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28/11/2014

Emprego e renda: conjuntura atual ameaça avanço

"Cbic"
28/11/2014

Diário do Nordeste

Emprego e renda: conjuntura atual ameaça avanço

O economista Eduardo Giannetti proferiu, ontem, em Fortaleza, a palestra da quarta edição do Brasil em Debate, fórum de ideias promovido pela Coopercon-CE e pelo Sinduscon-CE. O evento reuniu cerca de 500 pessoas Foto: bruno gomes

País que despontava como a estrela das nações emergentes de 2003 a 2010, registrando crescimento médio acima de 4% ao ano, o Brasil vive hoje um momento de reversão de expectativas. Neste novo cenário, a desaceleração da economia, a inflação girando em torno do teto da meta e o déficit das contas correntes são fatores que ameaçam a geração de emprego e o aumento da renda dos brasileiros.

A análise é do economista Eduardo Giannetti, que proferiu ontem, em Fortaleza, a palestra da quarta edição do Brasil em Debate, fórum de ideias promovido pela Cooperativa da Construção Civil do Ceará (Coopercon-CE) e pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE). O evento aconteceu no La Maison Cidade, no bairro Dunas, reunindo cerca de 500 pessoas.

Os novos rumos do Brasil, acredita o economista, dependerão da nova equipe econômica do governo Dilma, que terá Joaquim Levy no Ministério da Fazenda e Nelson Barbosa no Ministério do Planejamento, além de Alexandre Tombini no Banco Central. Para Giannetti, a escolha de Levy é um sinal de que o governo reconheceu que errou na condução da economia. E ainda representa, para o mercado, uma guinada de 180 graus.

"O emprego e a renda ainda vêm se sustentando, por causa da pujança do setor de serviços. Mas, se não mudarmos de rota, vamos ter no Brasil a volta de uma situação social que não queremos mais", diz Giannetti, destacando que o País passa por uma instabilidade financeira.

Na opinião dele, o Brasil chegou à atual situação por conta de três fatores: externo, estrutural e conjuntural internos. Com relação ao primeiro fator, o economista destaca que a injeção de recursos de países desenvolvidos no sistema financeiro de nações emergentes perdeu força nos últimos anos.

Giannetti lembra que os preços das commodities vendidas pelo País para o mercado exterior – que foram valorizados durante os dois governos Lula, ajudando a equilibrar as contas internas e a expandir o consumo – vêm caindo nos últimos anos. "O ambiente externo mudou, e mudou para pior, afetando a nossa economia. Este ambiente, porém, é coadjuvante, e não protagonista", afirma.

Problemas internos 

 Conforme analisa, são determinados problemas internos que colocam a economia brasileira numa corda bamba, a exemplo da alta carga tributária bruta, imposta pela União, estados e municípios. De acordo com Giannetti, a cobrança excessiva de impostos é algo que não se restringe aos governos recentes, mas que vem desde 1988, ano em que foi aprovada a atual Constituição.

"Naquela época, 24% do PIB (Produto Interno Bruto) iam para o governo na forma de impostos. Atualmente, esse índice corresponde a 36%. Todos os governos aumentaram a carga tributária. O Estado brasileiro não cabe no PIB", aponta.

À media que arrecada muito, o Brasil investe pouco devido aos aumentos dos gastos correntes, que respondem por 41% de tudo o que é produzido em território nacional. "Nossa média de investimento é 17% do PIB, uma capacidade pequena. Enquanto isso, a China investe 40%, a Índia 28%, e Chile, Colômbia e Peru de 25% a 30%", complementa o economista.

'Aposta redobrada' 

 Giannetti, que foi membro da equipe econômica da candidata Marina Silva durante a última corrida presidencial, comemora que "o País não foi para o caminho da aposta redobrada" e torce para que, no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, o Brasil retome o crescimento, que deverá ficar abaixo de 0,5% neste ano. Por outro lado, teme que a relação entre a presidente e a nova equipe econômica seja um acordo de mútua destruição. "Ou a Dilma mudou, ou o Joaquim Levy mudará, ou nenhum dos dois mudará. Prefiro que a Dilma tenha mudado, mas, como analista de mercado, acredito mais na terceira opção", conclui Eduardo Giannetti.

Raone Saraiva 

 Repórter

 


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