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AGÊNCIA CBIC

29/05/2023

Coordenação Modular e as Possibilidades de Implantação no Brasil

Tema em destaque no 96º Encontro Nacional da Indústria da Construção (ENIC), promovido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), foi a “Coordenação Modular e as Possibilidades de Implantação no Brasil”, que é considerado como um modelo construtivo promissor para o setor, mas que ainda está em fase de implantação.  

A moderadora do painel, Dóris Zechmeister, coordenadora do MODULaB NORIE e professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), introduziu o MODULab como uma iniciativa voltada para a pesquisa e desenvolvimento de soluções construtivas modulares, buscando melhorias na produtividade e sustentabilidade do setor.

“O MODULab_NORIE surgiu da sinergia entre a modularidade e coordenação modular. Atuamos na interface das áreas de Gestão e Economia da Construção, Materiais e Tecnologia do Ambiente Construído”, explicou Dóris. 

A principal pesquisa do grupo esteve associada ao projeto Construa Brasil do então Ministério da Economia e teve como objetivo propor diretrizes para desenvolver e refinar regulamentos técnicos para incentivar o uso de modularidade e coordenação modular. 

Alexandra Baldauf, pesquisadora convidada do MODULab, esclareceu que a coordenação modular refere-se à estratégia de projetar e produzir componentes padronizados e intercambiáveis, que podem ser montados de maneira eficiente e flexível. “Essa abordagem promove a otimização do processo construtivo, reduzindo prazos e custos, além de permitir maior qualidade e precisão nas edificações”, explicou Alexandra.  

Dóris Zechmeister também abordou a importância das plataformas dentro da coordenação modular. Segundo ela, as plataformas são sistemas de base que fornecem suporte para diferentes componentes e módulos, permitindo a integração e a combinação de elementos construtivos de maneira modular. “Isso proporciona maior flexibilidade na concepção e execução de projetos, possibilitando a personalização e a adaptação às necessidades específicas de cada empreendimento”, destacou Dóris. 

Para ela, as plataformas conseguem levar um produto engenheirado pronto, onde não é mais preciso desenvolver o projeto. “Não é mais necessário pois já fiz isso na fase anterior e vou apenas replicar e personalizar de acordo com o que o meu cliente pediu. É que nem a gente pensar num automóvel, onde o projetista não fica projetando cada vez que ele vai vender um carro novo, eu tenho soluções que são engenheiradas”, exemplificou Dóris.

No Brasil, embora ainda haja um caminho a percorrer, já existem exemplos de sucesso na aplicação da coordenação modular. Durante o painel, houve a apresentação do case trazido por Alexandre Soares, engenheiro civil e CEO da Visia. Ele demonstrou a aplicação prática dos conceitos de coordenação modular e plataformas em um projeto de construção modular. O case destacou a eficiência na execução, a redução de resíduos e a sustentabilidade alcançadas por meio da utilização de elementos pré-fabricados e da otimização do processo construtivo.

“A coordenação modular nos permitiu criar uma solução inovadora e customizada para as necessidades do nosso cliente. Além disso, conseguimos reduzir significativamente o tempo de construção, aumentar a qualidade do produto final e reduzir desperdícios”, afirmou Alexandre Soares durante sua apresentação.

Ele destacou ainda que dentro da coordenação modular há também uma forte utilização do BIM como ferramenta de padronização, detecção de erros e planejamento. O sistema BIM foi tema bastante discutido durante todo o 96˚ENIC. 

Aline Zini, engenheira de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) na VISIA e pesquisadora convidada do MODULab_NORIE (UFRGS), também contribuiu com a apresentação do case da VISIA e trouxe seu olhar sobre a aplicação dos conceitos trabalhados dentro do projeto. 

“É muito interessante ver a aplicação prática desses conceitos e os ganhos que se tem em escala em relação à aplicação deles. Isso já vem sendo feito, mas o que aconteceu na verdade foi um olhar da empresa para os seus produtos e entender de que forma esses conceitos estão sendo aplicados e de que forma a gente consegue ao longo do tempo tirando mais vantagem de tudo que esse conceito de padronização e de customização pode trazer para a VISIA também”, destacou Aline. 

Além disso, ela também ressaltou os avanços alcançados na área de coordenação modular no Brasil. “Estamos presenciando uma mudança de paradigma na construção civil, com uma maior valorização da industrialização e da racionalização dos processos. A coordenação modular desempenha um papel fundamental nesse contexto, impulsionando a inovação e trazendo benefícios tanto para as empresas quanto para os usuários das edificações”, comentou Aline.

Finalizando o painel, Dóris Zechmeister, também reafirmou a necessidade da mudança cultural do país. “É preciso que tenhamos isso para que possamos ter a industrialização mais presente no Brasil e assim termos uma construção mais avançada e tecnológica”, finalizou.

O painel pode ser conferido na íntegra clicando aqui ou acessando o canal da CBIC no YouTube.

 

O tema tem interface com o projeto “Inteligência e Estratégia para o Futuro da Construção”, da Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade (COMAT/CBIC), em correalização com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional).

 

O 96º Enic foi realizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), contou com a parceria da FEICON; o apoio do Sesi e do Senai; e teve o patrocínio da Caixa Econômica Federal, Sebrae, Mútua, Zigurat, Totvs, Mais Controle, CV, Sienge, Orçafascio, Kone, PhD Engenharia, Alto QI, Acate, Brain e Ingevity.

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