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AGÊNCIA CBIC

22/11/2012

Mesmo com estímulos, investimento não decola

"Cbic"
22/11/2012

Valor Econômico/BR

 

Mesmo com estímulos, investimento não decola

Conjuntura Consumo aparente de bens de capital volta a recuar no 3º – tri
 Arícia Martins e Tainara Machado
 A série de estímulos ao investimento já adotados pelo governo, entre eles forte redução do custo do capital no último ano, não foi suficiente para reanimar os empresários. Segundo cálculos de economistas, o consumo aparente de bens de capital voltou a recuar no terceiro trimestre, sempre na comparação com os três meses imediatamente anteriores, feitos os ajustes sazonais. É um indício forte, afirmam, de que a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida das contas nacionais do que se investe em máquinas e equipamentos e na construção civil) caiu entre julho e setembro, o que marcará o quinto trimestre consecutivo de retração dos investimentos.
 Essa longevidade destoa do movimento ocorrido depois da crise de 2008. Embora de forma mais intensa, naquela ocasião a formação de capital fixo recuou por apenas dois trimestres seguidos.
 Fernando Rocha, economista e sócio da JGP, calcula que a produção nacional de máquinas e equipamentos (descontada a exportação) somada à importação desses itens caiu 2,3% entre o segundo e o terceiro trimestres, na série com ajuste sazonal. A produção de insumos típicos da construção civil caiu 1,4% no período, recuo mais intenso do que a queda de 1,1% observada no segundo trimestre.
 Assim, Rocha projeta que o investimento encolheu 1,5% no terceiro trimestre. A principal contribuição negativa, diz, se deu pela redução das importações de bens de capital, que foi de 7,5% na passagem trimestral, enquanto as exportações subiram 0,7% no mesmo período. O avanço da produção no setor, medido pelo IBGE, foi de apenas 0,5% nessa comparação.
 Rocha não descarta a hipótese de que as compras externas tenham sido prejudicadas por fatores atípicos, como a greve dos funcionários da Receita. Ainda assim, afirma, a tendência é de queda. A atividade está fraca, o nível de utilização da capacidade razoavelmente de lado e o custo da mão de obra ainda cresce. O ambiente não é propício.
 De janeiro a setembro, o volume importado de bens de capital aumentou 0,4% em relação ao mesmo período de 2011, com desempenho ainda pior na comparação mensal: a queda chegou a 6,9% em setembro sobre igual mês de 2011.
 Rodrigo Branco, economista da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex), não vê espaço para crescimento maior nos desembarques de máquinas. A importação de bens de capital só vai se consolidar novamente se ocorrer recuperação da indústria. Por enquanto, os dados ainda são bastante nebulosos.
 Segundo Rocha, da JGP, a queda de mais de cinco pontos percentuais da taxa Selic foi insuficiente para alavancar investimentos porque a taxa de retorno está menos atrativa. A capacidade ociosa na indústria mundial e o período de câmbio apreciado trouxeram pressão deflacionária sobre os preços de bens industrializados, enquanto a renda doméstica continua a subir com força. Há ainda, lembra a série de entraves que minam a competitividade da indústria, como a infraestrutura deficiente e a complexa estrutura tributária.
 Para Bráulio Borges, economista-chefe da LCA Consultores, as medidas recentes do governo para destravar o investimento surtiram efeito contrário no terceiro trimestre, o que provocou queda de 0,7% do consumo interno de bens de capital em relação ao segundo trimestre, com o ajuste sazonal. Anunciadas na última semana de agosto, a depreciação acelerada para compras de bens de capital e a redução agressiva dos juros de algumas linhas do Finame, do BNDES, entraram em vigor apenas no fim de setembro.
 Teoricamente, essas medidas ajudariam o consumo aparente em setembro e no terceiro trimestre como um todo, mas alguém bem informado não faria compras sabendo que, depois, as condições ficariam muito mais vantajosas, diz Borges. Em sua visão, o atraso do governo foi decisivo para a queda de 1,7% projetada para a formação bruta no período, já que a atividade dá sinais de retomada e a confiança da indústria está em alta desde agosto.
 Assim, o cenário da LCA de tímida recuperação do investimento no PIB foi adiado para os meses finais do ano. Para o consumo aparente de bens de capital, Borges prevê queda de 5% no ano. Se confirmado, será o tombo mais forte desde 2003, com exceção de 2009.
 Exlcuindo-se os efeitos sazonais, Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, afirma que a absorção interna de máquinas e equipamentos diminuiu 6,4% na passagem trimestral, o que aponta para queda entre 3,5% e 4% da formação bruta nessa comparação. Em sua visão, o que adiou novamente a decisão de investir, além do ambiente internacional ainda conturbado e as dúvidas quanto à recuperação da atividade, são perspectivas de longo prazo mais pessimistas para a economia brasileira. Enquanto a produção não ocupar toda sua capacidade ociosa e não houver melhora em pontos que afetam a competitividade da economia, o investimento fica em compasso de espera. Em outubro, o nível de utilização da capacidade instalada estava em 84,2%.
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 Sem recuperação
 Evolução mensal da produção e da importação de bens de capital
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"Cbic"

 

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