Crédito sobe 19%

Num cenário de queda na taxa de juros e estímulos ao consumo, o estoque de crédito cresceu acima do esperado pelo governo no ano passado, um movimento que pode arrefecer, mas continuará robusto em 2012. Mesmo assim, o Banco Central não vê riscos inflacionários daqui para a frente. "O crédito vem crescendo de maneira mais forte nos últimos anos. Com uma base maior, é de se esperar uma moderação neste momento, mesmo com a perspectiva de inadimplência melhor em 2012 e de queda na taxa de juros", disse ontem o chefe do Departamento Econômico do BC, Túlio Maciel.

 Em 2011, o estoque total de crédito no país cresceu 19%, ultrapassando a barreira dos R$ 2 trilhões, acima da previsão de 17,5% para o período. Neste ano, Maciel reiterou a estimativa de que a expansão do estoque ficará em 15%, com um volume atingindo 51% do Produto Interno Bruto (PIB). "O crédito evolui num cenário esperado, mesmo acima do previsto e sem risco inflação", argumentou Maciel. No mês passado, a expansão do estoque ficou em 2,3%, chegando a 49,1% do PIB (R$ 2,03 trilhões). Em 2010, o volume havia crescido 20,6%.

 Maciel argumentou que o crescimento do crédito para pessoas físicas mostra que a expansão de 2011 não é inflacionária, pois vem perdendo força. Ele citou como exemplo os empréstimos para aquisição de automóveis, cujo volume cresceu 23%, bem menor que os 49% de 2010. Outra indicação seria o crédito consignado, cujo ritmo caiu de 36,4% para 16,5%. A inadimplência dos consumidores manteve o número de novembro: 7,3%. Entre as empresas, houve uma pequena queda de 0,1 ponto percentual, para 3,9%.