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AGÊNCIA CBIC

28/08/2012

Gigantes do canteiro

"Cbic"
28/08/2012 :: Edição 389

Jornal Correio Braziliense – 28/08/2012

gigantes do canteiro 

Para grandes obras, grandes máquinas. No caso do Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, são ao menos 26 guindastes gigantescos. O maior, capaz de içar 600 toneladas a até 125,88m de altura. Operando esses monstrengos, há um batalhão de experientes, muito bem treinados e pagos trabalhadores. Eles detêm os melhores salários entre os quatro mil operários da empreitada. Funcionários de empresas terceirizadas, que alugam os equipamentos por hora, recebem de R$ 5 mil a R$ 15 mil mensais. Mas precisam estudar muito, estar sempre atualizados com a tecnologia empregada na construção civil pesada e ter extrema habilidade e concentração.

Na última reportagem da série sobre a construção do estádio, o Correio mostra que na turma de operadores de guindastes, 40 vieram de São Paulo. Quase todos têm grandes obras no currículo, como a expansão do metrô paulistano. Entre eles, José Ramos Ferreira, 46 anos. Nascido e criado na capital paulista, começou a trabalhar em guindaste aos 15, driblando a fiscalização. "Agora, são outros tempos. As máquinas são muito modernas e há muitas regras. Não podemos ficar mais de quatro horas em uma cabine de guindaste, por exemplo", ressalta. No caso desse grupo, uma norma é 10 dias de folga para ficar com a família a cada 60 dias em Brasília, onde divide quartos de uma pousada da W3 Norte.

Apesar da larga experiência, para a maioria, é a primeira vez em um canteiro de obras de estádio de futebol. "Já fiquei até quatro meses fora de casa, trabalhando em hidrelétrica, mas estádio, é o primeiro. Isso aqui é uma cidade", comenta José Ferreira. Até operar guindastes preparados para levantar 800t, ele teve de concluir o ensino médio e fazer muitos cursos técnicos. "A gente ganha bem, mas tem que estar sempre atualizado. Esses guindastes são informatizados e a tecnologia está sempre mudando. No mais, tenho 25 anos em uma mesma empresa. Eles confiam muito em mim", completa o operador.

No canteiro de obras do Estádio Nacional há 12 gruas e 14 guindastes. As gruas são espécies de guindastes de menor porte, com ponta em formato de pinça. Do total, oito suportam de 1,7t a 6t, e quatro, de 4t a 12t. Dos 14 guindastes, dois levantam de 240t a 600t. O maior é um Kobelco SL6000, com altura máxima de lança de 125,88m. Fixado em um canto do futuro campo de jogo, é usado para levar do solo até o ponto mais alto da arena as peças pré-moldadas da arquibancada superior, construída a até 40m.

Família nos andaimes 

Nas alturas, recebendo essas peças, há centenas de operários. Para chegarem até lá, dependem de escadas e andaimes desmontáveis. À frente dos montadores dos andaimes, existe uma família inteira. Os irmãos Claudiomar, 30 anos, Claudinei, 33, e Claudionor da Silva Pereira, 35, trabalham no estádio desde o começo da obra, 13 meses atrás. O caçula foi o primeiro a arrumar emprego na empreitada. "Quando começaram a colocar os tapumes em volta do estádio antigo, vim aqui, perguntei se tinha vaga para montador de andaimes. Quando falaram que teriam várias, logo chamei os meus irmãos", conta.

Hoje encarregado de montagem, Claudiomar trabalha na construção civil desde 2000. Apesar de ter nascido no Distrito Federal, morar em Planaltina e ser um flamenguista apaixonado por futebol, nunca pisou no antigo Mané Garrincha, inaugurado em 1974 e palco de jogos importantes, inclusive da Seleção Brasileira. "Vou fazer de tudo para ver jogos da Copa das Confederações (em 2013) e da Copa do Mundo (2014) aqui. Quero trazer a minha filha e mostrar a obra que ajudei a construir. É um orgulho", afirma o operário, pai de uma menina de 10 anos.

Já Claudinei prefere ir ao autódromo. "Gosto mesmo é de motovelocidade. Futebol, só assisto quando é uma reportagem da época de Pelé e Garrincha. Hoje, os moleques só pensam em dinheiro", explica. No entanto, ele também não esconde o orgulho de erguer o novo Mané Garrincha. "Muitos desses pilares, dessas vigas e dessas lajes têm a minha contribuição", conta o montador de andaime, que no currículo tem a participação em outra grande obra do DF, a recém-inaugurada Torre Digital. Ele, Claudiomar e Claudionor não foram os únicos na empreitada do Estádio Nacional. Os irmãos chegaram a dividir o canteiro com mais quatro parentes, tios e primos.

"Cbic"

 

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