Desafios de Dilma

Jornal Brasil Econômico/BR   |   /05/11/2010

Desafios de Dilma

Cláudio Conz Presidente da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco)

 Após uma campanha muito disputada, de subidas e descidas, finalmente soubemos nesse domingo quem foi a pessoa escolhida pelos brasileiros para liderar nosso país pelos próximos quatro anos. Pela primeira vez na história, temos uma mulher presidente, Dilma Rousseff, que terá um árduo trabalho para que nosso país continue crescendo.Temos a absoluta certeza de que ela estará aberta às demandas de nosso segmento da construção, sempre tão disposto a colaborar com o desenvolvimento. Um efetivo programa de financiamento de materiais de construção, somado ao programa Minha Casa, Minha Vida e aos financiamentos imobiliários, podem reduzir o problema da habitação no Brasil num prazo bem mais curto. Simplificar o processo de financiamento é fundamental para reduzirmos o tempo e melhorarmos a nossa paisagem urbana, além de ajudar a resolver os problemas das pessoas que não possuem uma casa.

 A presidente Dilma terá pela frente muitos desafios.

 É preciso dar continuidade aos programas trazidos por seu antecessor, o presidente Lula, processos dos quais ela participou de maneira decisiva e que foram muito importantes para a construção, como o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e o Minha Casa, Minha Vida. O governo brasileiro entendeu que, para crescer, é imprescindível passar pelo setor da construção civil. Para investir na saúde, é preciso construir hospitais; para investir na educação, é preciso construir escolas; para investir em transporte, é preciso construir rodovias, e assim por diante. Ficamos muito satisfeitos em poder contribuir para um crescimento sustentado,mas muita coisa ainda precisa ser feita.
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 Está na hora de investir no financiamento para quem está reformando, e não apenas no subsídio para a aquisição de imóveis
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 Investir em saneamento e infraestrutura é fundamental.
 O papel da construtora como indutora de novas tecnologias, além de promotora da qualificação profissional, é muito importante. Mas não podemos menosprezar o próprio poder do trabalhador como agente na redução do déficit habitacional brasileiro, que hoje ultrapassa a casa dos 6 milhões de domicílios.

 Por isso, está na hora de investir no financiamento para quem está reformando e não apenas no subsídio de verbas para a aquisição de imóveis. Gostaria de lembrar que hoje, no Brasil, 77% do consumo de material de construção vem do chamado "consumidor formiga". É ele que alimenta a construção "autogerida" no nosso país, aquela em que o próprio cliente compra os materiais básicos, contrata o pedreiro e supervisiona o serviço.

 O potencial desse consumidor é imenso, por isso é muito importante investirmos em políticas de simplificação de acesso ao crédito para a compra de materiais de construção para este público. Nós, do setor do comércio de material de construção, estamos muito animados com as perspectivas. Desoneração tributária, acesso ao crédito, aumento dos financiamentos habitacionais: tudo isso ajuda a aumentar as vendas de materiais e a manter a cadeia produtiva aquecida. Temos de manter essa roda girando, cada vez com mais intensidade, para construirmos juntos o Brasil que esperam e anseiam nascer do trabalho de todos nós.