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AGÊNCIA CBIC

11/02/2015

Retrato da economia deve melhorar após revisão do PIB

"Cbic"
11/02/2015

Valor Econômico – 11 de fevereiro

Retrato da economia deve melhorar após revisão do PIB

Conjuntura  Para LCA, alta anual entre 2011 e 2014 subiría de 1,6% para 2,5%

Por Flavia Lima | De São Paulo 

 A ampla revisão da série histórica do Produto Interno Bruto (PIB) deve ser divulgada em fatias ao longo deste ano, com grandes chances de melhorar o retrato da economia – ao menos em retrospecto. Justamente por conta dessa revisão, o IBGE vai atrasar em um mês os dados do PIB relativo ao quarto trimestre e ao ano fechado de 2014 – que saem apenas em 27 de março quando usualmente são divulgados no fim de fevereiro.

Novos dados vão ser incorporados a partir de 2010, com a possibilidade de reestimativa da série inteira até 1995. O Valor   apurou que a revisão do PIB de 2010 e 2011 será divulgada em 11 de março, enquanto os novos dados relativos a 2012 e 2013 estão previstos para 17 novembro.

Na última segunda-feira, economistas estiveram em seminário no Rio sobre o tema e falaram ao Valor   na condição de anonimato. A percepção geral é que a inclusão de novos dados às contas nacionais deve trazer resultados positivos ao PIB do período, embora a conta seja difícil de fazer em razão da dimensão da mudança estrutural.

Uma das poucas consultorias a colocar os números na ponta do lápis, a LCA Consultores avalia que as mudanças podem fazer com que o crescimento médio do PIB entre 2011 e 2014 seja revisto de 1,6% ao ano para perto de 2,5% ao ano – com destaque ao desempenho da economia sobretudo na primeiro metade do período. Para os anos anteriores, a consultoria não se arriscou a fazer previsões.

Como se está acrescentando "novas informações" ao PIB, isso certamente vai ter efeito positivo, diz um economista que não quis ser identificado. Na opinião de outro, após os dados trimestrais quem saem em março, talvez seja possível ter uma visão mais clara sobre o tamanho do impacto das mudanças sobre o PIB que, em sua avaliação, também será benigno.

A ampla revisão ajusta as contas nacionais aos padrões internacionais, incorporando metodologia estabelecida em 2008 pela ONU, dentre outros órgãos. Com ela, serão também divulgados os resultados dos PIBs definitivos de 2010 a 2013, ainda não conhecidos. Embora pouca gente se dê conta, os números do PIB que todo mundo olha a cada trimestre são parciais e revistos mais duas vezes em uma janela de dois anos – período ao fim do qual se conhece o chamado PIB definitivo. Justamente em razão dessa revisão mais ampla, a divulgação dos PIBs de 2010, 2011 e 2012 foi adiada. Já o de 2013 seria mesmo conhecido neste ano.

Uma das mudanças conceituais mais importantes a ser incorporada nas contas nacionais será a inclusão dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) na conta da formação bruta de capital fixo (FBCF), ao lado de máquinas e equipamentos e da construção civil. Até 2009, o segmento de pesquisa e desenvolvimento, que corresponde a pouco mais de 1% do PIB, era incorporado aos gastos e não ao investimento do governo e de empresas privadas.

Outra mudança importante na mesma rubrica inclui a exploração de petróleo e gás natural. A partir de agora, custos com licenças ou perfurações serão contabilizados como investimentos. Ou seja, poços de petróleo perfurados, ainda que não produtivos, também entram nos dados de formação bruta – o que não ocorria. A ideia subjacente é que o processo também gera conhecimento.

Na atividade de energia elétrica, as termelétricas passarão a ter tratamento diferenciado, tornando os custos elevados em comparação às hidrelétricas mais claros. O setor de saúde também será melhor detalhado. Nele, o tipo de serviço prestado (consulta, internação, ou diagnóstico, por exemplo), a qualidade e o valor desses serviços também serão melhor delineados.

A revisão deve trazer ainda a substituição de pesquisas importantes mais antigas por versões mais recentes, como o Censo Agropecuário de 2006, a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2008/2009 e o Censo Demográfico de 2000 a ser substituído pelo de 2010. Deve incorporar também a PNAD Contínua, pesquisa conjuntural que já vem sendo divulgada e deve substituir a Pesquisa Mensal de Emprego (PME). O IBGE promete ainda uma atualização do programa (software) de ajuste sazonal das séries históricas.

A partir de 2010 serão incorporadas também informações estruturais fundamentais, como as Pesquisas Anuais do Comércio, Indústria, Construção e Serviços. Para a equipe da LCA Consultores, são essas as pesquisas com maior potencial para melhorar o PIB do período mais recente. Com relação à nova metodologia, a consultoria avalia ser bem mais complicado antecipar os impactos sobre as séries históricas das contas nacionais.

Segundo a LCA, boa parte dos países que incorporou os dados de P&D ao investimento viu seu PIB nominal ser revisto para cima entre 2% e 4%, com parte relevante desse acréscimo sendo explicado pela incorporação. Já o impacto sobre a taxa "real", diz a consultoria, não seria tão evidente.

A metodologia atual usada pelo IBGE com referência 2000 foi introduzida em março de 2007 e revisou todo o histórico desde 1995. Com essa última mudança, diz a LCA, o crescimento médio da economia de 1996 a 2005 foi revisto de uma alta de 2,2% ao ano para 2,4% ao ano. A nova ampla revisão deve aproximar as contas nacionais às séries históricas de outros países, que já adotam o manual internacional de 2008, como EUA, Canadá, México, Austrália e Peru.



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