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AGÊNCIA CBIC

27/06/2011

Copa do Mundo vai agregar valor à economia mineira

 

"Cbic"
27/06/2011 :: Edição 126

Jornal Diário do Comércio – MG/25/06/2011

Copa do Mundo vai agregar valor à economia mineira

MARA BIANCHETTI .

  ALISSON J. SILVA

 O secretário Sérgio Barroso aposta em sua experiência e demonstra otimismo

 Primeiro brasileiro a chegar à presidência da Cargill no país, tendo passado também pelas diretorias da Light e da Bunge, o secretário de Estado extraordinário da Copa do Mundo, Sérgio Barroso, faz uso da larga experiência na iniciativa privada para conduzir os trabalhos no governo estadual. Nascido em Cipotânea, na Zona da Mata mineira, Barroso é mestre em Economia Internacional pela Universidade de Boston, nos Estados Unidos, com especialização em Administração de Empresas pela Universidade de Michigan, Gerenciamento Executivo pela Universidade Columbia e pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), em São Paulo.

 Já aposentado, assumiu por dois anos (2009 e 2010) a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), ficando à frente dos mais importantes projetos e programas econômicos desenvolvidos no Estado. Além disso, foi presidente do Conselho da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), do Instituto de Desenvolvimento Integrado (Indi) e vice-presidente do Conselho do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG).

 Desde janeiro de 2011, Sérgio Barroso conduz a Secretaria de Estado Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa). Em entrevista exclusiva ao DIÁRIO DO COMÉRCIO, ele afirmou que, apesar dos inúmeros desafios existentes para a Copa do Mundo, todos os prazos serão cumpridos e Belo Horizonte, em 2014, estará apta a receber não só os jogos do mundial, mas também a sediar a abertura do campeonato.

 De que forma sua experiência na iniciativa privada favorece a atuação à frente da Secopa? 

 Quando fui convidado pelo governador Antonio Anastasia para assumir a pasta tentei entender exatamente o que precisava ser feito. Ele próprio me explicou as condições, dizendo que era preciso uma concentração das ações relacionadas ao mundial. Juntos, concluímos que futebol, apesar de ser antes de tudo uma paixão, em se tratando de Copa do Mundo, tem que ser considerado como um grande negócio. E como sou de origem do segmento empresarial, vim para somar a razão com a emoção, colocando em prática tudo o que aprendi em minha carreira, visando transformar o campeonato em um grande evento que, inclusive, deixe legados pra a população.

 Quais são hoje os principais desafios de Minas Gerais para a Copa do Mundo de 2014? 

 Temos alguns como, por exemplo, mostrar ao governo federal que Minas Gerais precisa tanto quanto outras unidades federativas de recursos da União para realizar melhorias e adequações. O Estado tem recebido investimentos muito insignificantes pelo tamanho e importância que possui. Já no que se refere à execução dos trabalhos, temos os desafios de entregar o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, construir novos hotéis e, principalmente, capacitar todos os profissionais. Porém, esses itens são totalmente executáveis e serão finalizados a tempo do mundial.

 Belo Horizonte tem condições de sediar a abertura do campeonato? 

 Belo Horizonte hoje certamente é a cidade do Brasil com melhores condições de sediar a abertura da Copa. E na época do mundial como já teremos concluído a ampliação da capacidade do aeroporto de Confins, as obras de mobilidade urbana e as adequações dos estádios de futebol, essas qualidades serão ainda mais evidentes. Além de todos esses detalhes, teremos ainda muitos atrativos turísticos para serem visitados, já que o entorno da capital mineira é recheado de destinos turísticos e a própria cidade conta com inúmeras opções de turismo e lazer.

 E há chances de a Capital abrir a Copa do Mundo? 

 Não aceito e nem imagino a possibilidade de se fazer uma abertura de Copa do Mundo em uma cidade que não conjugue essas características e ainda tenha a tradição do futebol em meio a sua população. Esperamos que isso seja reconhecido pela Federação Internacional de Futebol (Fifa), já que, além de sermos uma cidade apaixonada por futebol, vamos entregar para eles tudo o que foi solicitado e dentro do tempo previsto.

 O calendário de obras do Estado tem recebido muitos elogios por estar dentro do prazo. De que forma isso contribui para a vantagem competitiva de Belo Horizonte em relação às demais cidades? 

 Sabemos que existem outros candidatos muito fortes na disputa, porém, se nós somos o único Estado que está atendendo 100% das exigências da Fifa dentro do prazo, porque não sairíamos na frente? Além disso, Belo Horizonte é uma das maiores cidades do país, possui mais de 3 milhões de habitantes em toda sua região metropolitana, conta com um povo extremamente hospitaleiro, vai ter toda a infraestrutura necessária para o evento e ainda respira futebol. Somos mesmo diferentes.

 Qual é a situação das obras do Estádio Governador Magalhães Pinto (Mineirão)? 

