Especialistas enxergam o cidadão como protagonista do futuro das cidades

Disseminar soluções proativas e viáveis relacionadas à governança compartilhada é fundamental para o futuro das cidades. A partir dessa realidade, o ‘Quintas da CBIC’ desta semana (29/10), promoveu um importante debate sobre o desenvolvimento socioeconômico sustentável das cidades e a relevância da participação do cidadão durante o processo.

Confira a íntegra do evento.

A ideia, segundo Silvio Barros, diretor executivo da empresa Solução Consultoria, é transformar os cidadãos em protagonistas no planejamento econômico e sustentável do futuro das suas cidades a curto, médio e longo prazos. “O objetivo é mobilizar e sensibilizar a sociedade para que ela tome decisões hoje, assegurando o futuro que ela vai querer ter, criando mecanismos de governança colaborativa”, explicou Barros. 

O presidente da CBIC, José Carlos Martins, afirmou que pensar no desenvolvimento sustentável das cidades é um ponto crucial para toda a sociedade. “Há 8 anos a CBIC começou essas tratativas, para melhorar o nível do debate sobre o tema. O empoderamento do cidadão e a consciência coletiva são o grande diferencial para fazer pelas cidades, porque enquanto os governantes passam o cidadão fica”, ressaltou.

Martins defendeu a necessidade de um protagonismo por parte da comunidade, pensando no planejamento econômico e sustentável do futuro dos municípios a curto, médio e longo prazos. “É impossível querer mudar o mundo e não querer mudar o que está em torno de nós. O nosso objetivo é fazer com que as pessoas se engajem no assunto, pois o futuro passa por isso. A liderança somos nós, não podemos delegar para terceiros o futuro das nossas cidades”.

Barros destacou que as cidades precisam se planejar e promover uma governança colaborativa. “Quando entra o contexto político, o planejamento feito dura no máximo 4 anos. Por mais que o governante tenha visão, o legado pode não continuar. Por isso a necessidade de um planejamento de longo prazo legitimado pelo cidadão, através de uma interlocução com o gestor público de forma colaborativa”, disse.

Cláudio Bernardes, diretor-presidente da Ingar Incorporadora S/A, trouxe o exemplo de São Paulo e reforçou que acredita que as transformações nas cidades estão relacionadas com os modelos de desenvolvimento urbano. “Temos que propor os modelos adequados e planejar de maneira global, não dá para um setor propor questões pontuais”, disse.

Bernardes enumerou os elementos de propostas para ações de curto prazo, que considera essenciais:

• Cidade inclusiva;
• Economia criativa;
• Requalificação de imóveis;
• Saneamento e meio ambiente;
• Política urbana e habitação;
• Mobilidade e logística;
• Governança.

Já Fabio Ono, representante da subsecretaria de Planejamento da Infraestrutura Subnacional do Ministério da Economia, refletiu sobre a descontinuidade dos planos de governo. “Temos um gap de investimentos em infraestrutura no país, que é gerado pela efetividade do planejamento das obras. Pensando nisso, nos cabe atuar em ações que possam apoiar o planejamento de estados e municípios em três dimensões – conteúdo, processo e produto”, afirmou.

Para Ono, entender as tendências que podem ser disruptivas para o desenvolvimento das cidades é um outro ponto relevante para o desenvolvimento das cidades. “A importância da participação popular e de pensar coletivamente o futuro da região se faz mais necessária que nunca. É preciso buscar também a integração dos planos dos diversos setores, mas por melhor que ele seja, deve ser adaptável”, concluiu.

Quintas da CBIC 

Desde o dia 23 de julho, todas as quintas-feiras, sempre às 17h, com palestrantes de alto nível, por setores de infraestrutura, imobiliária, trabalhista, entre outros, a CBIC realiza o ‘Quintas da CBIC’. No próximo mês de novembro, o evento será exclusivo para os participantes inscritos no 92º Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic).