cidades e regiões onde houve crescimento e 32,7% onde houve queda de vendas. O crescimento das vendas foi maior. “Se nos lançamentos crescemos, 5,2%, nas vendas o crescimento foi de 9,4%, acumulando uma venda de 94.221 mil unidades”, destacou Petrucci.

De iniciativa da CBIC, por meio da sua Comissão da Indústria Imobiliária (CII), com a correalização do Senai Nacional, o estudo Indicadores Imobiliários Nacionais acompanha o desempenho do mercado imobiliário brasileiro, com vistas a oferecer um panorama nacional do setor em 23 localidades. Desencadeado em 2015, o estudo traz como avanço a criação de uma metodologia única para a coleta de amostras e compilação de resultados, permitindo a comparação periódica e garantindo mais consistência aos dados. Com esse estudo, a entidade apresenta um termômetro do setor, para que empresas privadas e entes públicos possam tomar melhores decisões e antever tendências. Para acessar a pesquisa, clique aqui.

 

COMPARTILHE!