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AGÊNCIA CBIC

04/01/2011

Falta de mão de obra ameaça expansão

 

04/01/2011 :: Edição 036

Jornal Diário do Comércio – MG|   04/01/2011
Falta de mão de obra ameaça expansão

Especialistas alertam para necessidade de também se investir em educação e qualificação profissional

 LÍDIA REZENDE .
 ALISSON J. SILVA

 Empresários da construção civil embutem parte do reajuste salarial dos trabalhadores no valor dos imóveis

 Além do pacote que prevê aportes em infraestrutura, reduções dos gastos públicos, juros baixos e inflação sob controle como receita para a manutenção do crescimento do país, robustos investimentos em educação e qualificação profissional são apontados por especialistas consultados pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO como imprescindíveis para a expansão sustentável da economia nos próximos anos.

 De acordo com o professor de economia da Fundação Getulio Vargas (FGV), Sílvio Sales, a falta de mão de obra qualificada é a responsável pela diminuição dos níveis de atividade produtiva e pelo encarecimento do produto nacional.

 "A demanda pelos serviços faz com que o salário dos empregados aumente. Ou este reajuste é repassado através do encarecimento das mercadorias ou a empresa reduz o ritmo de atividade. As duas ações são extremamente prejudiciais ao mercado", explicou.

 "Estamos pagando um preço muito alto por uma baixa velocidade de desenvolvimento. A única forma de reverter este quadro é através do fortalecimento da educação. Caso contrário, ainda que os danos causados pelos outros entraves sejam resolvidos, a produtividade brasileira sempre crescerá abaixo do seu potencial", destacou Sales.

 O professor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), Ário Andrade, destacou que a vantagem de se investir em profissionalização é o efeito multiplicador que é proporcionado à economia.

 "A educação é o instrumento que retém a riqueza dentro do país. Quanto mais qualificado o trabalhador, maior a renda e seu poder de consumo. Desta forma, o capital reinvestido no mercado interno também será substancialmente maior. Haverá uma mudança na composição dos gastos que permitiria que o país não continuasse dependente do capital estrangeiro", argumentou.

 Por outro lado, as conseqüências impostas pelo despreparo do mercado de trabalho já estão sendo percebidas por diversos segmentos da economia. Conforme o sócio-diretor da Oriens Gestão e Empreendimentos Ltda, sediada na Capital, Luiz Carlos de Melo Marques, os gastos com contratação de funcionários chegam a representar 52% do valor total das obras e a tendência é de que o valor seja ainda maior nos próximos anos.

 "O número deve crescer ainda mais em virtude da escassez de profissionais no mercado. O salário-base estipulado pelo sindicato para a função de pedreiro é de R$ 853,00. No entanto, não é possível contratar um profissional da área por menos de R$ 1,5 mil. Dependendo do nível de qualificação, a remuneração é ainda maior", ressaltou.

 "Para lidar com o problema, tivemos de embutir parte do reajuste salarial no valor dos imóveis, e este custo será repassado ao consumidor. A outra parte do aumento teve de ser absorvida pela empresa, o que achatou a margem de lucro, diminuindo o crescimento da companhia", explicou Marques.

 ALISSON J. SILVA

 O segmento de construção civil é um dos que mais sofrem com a falta de pessoal qualificado no país

 Vagas  – Já o presidente do Sindicato dos Lojistas de Belo Horizonte (Sindilojas-BH), Nadim Donato, afirmou que a margem de lucro do setor também foi prejudicada em razão da falta de profissionais qualificados. "Como o desempenho da economia foi positivo e várias oportunidades de emprego em outras áreas foram abertas em 2010, tivemos ainda mais dificuldade em contratar profissionais, mesmo sem experiência. Cerca de 15% das vagas temporárias para o final de ano, por exemplo, ficaram ociosas na Capital. Em 2011, a tendência é de que esta dificuldade seja ainda maior. Teremos de investir em treinamento e capacitação", disse Donato.

 O recrutamento de profissionais de outras áreas foi a solução encontrada pelo segmento de construção pesada. "Foi a única forma de combater a escassez de pessoal. Passamos a desenvolvemos cursos de profissionalização junto às entidades de classe para preparar os funcionários", disse o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Pesada no Estado de Minas Gerais (Sicepot-MG), Alberto Salum.

 Além da mobilização do setor privado e das entidades de classe para a criação de cursos e treinamentos, Andrade afirmou que o engajamento do governo é fundamental para que o apagão de mão de obra deixe de ser uma ameaça cada vez maior ao crescimento da economia nacional.
 "Apenas as medidas paliativas não resolverão o problema, embora minimizem os impactos.   preciso investir em qualificação desde a educação básica até à universidade. A extensão do programa PróUni, que oferece bolsas de estudo para o ensino superior, ao nível médio e técnico é um começo. No entanto, muito mais ainda tem de ser feito", destacou o professor da Puc Minas.

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