Entrevista: Empresário demonstra otimismo com o futuro do mercado imobiliário  

Otimista com o futuro do mercado imobiliário, o engenheiro Carlos Fernando de Carvalho é categórico ao afirmar que é apaixonado por grandes desafios. E foi com essa garra que o construtor de locomotivas se transformou em um empresário de sucesso do mercado imobiliário, sendo o fundador da premiada e reconhecida construtora Carvalho Hosken.

Com foco no mercado da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, onde se orgulha de ter construído condomínios como Atlântico Sul, primeiro grande projeto de alto padrão do bairro, o empresário credita o sucesso da empresa à dedicação e ao trabalho ininterruptos, que ajudaram a superar as inúmeras crises do país e a construir a imagem e os projetos da Carvalho Hosken.

No último dia 2 de julho, a contribuição de Carlos Fernando de Carvalho ao desenvolvimento urbano e aos empreendimentos residenciais e comerciais idealizados foi oficialmente reconhecida no Senado Federal, em Brasília, quando foi agraciado com a medalha José Ermírio de Moraes, concedida àqueles que se destacam no País.

 

CBIC Hoje+: A Carvalho Hosken está há mais de seis décadas no mercado, sempre lançando empreendimentos de sucesso e para todas as classes sociais. O que despertou no engenheiro Carlos Fernando de Carvalho a paixão por esse mercado?

Carlos Fernando de Carvalho: Comecei a minha vida profissional construindo locomotivas. Com o passar dos anos, a indústria automobilística avançou sobremaneira pelo país, forçando-me a olhar novos horizontes. Como havia acabado de me formar em engenharia civil, vislumbrei a possibilidade de ser uma das locomotivas do mercado imobiliário da minha cidade e já me imaginava contribuindo para o seu desenvolvimento urbano, criando empreendimentos icônicos que pudessem melhorar a qualidade de vida do seu povo. Sempre fui, em verdade, apaixonado por grandes desafios.

 

C.H.+: Quais são os empreendimentos dos quais o senhor mais se orgulha de ter lançado no mercado?

C.F.C.: A história da Carvalho Hosken é marcada por muitos projetos singulares. Destacaria o Charles de Gaulle, no centro do Rio, o Quintas e Quintais, no Leblon, quando criei o “bairro/conceito” Alto Leblon; o Atlântico Sul, o primeiro grande projeto de alto padrão na praia da Barra da Tijuca, com suas varandas em balanço; o Village São Conrado, com mais de 800 unidades; o Rio2, nosso primeiro bairro planejado, hoje com mais de 5 mil famílias vivendo em total harmonia; a Península, um projeto ecologicamente planejado, no qual a empresa trabalhou cerca de 25 anos recuperando toda a fauna e flora nativas da região antes de lançá-lo; e o Ilha Pura, o primeiro bairro da América Latina a receber o selo LEED ND de Sustentabilidade. Esse último motivo de muito orgulho pois será no curto espaço de tempo um novo destino de alto padrão na Barra da Tijuca.

 

C.H.+: O senhor sempre esteve à frente dos negócios da Carvalho Hosken, acompanhando o dia a dia da empresa. Este é o segredo para estar à frente no mercado imobiliário?

C.F.C.: Sempre priorizei a empresa em minha vida. Gosto muito de trabalhar. Não poderia afirmar que este é o segredo, mas certamente minha dedicação, foco e trabalho ininterrupto ajudaram muito a superar as inúmeras crises do país e a construir a imagem, os projetos e o sucesso da Carvalho Hosken.

 

C.H.+:  O senhor foi visionário em relação ao desenvolvimento urbano na Barra da Tijuca, o que foi concretizado, ao longo dos últimos anos. O que fez seu foco ser direcionado para aquela região e o que falta para finalizar o projeto que chama de Barra do Século XXI?

C.F.C.: No final da década de 70, quando todos olhavam para a região oceânica de Niterói, percebi que a cidade dava sinais claros de exaustão, caminhando, ainda que timidamente, para a zona oeste. Naquele momento, adquiri cerca de 10 milhões de metros quadrados na Barra da Tijuca e vislumbrei, ali, a possibilidade de criar novos conceitos urbanísticos com muita qualidade de vida. Desde aquele momento, venho dando a minha contribuição na indução do desenvolvimento da Barra da Tijuca, não só produzindo produtos de qualidade superior, mas, também, desenvolvendo parcerias público-privadas, embelezando toda a região. A Barra do século XXI já chegou. Uma verdadeira cidade sustentável, independente, geradora de muita riqueza. Considero hoje que a Barra é um grande caldeirão cultural já comparado a Londres, Nova York ou Singapura, centro urbanos desenvolvidos. O único problema ainda reside no seu complexo lagunar que, infelizmente, por falta de verbas públicas, não se teve condições de drenar as lagoas da região para utilizá-las não só como uma excelente alternativa à mobilidade urbana, como também para o lazer dos moradores da Barra da Tijuca.

 

C.H.+:  O que espera do futuro da construção, diante deste cenário ora otimista, ora incerto, que se apresenta atualmente?

C.F.C.: Estou otimista com o futuro. Acredito que tão logo sejam aprovadas as reformas necessárias o país voltará a crescer e encontrará o seu lugar de destaque no cenário mundial. No âmbito da construção civil, notadamente no cenário imobiliário, acredito que no curto espaço de tempo ele voltará pujante e acelerado. O sonho da habitação ainda será por muitos anos a necessidade e o desejo do brasileiro.

 

C.H.+:  Para além do reconhecimento e da satisfação pessoal, qual a importância de receber a medalha José Ermírio de Moraes?

C.F.C.: Fico muito orgulhoso por receber tamanha honraria. É o reconhecimento público de uma vida inteira dedicada a fazer o melhor pelo meu país, notadamente pela minha cidade onde nasci, cresci e criei meus filhos. Afinal, José Ermírio de Moraes foi um grande engenheiro e empresário que, ao criar o hoje Grupo Votorantim, deve ter sido motivado pelos mesmos sentimentos nobres que tive para criar a Carvalho Hosken S/A Engenharia e Construções.