AGÊNCIA CBIC
Câmbio e tarifas levam IGP-M de março a 0,98%
31/03/2015 |
O Estado de S. Paulo – 31 de março Câmbio e tarifas levam IGP-M de março a 0,98% Resultado é o triplo do registrado em fevereiro e foi influenciado principalmente pelos preços no atacado, puxados pela soja e pelo minério de ferro Márcia De Chiara O efeito do câmbio começou a aparecer na inflação. Puxa do pelos preço no atacado, o índice Geral de Preços – Mer cado (IGP-M) usado para rea justar os aluguéis, mais que triplicou de fevereiro para março. O indicador, apurado pela Fundação Getúlio Var gas (FGV), atingiu 0,98% este mês, depois de ter aumenta do 0,27% em fevereiro. A maior influência para a alta veio dos preços no atacado, que foram pressionados pela subida do dólar e pela entressafra. "O câmbio finalmente começou a aparecer. O efeito ainda é lento, mas há indícios que bateu às portas do índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA atacado) e de certa forma no índice de Preços ao Consumidor (IPC – varejo), mas o impacto é bem inicial", diz André Braz, economista da FGV e um dos responsáveis pelo IGP. Neste mês, o IPA, que responde por 60% do IGP, deu salto e comandou a aceleração do indicador. Em fevereiro, o IPA tinha registrado deflação de 0,09% e neste mês fechou com um avanço de 0,92%. O destaque foi a elevação de preços das matérias-primas brutas, que registram aumento de 2,02% este mês, depois de terem caído 1,32% em fevereiro. "Metade da alta das matérias-primas brutas ocorreu por causa da soja", diz Braz. A soja em grão no atacado subiu 8 ,30% após uma deflação de 6,39% em fevereiro. Parte da alta da soja ocorreu por causa do câmbio e outra parte por causa de revisões na perspectiva de safra. O economista acrescenta que aves, cana, milho e leite também contribuíram para a aceleração do indicador, mas neste caso o impacto correu por questões sazonais. Já o preço do minério de ferro, que ficou 1,19% mais caro neste mês após deflação de 3,52% em fevereiro, é o exemplo mais emblemático do efeito do câmbio na inflação. Tarifas. Nos preços ao consumidor, o impacto da alta do dólar ainda é pontual, aparece no pão francês (1,13%),óleo de soja (1,32%) e eletrônicos (0,52%), mas deve, segundo Braz, se espalhar nos próximos meses. Em março, o IPC subiu 142% ante alta de 1,14% em fevereiro. Os preços administrados responderam majoritariamente pela alta do IPC este mês. Mas, segundo Braz, a influência do câmbio deve ficar mais clara nos preços ao consumidor daqui para a frente. "A atividade está fraca, mas ainda há consumidores com renda e mercado de trabalho com taxa de desemprego baixa", argumenta, ressaltando que existe espaço para repasses. Segundo ele, o efeito da demanda na redução da inflação só deve aparecer em 2016. "Existe uma inércia neste ano tanto para absorver o aumento do câmbio como o das tarifas." O terceiro componente do IGP, o índice Nacional da Construção Civil, que mede os custos do setor imobiliário, desacelerou este mês. A alta foi de 0,36%, após elevação de 0,50% em fevereiro, influenciado pelos materiais de construção. Em 12 meses até março, o IGP-M subiu de 3,16%. Tarifaço 2,93 % foi a alta do grupo Habitação no IPC-M de março, o dobro do registrado em fevereiro
Márcia de Chiara |
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