 As obras do Mineirão estão 100% em dia e chegam a ser reconhecidas como as obras dos estádios em estágio mais avançado. Depois do trabalho de demolição, agora estão sendo executados os serviços de terraplanagem e fundação, previstos na terceira e última etapa da obra. O próximo passo será a construção propriamente dita. Dentro de 60 dias já poderão ser vistos os pilares que sustentarão a esplanada no entorno do estádio, que será entregue todo modernizado e revitalizado no dia 31 de dezembro de 2012.

 Quanto já foi gasto até o momento no estádio? 

 A primeira etapa que englobou reparos estruturais das vigas de sustentação do Mineirão consumiu aportes da ordem de R$ 8,2 milhões; a segunda, que contou com demolição de parte da arquibancada inferior e da geral do estádio, bem como rebaixamento do gramado em 3,4 metros, somou R$ 3,5 milhões; já a terceira e última fase das obras, que prevê a adequação do estádio ao mais alto padrão de qualidade estabelecido pela Fifa, vai demandar investimentos de R$ 654 milhões.

 O governo, por meio da Secopa, já está se mobilizando para responder os questionamentos do Tribunal de Contas do Estado (TCE) em relação à suspeita de duplicidade em itens do projeto da segunda etapa de obras do Estádio Raimundo Sampaio (Independência)? 

 O TCE fez a função dele que é de acompanhar os trabalhos. A nossa é mostrar que as obras são totalmente necessárias e precisam daqueles investimentos. A Secopa já está em contato com o TCE para fornecer todas as informações, tanto técnicas como administrativas, para que as autoridades possam entender e aprovar a obra.

 Quais são as previsões de gastos e de entrega da obra? 

 O Independência estará pronto em 31 de dezembro deste ano. O orçamento total previsto para a reforma é de R$ 119 milhões. Estamos adequando o estádio para que ele seja utilizado para treinos das seleções. A capacidade de público passará de 10 mil lugares para 25 mil lugares cobertos. Também será construído um estacionamento para abrigar 500 carros. Além disso, serão instaladas torres de iluminação e o gramado será refeito, contando com novo sistema de drenagem e irrigação.

 As obras do terminal 1 do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, ficarão prontas a tempo do mundial? 

 As obras do terminal 1, com o pátio de aeronaves e a extensão da pista em 600 metros sim. Nossa expectativa é de que essas intervenções estejam concluídas até outubro de 2013. O que já sabemos é que não será possível finalizar, antes de 2014, o terminal 2. No entanto, o governo de Minas já vem trabalhando para colaborar com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), fazendo, inclusive, o projeto executivo do segundo terminal, para que o documento seja entregue até o final do terceiro trimestre deste ano e pelo menos parte dele esteja pronto até o campeonato. Além disso, será criado o terminal provisório, que vai acomodar mais 1,8 milhão de pessoas.

 E o projeto de implantação do Sistema de Transporte Rápido por Ônibus (BRT), já saiu do papel? 

 Sim. Já temos obras nas principais avenidas da cidade para receber o novo modelo de mobilidade urbana da Capital. A previsão é que os corredores das avenidas Cristiano Machado, Antônio Carlos e Dom Pedro I sejam concluídos em 2012. Já os das avenidas Dom Pedro II e Presidente Carlos Luz deverão ser concretizados em 2013.

 Como está se dando a parceria entre o governo de Minas Gerais e a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH)? 

 Criamos o planejamento estratégico integrado que contempla as duas esferas, estabelecendo prazos, metas e obrigações. No âmbito estadual quem lidera os projetos é a Secopa. Já na área municipal, isso é feito pelo Comitê Executivo Municipal da Copa do Mundo. Temos conversas diárias e uma relação muito boa tanto no que se refere ao governador Antonio Anastasia com o prefeito Marcio Lacerda, quanto a mim com o Tiago Lacerda, que é o presidente do comitê.

 O governo de Minas elaborou a "Matriz de Responsabilidade de Minas Gerais para a Copa", documento que reúne 117 obras e ações a serem concluídas ainda em 2011. Existe viabilidade para o cumprimento desses projetos? 

 A matriz prevê prazos para iniciar e terminar toda e qualquer ação, com obrigações específicas a serem executadas. Para este ano estão previstas 117 ações e a cada exercício, até a Copa, serão criadas novas metas, tudo isso dentro de um objetivo maior, que é o de fazer um grande evento em Minas Gerais. Quanto à viabilidade, todas essas ações são desafiadoras mas, ao mesmo tempo, perfeitamente executáveis.

 Para a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), a Copa do Mundo não deixará legados. O que o governo de Minas tem feito ou planejado para garantir o retorno após o evento? 

 Eu posso garantir que todos os grandes projetos de Minas Gerais e de Belo Horizonte deixarão legados perenes para toda a população. As intervenções realizadas, como a modernização e ampliação da capacidade do terminal 1 do Aeroporto de Confins, a revitalização de todos os estádios, a construção de novos hotéis, a implementação de novo sistema de transporte público, a qualificação de mais de 18 mil profissionais em toda Minas Gerais, entre outras ações, estão sendo feitas de forma a agregar valor ao turismo e ao desenvolvimento econômico do Estado não somente para o período do mundial, mas também para os anos subseqüentes.

 

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