Segurança hídrica como medida de solução para emergências climáticas

A segurança hídrica foi apresentada como uma medida para mitigar as emergências climáticas que estão afetando diversas regiões do país nos últimos meses. O debate em torno do assunto foi promovido nesta quarta-feira (12), pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), durante o 96º Encontro Nacional da Indústria da Construção (ENIC), que acontece dentro da FEICON, no São Paulo Expo. 

O painel reuniu diversos representantes do setor, além de especialistas em meio ambiente e gestão de riscos. Os participantes destacaram a importância do papel da construção na adaptação às mudanças climáticas e na redução de riscos associados aos eventos climáticos extremos, como inundações, deslizamentos de terra e secas prolongadas. 

Para a presidente da Comissão Técnica de Recursos Hídricos e Saneamento da Sociedade Mineira de Engenheiros, Patrícia Boson, a segurança hídrica é uma das medidas para serem usadas como solução dos problemas dos eventos extremos. “Mudança climática e emergência climática nada mais é do que segurança hídrica. É onde nós todos temos que investir. Temos que trabalhar muito além do que em controle de emissões, nós temos que trabalhar com segurança hídrica”, destacou Patrícia. 

Para que a segurança hídrica aconteça de forma estratégica é preciso que ela tenha quatro dimensões: econômica, humana, ecossistêmica e de resiliência. “Todas as dimensões devem ser balizadoras para a gestão de água no sentido de garantir equidade ao acesso, preservação do recurso natural e prevenção e mitigação de impactos oriundos de crises e desastres ambientais”, explicou o Diretor da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), Filipe de Mello Sampaio Cunha. 

Para o diretor da ANA, quaisquer desvios na sinergia da interação entre esses fatores, associados a períodos mais críticos de escassez de chuvas, podem resultar em insegurança hídrica e na instalação de crises hídricas como as que vêm afetando o Brasil nos últimos anos. 

Como exemplo recente de crises enfrentadas pelo país, Sílvio Barros, ex-prefeito de Maringá e consultor da CBIC do projeto “O Futuro da Minha Cidade”, trouxe o episódio da tragédia de São Sebastião (SP), que aconteceu em 19 de fevereiro deste ano, e deixou o litoral norte de São Paulo devastado.

“Os números não têm precedentes, foram mais de 800mm de água em 24h. Isso nunca aconteceu, mas vai acontecer de novo e não vai demorar muito, caso a gente não faça nada a respeito”, destacou Silvio, que ainda provocou uma reflexão aos participantes do painel. “Essa situação vai ficar pior, e como é que a gente vai conseguir resolver isso? Qual é o papel da engenharia na prevenção, na solução desses problemas? É o que precisamos refletir”, disse. 

Este painel teve interface com o projeto “O Futuro da Minha Cidade”, da Comissão de Meio Ambiente e Sustentabilidade – CMA/CBIC, e “Sustentabilidade das Empresas de Obras Industriais e Corporativas”, da Comissão de Obras Industriais e Corporativas – COIC/CBIC, em correalização com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional).

O 96º Enic é realizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), conta com a parceria da FEICON; o apoio do Sesi e do Senai; e tem o patrocínio da Caixa Econômica Federal, Sebrae, Mútua, Zigurat, Totvs, Mais Controle, CV, Sienge, Orçafascio, Kone, PhD Engenharia, Alto QI, Acate, Brain e Ingevity.

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