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AGÊNCIA CBIC

17/05/2019

91º ENIC: Especialistas discutem os desafios da inovação na construção

Rio de Janeiro- 17/05/2019 - ENIC 2019 - PAINEL COMAT - Da Encol até hoje - O que mudou na forma de coonstruir. Luiz Henrique Ceotto, Sênior partner da empresa de consultoria em produtividade Tecnoeng Consultoria Empresarial Ltda. Foto Ernesto Carriço/Divulgação

No último dia do 91º Encontro Nacional da Indústria da Construção (ENIC) o painel ‘Da Encol até hoje – O que mudou na forma de construir?’, abordou as iniciativas de inovação na indústria nos últimos 30 anos. Logo na abertura, Dionyzio Klavdianos, vice-presidente da Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade (Comat) da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), destacou a importância de se pensar no futuro e convidou o público a conhecer a plataforma digital Construção 2030, lançada ontem no ENIC.

Confira a galeria de fotos do painel

“O Construção 2030 surgiu em 2017, quando percebemos na Comat que havia uma série de projetos sobre o futuro da indústria que precisava de um guarda-chuva maior. Apresentamos o 2030 no ENIC 2018, em Florianópolis, e lançamos aqui a plataforma”, destacou Klavdianos. “A plataforma traz várias perspectivas do que pensamos que pode ser o futuro. E, por mais que pareça difícil, não podemos nos furtar ao trabalho de antever as tendências do setor, principalmente nós, que representamos as construtoras menores”.

Precursora da inovação no setor, a Encol criou parâmetros para um bem-sucedido modelo de Sistema de Qualidade. O processo incluía desde o estabelecimento de normas para a elaboração dos projetos até a criação de manuais de uso e manutenção de materiais. Em termos de recursos humanos, investiu em treinamento e na conscientização para a qualidade do produto final. A empresa faliu 1999.

Luiz Henrique Ceotto, engenheiro e senior partner da Tecnoeng Consultoria, contou que, nos Estados Unidos, a indústria da construção civil trabalha para dobrar sua produtividade — que já é seis vezes maior do que a brasileira. Ele lembrou ainda que, na China, já há empreiteiras construindo 15 pavimentos por semana e que pelo menos uma dessas empresas já esteve prospectando o mercado nacional. “Eles querem construir os pavimentos lá e exportar. Precisamos estar atentos, porque há tecnologia para fazer isso”, observou Ceotto.

O engenheiro fez um paralelo entre o que era o setor em 1985 — quando a Encol despontou — e como está hoje. Muitas das inovações foram incorporadas, em especial no que diz respeito à democratização de novas tecnologias e a mudança do processo de produção, tirando o foco dos materiais para o sistema como um todo. Mas ele ainda vê gargalos, principalmente na falta de capacitação da mão-de-obra e na dependência de financiamento do Estado.

“Nosso ciclo de produção é muito longo e não temos a visão de que o tempo joga contra, porque aumenta o custo fixo. Com isso, a taxa de retorno não dá atratividade para o investidor. Ninguém quer empatar dinheiro por tanto tempo e nós ficamos nas mãos dos bancos”, afirmou Ceotto. “E há uma crença de que o setor tem a obrigação de absorver mão de obra não qualificada. Mas sem profissionais capacitados, fica mais difícil pensar em produtividade e eficiência.

Temas-chave para o futuro da indústria

Produtividade, rapidez e qualidade também são temas-chave para o futuro da indústria, na avaliação de Saulo Suassuna, CEO e fundador da Molegolar, startup pernambucana que vem conquistando o mercado ao oferecer imóveis compostos por módulos, que podem ser separados ou incorporados, de acordo com a preferência e as necessidades dos clientes. O banco de dados da empresa tem mais de cinco mil módulos pré-concebidos. A Molegolar já iniciou 140 projetos, de incorporadoras distintas, em lugares diversos; projetou 160 torres; e fez contatos com 466 construtoras de 73 cidades e 13 países.

“Por que não deixamos o mercado escolher o que quer comprar, em vez de tentar adivinhar o que o comprador quer?”, provocou Suassuna. “A vida das pessoas muda constantemente e, muitas vezes, no ciclo longo da construção civil está de um jeito no momento da compra de um imóvel e de outro completamente diferente quando o prédio fica pronto. A solução deve ser aplicável em qualquer lugar”, disse o CEO da Molegolar.

Em outra frente, a Viana & Moura Construções também está mudando a maneira de pensar a construção civil. A empreiteira de casas populares, originada da experiência industrial da Baterias Moura e foco nas famílias com renda entre um e três salários mínimos – faixa que concentra 90% do déficit habitacional. “Cerca de 80% dos nossos pedreiros entraram na empresa como serventes. Eles vão sendo capacitados até chegar a pedreiro líder, o que, em geral, leva um ano e meio. Quando alcança esta função, tem a responsabilidade de preparar outros serventes”, explicou diretor de Urbanismo, Charles Moura.

A empresa trabalha em um sistema de produção contínua, que reduz custos e permite deixar o ciclo da construção em três anos. A construção de uma casa de 46 metros quadrados, em um lote de 160 metros quadrados, por exemplo, leva apenas oito dias. Com o uso de um sistema da World Class Manufacturing, aplicado na Viana & Moura por um especialista da Fiat Automóveis, eliminou-se perdas e desperdícios. “Ao contrário da indústria convencional, é a linha de produção que passa pelo produto”, disse ele.

Promovido pela CBIC, o 91º Encontro Nacional da Indústria da Construção (ENIC) é uma realização do Sindicato da Indústria da Construção no Estado do Rio de Janeiro (Sinduscon-Rio) e conta com a correalização da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Rio de Janeiro (Ademi-Rio) e do Serviço Social da Indústria da Construção do Rio de Janeiro (Seconci-Rio).

Os temas tratados no painel são trabalhados nos projetos ‘Gestão das Normas Técnicas do Setor’ e ‘Tendências e Melhorias de Gestão, Tecnologia e Inovação na Construção’, realizados pela Comat/CBIC, com a corralização do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional).

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