Oferta de CRI pela Caixa pode chegar a R$ 4 bi

Outra fonte de recursos que tem sido acessada pelas instituições para levantar recursos para o financiamento à habitação é a securitização da carteira de crédito por meio da emissão de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs). A Caixa, que já testou esse mercado, pretende emitir um total entre R$ 3,5 bilhões a R$ 4 bilhões em CRIs neste ano, afirma Márcio Percival Alves Pinto, vice-presidente de finanças da instituição.

 Desse bolo, a instituição já emitiu R$ 2,2 bilhões em CRIs lastreados na sua carteira imobiliária para o FGTS. A intenção é lançar agora cotas de fundos imobiliários de CRIs, distribuídas a investidores de varejo até o fim do semestre. A ideia é captar com esses fundos cerca de R$ 500 milhões, diz Percival.

 A Brazilian Securities também está estruturando uma emissão de CRIs para um banco privado.

 A percepção geral é que a remuneração da poupança deve tornar mais atrativo o investimento em papéis com lastro imobiliário como as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e CRIs, que contam com isenção de Imposto de Renda, acredita Vitor Bidetti, diretor da Brazilian Mortgages.

 A nova proposta de remuneração da caderneta anunciada pelo governo no início deste mês prevê um retorno equivalente a 70% da taxa Selic quando a taxa básica de juros for inferior a 8,5% ao ano. Na BM, o retorno médio oferecido pelas LCIs é de 90% do CDI, com aplicação mínima a partir de R$ 20 mil.

 Como não conta com recursos da poupança, a emissão desses títulos é utilizada pela BM como fonte de recursos para a carteira imobiliária corporativa. As emissões de LCIs pela instituição cresceram 67% no ano passado, e já somam R$ 1 bilhão. Esses recursos respondem por 80% do funding da carteira imobiliária, que somava R$ 1,2 bilhão.