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AGÊNCIA CBIC

29/04/2014

Investimento em construção civil é o pior entre 70 países

"Cbic"
29/04/2014

DCI Online

Investimento em construção civil é o pior entre 70 países

SÃO PAULO

Estudo realizado pela equipe econômica do Bradesco liderada por Octavio de Barros mostrou que o Brasil, entre 70 países pesquisados, possui o menor peso da construção civil na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), chamada de investimentos totais, o que revela a defasagem da nossa infraestrutura.

"Quando nós decompomos as estatísticas de Formação Bruta de Capital Fixo, o peso efetivo observado de máquinas e equipamento representa 70% e construção civil, 30%. Nos outros países é o inverso, o peso maior é de edificações: pontes, estradas, residências, portos aeroportos, entre outros. Fica claro que o Brasil entre esses países está na outra ponta, com o menor peso de edificações. O Brasil está 'subedificado'", afirmou ao DCI, após participar do evento Seminários Brasileiros – Rumos da Economia, realizado ontem pela Revista Brasileiros.

Na opinião dele, por conta disso, o desafio não é estimular a compra de máquinas e equipamentos, "até porque as empresas estão sempre em busca da fronteira tecnológica", mas, sim, na realizado de obras. "O problema do Brasil é infraestrutura. [O resultado] é um prova incontestável de que para alavancar nossa FBCF é só infraestrutura", entende Barros, cuja opinião é compartilhada por outros especialistas, como o economista do Itaú Unibanco, Caio Megale.

"Hoje, o desafio é a infraestrutura. A solução para uma economia sustentável não é reduzir o consumo doméstico, mas, sim, aumentar aeroportos, por exemplo. O debate teórico de que se é preciso primeiro esperar a demanda para aí começar a investir já passou. A demanda [pelo aumento da classe C] já veio, e temos que resolver isso. Estamos no começo da jornada", avaliou durante o seminário.

Ao também participar do evento, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, garantiu que investir em infraestrutura é um dos focos do governo. "Uma das nossas prioridades é aumentar os investimentos, principalmente em infraestrutura, construção civil, e em setores estratégicos como petróleo e gás", disse.

Na avaliação do presidente do J&F investimentos e do conselho da fabricante JBS, Joesley Mendonça Batista, se o governo der esse rumo, os empresários irão acompanhá-lo. "Como empresário digo que precisamos ter um norte, um plano, uma estratégia. Precisamos saber, do governo, o que esta por vir. Se é infraestrutura, a gente investe. O candidato que ganhar a próxima eleição presidencial, precisa dar esse rumo o mais rápido possível."

Crédito ao consumo

Guido Mantega mostrou preocupação com relação aos incentivos para o consumo doméstico, o que para ele é importante para manter a economia aquecida. "Falta crédito do setor privado, o que existe é para o investimento. O setor privado está criando condições mais rigorosas. O consumo, hoje, cresce 2% ao ano, mais por conta do aumento da massa salarial, e não avança mais em 5% ao ano, como no passado", apontou, ao acrescentar, sem detalhar, que espera uma retomada da demanda.

Ele sinalizou que para alavancar esses financiamentos vai depender mais do setor privado, do que para o público, já que as medidas consideradas como anticíclicas, como as desonerações fiscais para produtos da linha branca – usadas para aumentar o ritmo da economia – não são mais necessárias "Estamos estimulando os investimentos e, não, o consumo. É preciso reduzir tributos, gradualmente, para aumentar a produtividade brasileira. Mas para bens de consumo é sazonal, é quando [a demanda] cai muito", explicou o ministro.

Para Octavio de Barros, será difícil aumentar o crescimento de crédito pelos bancos privados. "A gente não vai voltar com o crédito crescendo, porque a inclusão social [por conta da distribuição de renda, como programas como o Bolsa Família] é decrescente. Além disso, houve a inclusão bancária, mas isso gerou um custo: aumento da inadimplência, Mas a sociedade também mudou, está mais disciplinada para pedir crédito. Por isso, a política de credito precisa ser realista. Se não fica a ilusão que é de má vontade para não conceder crédito ao consumo", avaliou o economista-chefe do Bradesco.

Ao DCI, ele afirmou que não contesta o ministro. "Ele exibiu uma preocupação legítima, mas não vamos ver o crédito ao consumo crescendo a patamares que vimos no passado. O consumo tende a crescer em linha com o PIB. Não é ruim para a economia, é uma nova fase", disse.

O economista do Itaú também comentou que é importante para os bancos o papel de colaborar para o crescimento econômico, mas também "precisam pensar na sustentabilidade" da própria instituição financeira.



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