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26/07/2011

Catadores de recicláveis migram para construção civil

"Cbic"
26/07/2011 :: Edição 143

 

Jornal O Diário.com/BR 26/07/2011
 

Catadores de recicláveis migram para construção civil

Atraídos por salários melhores, trabalhadores de cooperativas de reciclagem de Maringá migram para a construção civil. Uma das consequências é a demora na coleta seletiva em vários bairros da cidade. Na zona sul, por exemplo, alguns pontos ficaram duas semanas sem o serviço.
As cooperativas confirmam a migração dos trabalhadores para a construção civil. "Muitos começaram a trabalhar como serventes de pedreiros. A reciclagem é ingrata, porque não tem preço firme e cada um trabalha por si", diz Oscar Pio Guimarães, da Cooperativa Palmeiras.
Segundo ele, as cooperativas estão com dificuldade para atender a coleta nos bairros pela falta de funcionários. Guimarães diz que não é possível acumular os recicláveis à espera de preços melhores. "Não tem como acumular porque vivemos disso", observa.
O presidente da Cooperativa Portal, José de Oliveira Costa, diz que os trabalhadores mais jovens migraram para as construção civil. "Aqui sobraram os mais velhos que faltam muito ao serviço", conta.
 
Exemplo
 
Carlos Roberto de Souza, 35 anos, recolhia recicláveis, mas viu na construção civil uma oportunidade melhor. "Nunca tinha pensado nisso, mas um pedreiro ganha melhor e, atualmente, está valendo a pena", diz.
Ele, que optou pela profissão há 5 anos, faz uma comparação. "A diária de um pedreiro gira em torno de R$ 80 a R$ 90 hoje. Na reciclagem, o quilo de papel chegou a custar R$ 0,35 e agora está a R$ 0,12. A sucata, de R$ 0,25 caiu para R$ 0,70 ou R$ 0,80. Quem trabalha com carroça para carregar o material fica no prejuízo, porque tem gastos com a carroça, é preciso trocar a ferradura do animal de 2 em 2 meses além de gastos com alimentação. Não vale a pena trabalhar com recicláveis hoje", observa.
Para ele, a função de coletar recicláveis está indo para outras mãos: "Hoje, quem mexe com recicláveis são aqueles que não têm uma profissão definida ou são aposentados". Carlos conta que, além dele, diversos amigos da época de coleta de recicláveis foram para a construção civil. O último foi seu sogro. "Ele está trabalhando com registro em carteira na construção civil faz uns dois meses, é pedreiro".
 
Construção civil
 
A indústria da construção civil confirma que o mercado está aquecido e que faltam trabalhadores. O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção e do Mobiliários de Maringá (Sintracom) não tem informações sobre a migração de catadores, mas o setor tem atraído trabalhadores até de outros países, como Paraguai, Peru e Chile.
"Estão faltando profissionais qualificados e até os não qualificados", declara o presidente do Sintracom, Jorge Moraes. Segundo ele, o sindicato registra cerca de 8 mil trabalhadores de Maringá, Paiçandu e Sarandi. "Este número aumenta constantemente. Só neste ano, houve um aumento entre 1,5 mil e 2 mil operários, totalizando os cerca de 8 mil".
O diretor de Relações Trabalhistas do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) de Maringá, Álvaro Pereira da Silva, também diz que não tem informações sobre a migração de catadores, mas acredita que isso esteja ocorrendo. "A quantidade de catadores em Maringá é ínfima, se estiver acontecendo, nem percebemos. Mas não duvido, faltam operários qualificados no setor da construção, o nosso salário é muito bom e está atraindo até profissionais de outras áreas", explica. O menor salário da construção civil é de servente de pedreiro, R$ 1.006,40, segundo o Sintracom . Um mestre de obras ganha R$ 1.886,40.

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