AGÊNCIA CBIC
É mais fácil cortar investimentos
02/03/2015 |
O Globo – 28 de fevereiro É mais fácil cortar investimentos Artigo George Vidor O setor público praticamente não poupa no Brasil. As receitas são quase consumidas pelas despesas de rotina, chamadas de custeio, que incluem o pagamento de funcionários, benefícios sociais e gastos do dia a dia da máquina pública. O governo federal como um todo investe menos de 1% do Produto Interno Bruto (PIB). E esses números foram inflados no ano passado com a inclusão do programa Minha Casa Minha Vida (de fato, a construção civil geralmente é contabilizada como investimento e não como consumo). Embora enorme, a despesa de custeio é a mais difícil de ser comprimida. Quando isso acontece, começa a faltar esparadrapo na rede de saúde, merenda nas escolas ou a limpeza das instalações públicas é suspensa. Daí que, para o gestor público, o mais fácil e mais rápido, quando a conjuntura é desfavorável, é cortar ou suspender investimentos. Novas construções, mesmo que estejam em estágio avançado, mas garante se a merenda ou o esparadrapo. Até mesmo a conservação (que faz parte do investimento) é deixada de lado, e os buracos nas estradas passam a se multiplicar. O problema é que, sem investimentos, a economia perde a capacidade de se recuperar em um segundo momento e acaba andando em círculos. É um mal de todos os governos, Foi assim com Fernando Henrique, depois com Lula e agora com Dilma. Nos governos estaduais e municipais, esse quadro é semelhante. |
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