Enic: Mercado Imobiliário demostra otimismo, mas acende luz amarela

Especialistas do mercado imobiliário apontaram nesta quinta-feira (21/10), durante o 93º Encontro Nacional da Indústria da Construção, os desafios das empresas do mercado imobiliário para 2022, como a adequação dos custos de construção, o aumento das taxas de juros e a burocracia, em painel online que tratou do tema.

Ao abordar a estratégia desafiadora do mercado imobiliário para o próximo ano, o diretor da Plaenge, Fernando Fabian, destacou que a empresa está atenta à situação, mas ligeiramente otimista. “O mercado imobiliário se comportou bem durante a pandemia. Apesar da volatilidade, no acumulado do ano passado e deste ano, o resultado é positivo”, disse.

Por outro lado, ressaltou os impactos dos aumentos dos materiais de construção desde o início da pandemia. “O custo real do imóvel aumentou 6 a 7% além do INCC. Quando se trabalha com o imóvel na planta, isso traz incertezas”, enfatizou.

O presidente da Direcional, Ricardo Ribeiro Valadares Gontijo, acrescentou que, do ponto de vista de demanda estrutural por habitação, o cenário é positivo. No entanto, reforçou dois pontos de atenção: custos e juros, em relação ao impacto dessas duas variáveis, tanto no segmento do Casa Verde Amarela quanto no de mercado.

Gontijo salientou que a demanda continua sólida, o crédito continua disponível, mas tem uma luz amarela. “O percentual de aumento de custos foi sentido nos segmentos Casa Verde e Amarela e de mercado, o que tem exigido um aumento de preço para operar com o mínimo de retorno que justifique a atuação e riscos no mercado imobiliário”. Além disso, reforçou que, no cenário de aumento de taxas de juros, preocupa saber qual será o impacto disso no custo do crédito imobiliário. “A Caixa tem tido um papel bastante relevante na manutenção dos patamares de atuação e desenvolvimento do setor, sem um grande impacto da Selic ou da taxa pré-fixada”.

O vice-presidente de Habitação da Caixa, Jair Luis Mahl, enfatizou que a demanda continua forte, a oferta está bem cuidada, há condições diferenciadas para as construtoras pegarem crédito na Caixa e taxas de juros atrativas. “A Caixa Econômica Federal continuará sendo o esteio do setor da construção, dos financiamentos e das pessoas que querem comprar seus imóveis. Sempre atenta a eventuais mudanças e oportunidades que vão surgir”, sublinhou.

Já o vice-presidente da CBIC Região Sudeste, Aristóteles Passos Costa Neto, lembrou a posição desfavorável do Brasil no Relatório do Doing Business Subnacional Brasil 2021, realizado pelo Banco Mundial nos 26 estados e no Distrito Federal, na questão da burocracia, o que representa um aumento de custos para os empresários.

Para Aristóteles, a Jornada do Empreendedor é o grande desafio para o pequeno e médio empresário. Informou que a CBIC tem trabalhado para melhorar essa jornada, o desempenho e a performance desse processo. O objetivo é melhorar o método de aprovação dos projetos de licenciamento de obras e licenciamento ambiental junto às prefeituras e a interlocução do empreendedor com os cartórios.o

Foi registrado que não há distratos, em razão dos cuidados das empresas para que a venda seja sustentável a longo prazo. Assim como, o desafio do mercado em recompor margens com a perspectiva de incremento nos preços dos imóveis, mas com o menor repasse possível, dependendo do cenário.

O painel tem interface com o projeto “Melhorias para o mercado imobiliário” da Comissão da Indústria Imobiliária (CII) da CBIC, com correalização do Senai Nacional.

O 93º Enic é uma realização da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e conta com apoio do Serviço Social da Indústria (Sesi Nacional), do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional) e de entidades do setor, com patrocínio do Sebrae, OrçaFascio, Konstroi, Agilean, Brain Inteligência Estratégica, Mútua, Predialize, Roca, Sienge + Softplan, Aval, Softwareone, TK Elevators e Frontera.