AGÊNCIA CBIC
A força e os desafios da indústria local
23/05/2014 |
Correio Braziliense A força e os desafios da indústria local Apesar de se destacar na renda e no mercado consumidor, o DF enfrenta dificuldades para desenvolver um parque industrial significativo. Mesmo assim, os setores da construção civil e da produção gráfica registram crescimento » CAMILA COSTA » MANOELA ALCÂNTARA » THAÍS CIEGLINSKI O cenário do Distrito Federal inspira. Com Produto Interno Bruto (PIB) per capita três vezes superior à média nacional, forte mercado consumidor e a maior renda entre todas as unidades da Federação, Brasília desperta o interesse de investidores, mas amarga desempenho pífio quando o assunto é industrialização. A falta de uma política voltada para o setor gerou um cenário hostil para esse tipo de negócio, que enfrenta problemas que vão desde a falta de infraestrutura ao excesso de burocracia. Mesmo diante de um contexto nada animador, no entanto, alguns segmentos conseguem se firmar e se destacar nacionalmente. De hoje até domingo, o Correio publica uma série de reportagens com o objetivo de desvendar os detalhes que fazem os ramos da construção civil, do vestuário e da produção gráfica, os três mais representantivos, alcançarem resultados significativos, apesar de enfrentarem os mesmos desafios de outros setores. A indústria do DF tem todas as condições de crescer, mas precisa de um programa efetivo. É necessário muito foco para disputar com as outras unidades da Federação , explica Geovani Fagunde, sócio da consultoria PwC Brasil. Há gargalos até mesmo entre os setores que conseguem prosperar. O bom desempenho da construção civil no DF, que emprega atualmente 85 mil pessoas e é responsável por 3,9% do PIB local, poderia ser ainda maior caso fossem eliminados alguns obstáculos, como a insegurança jurídica. Precisamos, entre outras coisas, de discutir com calma a Luos (Lei de Uso e Ocupação do Solo), que liberará muitas questões referentes a terrenos que ainda são duvidosas , destaca o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do DF (Sinduscon-DF), Julio Peres. Qualificação A cidade que nasceu como um canteiro de obras, 54 anos depois da inauguração, ainda não perdeu o fôlego. O lançamento de empreendimentos imobiliários, a despeito dos elevados valores cobrados pelo metro quadrado no DF, acontece em ritmo acelerado. O alto poder aquisitivo da população é um dos principais motivadores do segmento, que carece de mão de obra especializada. O problema da falta de qualificação não é exclusividade da construção civil. O quinto maior parque gráfico do país sofre com a falta de gente capacitada. Para absorver a crescente demanda por serviços, os empresários têm uma opção: formar os trabalhadores. Sem cursos disponíveis na capital e os existentes são caros ou com poucas vagas , os atraentes postos de trabalho do setor costumam ficar vagos por muito tempo. É o caso dos impressores, profissionais disputados, com salários que variam entre R$ 4 mil e R$ 8 mil. Rápida expansão Criada como alternativa de moradia, em 1992, desde o início, Águas Claras surgiu como uma promessa de cidade vertical. O rápido crescimento da região administrativa rendeu o título de maior canteiro de obras da América Latina, em 2007. Com 22 anos, tem hoje 121 mil habitantes e uma área de 31,5km² . A região abriga 590 edifícios construídos, 203 obras em andamento e 289 lotes livres, totalizando cerca de mil terrenos. |
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