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01/09/2014

Construção civil recua 8,7% e tem maior queda desde 2002

"Cbic"
01/09/2014

Valor OnLine

Construção civil recua 8,7% e tem maior queda desde 2002

O setor de construção civil apresentou a queda relativa mais expressiva quando analisado o desempenho no PIB no segundo trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano anterior. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), houve uma retração de 8,7%, o pior resultado para essa atividade desde o primeiro trimestre de 2002, quando ela recuou 9,6%.

Ao lado da construção civil, a indústria de transformação foi a segunda grande queda da atividade, registrando um recuo de 5,5% na comparação com o segundo trimestre de 2013.

A lista de setores que influenciaram o resultado ruim da indústria é volumosa. Inclui indústria automotiva, de máquinas e equipamentos, móveis, máquinas e aparelhos elétricos, produtos de metal, metalurgia, produtos químicos, borracha e plástico, têxtil, produtos de madeira e celulose.

A indústria extrativa mineral foi praticamente uma ilha neste contexto ruim. Também quando analisados os dados do segundo trimestre deste ano em relação ao segundo trimestre de 2013, ela cresceu 8%.

O quadro também não fica muito diferente na comparação do segundo trimestre deste ano com o primeiro trimestre, feitos os ajustes sazonais. Apenas a extrativa mineral registra expansão: 3,2%. A indústria de transformação recua 2,4% e a construção civil tem queda de 2,9%.

A trajetória declinante da indústria de transformação e a construção civil, contudo, não vêm de desempenho recente. Quando se analisa a taxa por atividade acumulada em quatro trimestres consecutivos, o recuo da construção civil é de 1,4% e o da indústria de transformação, de 0,2%. A extrativa mineral também destoa neste comparativo: cresce 3,5%.

Octavio de Barros, economista-chefe do Bradesco, ressaltou, em nota, que pesou sobre o desempenho o ajuste na produção de caminhões e bens de capital, após um pé no freio desses segmentos a partir do fim dos incentivos fiscais ao setor ocorrido no final de 2013. Sobre a desaceleração do setor de construção civil, disse que isso ocorreu por uma "moderação do mercado imobiliário" e também pelo fim das obras de infraestrutura para a Copa do Mundo. O banco ainda lembrou que o menor número de dias úteis ou de horas trabalhadas, por conta da realização da Copa do Mundo em junho, teve impacto negativo em grande parte dos setores econômicos.

O economista do Ibre/FGV, Armando Castelar, classificou que a queda no PIB industrial foi "muito forte" e estima que no ano a indústria vai ter um desempenho negativo de 2,5% a 3%. "É pouco provável que você consiga reverter essa tendência até o fim do ano. Acho que a indústria está sentindo o fato de que o investimento caiu, de que a construção civil está indo muito mal, e todos os setores que estão produzindo para a construção civil também. A tendência é a indústria permanecer nesse patamar baixo, com queda em relação ao ano passado", disse.

"Todos os componentes dos investimentos estão caindo. A indústria da construção civil teve um desempenho fraco, o que até diminuiu o emprego do setor. Além disso, a parte de máquinas e equipamentos teve um desempenho ruim, tanto pela produção interna quanto pela importação. Tudo isso contribuiu negativamente para o desempenho dos investimentos", afirmou a gerente de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca de La Roque Palis, durante a divulgação do resultado na sexta-feira. "Várias montadoras concederam férias coletivas durante a Copa do Mundo. Houve demora na renovação de frotas das empresas", lembrou.

Marcelo Carvalho e Gustavo Arruda, do BNP Paribas, chamam atenção para o fato de que parece existir um problema mais profundo do que uma questão de redução de dias úteis, destacando em particular os elevados estoques.

Rodrigo Alves de Melo, economista-chefe da Icatu Vanguarda, concorda. Além dos estoques e da questão dos dias úteis, lembra que há entre os componentes que explicam o resultado ruim a queda da confiança empresarial e o ciclo de alta dos juros.



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