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AGÊNCIA CBIC

10/02/2011

Participação de mulheres na construção civil cresce no interior de Minas

10/02/2011 :: Edição 035

Jornal O Estado de Minas/BR   |   /10/02/2011

participação de mulheres na construção civil cresce no interior de minas

As mulheres começam a subverter o ambiente
masculino dos canteiros de obras da construção civil no interior de Minas
Gerais, se aproveitando da escassez de mão de obra que alcança níveis críticos
no setor. Depois de conquistar vagas em Belo Horizonte, onde muitas viveram a
primeira experiência de trabalho numa área até então reservada aos homens, mulheres
já são mais da metade dos estudantes nas aulas de qualificação profissional e
estão trabalhando na construção de edifícios e plantas industriais em
municípios, como Itabira, na Região Central do estado, Betim, Nova Lima, Pedro
Leopoldo, Sabará, Esmeraldas e Ribeirão das Neves, na Grande BH.

De carpinteiras a pintoras e eletricistas, as alunas formam grupos de mais de
70% de quase 3 mil trabalhadores qualificados no Plano Setorial de Qualificação
(Planseq) da construção civil em curso no entorno de Belo Horizonte, ministrado
nas escolas do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-MG). Em
Itabira, exemplo mais surpreendente de como as mulheres estão quebrando
resistências ao chamado sexo frágil na construção civil, elas já são 10% dos
trabalhadores que as empreiteiras da Vale S/A buscaram na escola local do
Senai-MG.

A instituição, por encomenda da Vale, qualificou 1 mil trabalhadores no setor
para atender o projeto de construção de uma usina de tratamento de minério do
projeto Conceição Itabiritos. Dos 350 contratados pelas prestadoras de
serviços, 35 são mulheres. Elas são maioria nos cursos do Programa de
Preparação para o Mercado de Trabalho conduzido pela mineradora para suprir de
mão de obra seus projetos de expansão em Raposos, Itabirito, Nova Lima e Rio
Acima.

Márcia Jatobá, gerente geral de recursos humanos da Vale em Minas, observa que
a participação feminina já vinha alcançando áreas, como a manutenção industrial
e a operação de máquinas. A companhia pretende qualificar 6,5 mil trabalhadores
nos próximos dois anos. “As mulheres estão rompendo o paradigma da força e
mostram que têm competência para atuar nessas áreas até então dominadas pelos
homens”, afirma.

Tendência

Para Edmar Alcântara, gerente de educação profissional do Senai-MG, a
participação feminina firmou tendência na construção, embora o alicerce dessa
conquista de vagas ainda se mantenha na falta de mão de obra. Outro detalhe que
não pode ser descartado é o fato de as vagas do Planseq estarem direcionadas
aos beneficiados do Bolsa-Família, que incluem boa parte de mulheres. “A
própria sociedade tem de entender que essa mão de obra veio para ficar”,
defende.

Em Itabira, uma das empresas que quebrou a resistência ao trabalho feminino foi
a RN Pintura e Acabamento, criada há um ano pelas amigas Sabrina Najar e
Gersildes Reis Machado, que puseram a mão na massa e enfrentaram o mesmo
preconceito. Elas passaram a só contratar mão de obra feminina e vão logo
explicando o porquê. A RN contabilizou, com a nova política de admissões, uma
redução de custos de 35%, eliminando desperdícios com materiais. “As mulheres
são detalhistas, capricham, desempenham tarefas em tempo menor e são mais
comprometidas com o trabalho”, diz Sabrina Najar.

Troca de área

O construtor Eber Penna Jácome, dono da Prisma Edificações, uma das maiores
empresas de Itabira, resume bem a dificuldade da construção civil. “Quando a
empresa perde um funcionário, leva de 60 a 90 dias para recompor a vaga. Até
2009, era possível escolher, diante de tantos candidatos”, conta. Nas obras da
Vale, as mulheres deixaram de ser novidade no trajeto que se estende por um
quilômetro dentro da mina de Conceição. Juliana Rodrigues dos Santos, de 22
anos, trocou a vida incerta de diarista sem os direitos assegurados na carteira
de trabalho pelo emprego como meio oficial de armador.

Desempregada, Rosilane Oliveira Costa, de 28, conquistou a primeira
oportunidade de trabalhar depois de dois anos e meio à procura de vagas no
comércio e no setor de serviços. Rosilane e Juliana fizeram o curso de
qualificação no Senai, chance que elas esperavam para ganhar experiência em
alguma área mais ativa no município. “Mesmo com o curso de informática básica,
procurei trabalho no comércio e continuou difícil encontrar oportunidade”,
conta Juliana. “Aos poucos, as mulheres chegam lá (na construção civil). Quando
eu digo que sou carpinteira, muita gente nem acredita”, diz Rosilane.


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