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03/08/2018

“Prefeitura não tem dinheiro, nem construtoras, mas a Caixa tem”, diz Paulo Antunes

Vice-presidente de Habitação da instituição participou hoje do encontro Perspectivas para o mercado imobiliário da construção civil, em Pernambuco

Uma conversa franca, amistosa e objetiva deu o tom do encontro promovido pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Pernambuco (Sinduscon-PE) e pela Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi-PE) com o vice-presidente de Habitação da Caixa Econômica Federal, Paulo Antunes Siqueira, na manhã desta sexta-feira (03/08), na sede do sindicato, em Recife/PE. A começar pela frase do vice-presidente que intitula a matéria (Prefeitura não tem dinheiro, nem construtoras, mas a Caixa tem), deixando claro a sua disposição para investimento e parcerias. Durante todo o encontro, cerca de 85 empresários da construção, atuantes no estado de Pernambuco, puderam escutar as suas orientações e a da sua equipe, e assistir a palestra “Perspectivas para o mercado imobiliário da construção civil”, apresentada pelo próprio Paulo Antunes, e depois debater casos concretos em busca de soluções para processos em tramitação junto à Caixa.

Antes de falar sobre habitação, Paulo Antunes traçou um panorama sobre o momento econômico do Brasil. “Estamos saindo, depois de quatro anos, da maior crise do País. Dificilmente encontraremos países com PIB (Produto Interno Bruto) com queda acumulada de 10%. Mesmo nesse período de crise, tivemos situações que precisam ser olhadas com uma lupa. Uma delas é o trabalho feito com o mercado imobiliário, pois só a Caixa manteve uma liberação de recursos imobiliários de R$ 85 bilhões por ano em média”, informou.

Para deixar claro o seu conhecimento sobre o posicionamento da construção civil na economia do País, Paulo Antunes mencionou estudo recente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), atestando que a cada R$ 1 milhão aplicado na área de habitação são gerados 21 empregos. “E esse mesmo milhão é replicado dentro do PIB”, completou.

O vice-presidente de Habitação da Caixa abordou ainda as principais fontes de recursos do financiamento habitacional – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).

Sobre o FGTS, de onde vem a maior parte dos recursos, lembrou se tratar de um fundo finito, mas aproveitou para desfazer boatos de que esse fim estava muito próximo. “A média do saldo do FGTS é suficiente para o planejamento dos próximos quatro anos, mantendo-se o mesmo nível de recursos deste ano, algo em torno de R$ 65 bilhões R$ 68 bilhões para habitação”, garantiu.

No entanto, de acordo com ele, se a economia retomar um crescimento médio de 3% – e no seu entendimento a macroeconomia tende a melhorar independente do que ocorra com as próximas eleições – esse volume de recursos não será suficiente. “Acreditamos que o País precisa de uma nova fonte de recursos para atender a demanda crescente. Esse é o trabalho sobre o qual o governo e os bancos precisam se debruçar para atender o mercado de habitação”, considerou.

Paulo Antunes colocou ainda o que considera os principais desafios dentro do mercado de habitação. Além da obtenção de novas fontes de financiamento, apontou uma melhor qualificação do déficit habitacional. “Compreender melhor a demanda e o déficit habitacional é determinante para o mercado e para o governo traçarem as suas políticas”, disse, ressaltando que o mercado vai ter que repensar onde é melhor alocar os recursos disponíveis.

Outro ponto abordado por Antunes foi a resolução recente do Conselho Monetário Nacional (CMN) aumentando o teto do valor do imóvel financiado pelo FGTS para R$ 1,5 milhão e dando outras providências que prometem dinamizar o mercado, como regras de direcionamento de recursos da poupança e a escolha de indicadores utilizados para a atualização das parcelas do financiamento, até então, apenas a TR. As regras entrarão em vigor em janeiro de 2019.

O vice-presidente de Habitação da Caixa não parou por aí e animou os construtores com mais um produto que está sendo estudado em caráter nacional. Trata-se de algo voltado para o financiamento de retrofits de imóveis ociosos dos centros das cidades, considerados uma alternativa para atender o déficit habitacional. “Um dos problemas das cidades grandes são os imóveis ociosos no centro.  São sete milhões e seiscentos no País”, informou. “Há cidades que têm mais imóveis ociosos do que déficit“, exemplificou. “Mas tratar desses imóveis não é simples, por problemas de segurança ou desapropriação. A Caixa vai financiar o retrofit desses imóveis. Vamos pensar em um produto para isso. A prefeitura de São Paulo já sinalizou positivamente e já está sendo estudado o projeto piloto”, adiantou, avisando que na próxima quarta-feira (08/08) haverá uma reunião com os agentes envolvidos.

DEBATE E SOLUÇÃO

Embora o momento de retirada de dúvidas tenha ficado para a última parte do evento, foi considerado pelos participantes como um dos mais ricos e dinâmicos da manhã. Foram abordadas questões relacionadas aos processos de financiamentos junto à Caixa, tanto referentes ao crédito à produção, quanto ao Programa Minha Casa, Minha Vida e aos financiamentos de imóveis na hora de sua comercialização. Para auxiliar nessa parte da conversa com os construtores, Paulo Antunes contou com o suporte do gerente nacional de Engenharia da Construção Civil, André Fonseca, e de vários representantes da Caixa em Pernambuco.

O presidente do Sinduscon-PE, José Antônio de Lucas Simón, destacou a oportunidade que estava sendo concedida aos empresários presentes. “O setor construtivo tem hoje uma grande responsabilidade na recondução da economia do País. Quando temos um sistema financeiro robusto e um país com economia crescente tudo é mais fácil. Mas quando isso não acontece, são necessários criatividade, parceria e compromisso. E a disposição da Caixa junto ao setor é essa. Hoje temos uma plateia bastante qualificada, que soube usufruir desse momento”, considerou.

Para o presidente da Ademi-PE, Gildo Vilaça, co-anfitrião do evento, fóruns como o ocorrido nesta sexta-feira estão se repetindo cada vez mais entre o setor e a Caixa. “A iniciativa só tem a ajudar tanto a Caixa quanto o mercado”, disse. “Não é todo estado que tem esse privilégio e sabemos que isso é algo construído ao longo do tempo”, completou.

A diretora de Assuntos Imobiliários e vice-presidente da CBIC, Maria Elizabeth Cacho do Nascimento (Betinha), agradeceu o empenho da Caixa na busca por soluções conjuntas com o setor produtivo. “A Caixa tem sempre ouvido nossos pleitos e demandas, tanto junto com as nossas superintendências regionais quanto na esfera da presidência e vice-presidência. É uma parceria que tem dado resultado, melhorando bastante essa relação”, considerou.

O vice-presidente da Caixa finalizou destacando a importância de encontros com esse perfil para o sucesso dos produtos oferecidos pela instituição, bem como para o bom desempenho do mercado imobiliário, cujo benefício se reflete na sociedade, que vê o sonho da casa própria ser realizado. “Só com muita parceria e dedicação conseguimos produzir esses resultados”, concluiu.

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Comissão da Indústria Imobiliária
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