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AGÊNCIA CBIC

12/03/2015

Aporte em obra industrial recua 28% e sinaliza cenário de piora para 2015

"Cbic"
12/03/2015

DCI Online – 12 de março

Aporte em obra industrial recua 28% e sinaliza cenário de piora para 2015

Para especialistas, a retração econômica somada à queda de capital de investimento e à falta de aportes públicos devem diminuir ainda mais o volume de recursos em construção este ano

 Vivian Ito

 São Paulo – Os aportes em obras industriais no Brasil recuaram 28,3% em 2014, movimentando US$ 150,17 bilhões frente aos US$ 209 bilhões em 2013, segundo relatório da consultoria ITC. O resultado, que não teve impacto da Operação Lava Jato, sinaliza uma queda ainda maior para este ano.

 "O cenário é um pouco assustador. As indústrias pisaram no freio. Agora trabalham com capacidade reduzida e adiaram investimentos. Ano passado, a nossa carteira de clientes não caiu, mas o faturamento da empresa recuou 10% frente ao ano anterior", assinalou Ronaldo Magalde, sócio proprietário da Lunar Engenharia e Projetos industriais.

 De acordo com o executivo, a perspectiva é de queda ainda maior este ano, em função da instabilidade econômica. "Por causa das eleições e Copa do Mundo, achei que 2014 seria pior do que 2015, mas o cenário agravou e trabalhamos já com a perspectiva de diminuir também a carteira de clientes ao longo deste ano", disparou.

 Sem especificar os nomes de seus clientes por questões contratuais, o executivo afirmou que uma grande empresa paranaense do ramo calçadista cancelou um projeto que dobraria a capacidade da fábrica. "A alta do dólar também foi importante nessa decisão. Uma nova fábrica implica também em novas máquinas e equipamentos importados e, somado ao custo da obra, e ao cenário instável, apresentam uma grande gama de problemas."

 Expectativa futura

 Para 2016, a perspectiva da empresa é operar sem a pressão de tantos fatores externos – como a instabilidade política sentida e a sensação de medo da população. "Acredito que as coisas começam a voltar a um equilíbrio em 2016."

 Para este ano, a empresa soma 10 projetos em andamento, mas Magalde trabalha na perspectiva de que pelo menos quatro sejam postergados. "Sentimos um receio muito grande por parte do industrial, principalmente, o de capital nacional, que está mais assustado com a economia do que empresas maiores com capital multinacional", explicou.

 Desempenho do setor

 Segundo estudo da consultoria ITC, obtida com exclusividade ao DCI, os investimentos em construção – entre imóveis comerciais, residenciais e industriais – somaram US$ 487 bilhões em 2014, queda de 7% frente a 2013 e 20% quando comparado com 2012.

 Quando analisado o número de obras houve aumento de 11,8% em 2014, na comparação com 2013, com 11,5 mil empreendimentos construídos nas áreas analisadas.

 "Apesar do número total de obras ser superior aos anos de 2012 e 2013, o ano passado apresentou um cenário de baixo crescimento do segmento privado", detalhou a diretora, Viviane Guirao.

 Na visão da executiva, os aportes públicos em obras de infraestrutura foram responsáveis para que a queda da construção civil como um todo não fosse maior. "Os principais responsáveis foram as obras de infraestrutura [viárias], que tiveram aporte de US$ 206 bilhões de janeiro a dezembro, representando 72% do total de investimentos no segmento comercial", completou.

 No ano passado, os empreendimentos comerciais – que envolvem galpões, lojas, turismo, aviação, saúde e obras viárias – apresentaram incremento de 40%, com movimentação de US$ 287,15 bilhões. Sem investimentos governamentais em tantas concessões públicas para rodovias, a diretora da consultoria ITC, acredita que 2015 será um ano desafiador. "Segundo previsão a estagnação do setor deve ser igual ou pior que a de 2014, mas aguardamos ainda as expectativas em relação ao cenário econômico e impacto na renda, emprego e crédito", diz.

 Principais quedas

 Conforme o ITC, o principal setor industrial com redução de investimentos em 2014, ante ao ano anterior, é o de petróleo e afins, com queda de 56,61% no volume desembolsado pelas empresas. A expectativa do segmento para 2015 é que o cenário de escândalos de corrupção impacte ainda mais as obras de construção.

 "Como o balanço de 2014 não teve influência da operação Lava a Jato, da Polícia Federal, é possível que todas as obras de petróleo e gás recuem mais este ano, pela insegurança do empresário e instabilidade macroeconômica", ressaltou Magalde, sócio proprietário da Lunar Engenharia e Projetos industriais.

 Outras áreas que apresentaram redução de investimento em obras são a de mecânica e elétrica (33,4%), energia (29,6%) e ferrosos e não ferrosos (23,32%). Em alguns casos, a queda se refere ao volume desembolsado e não ao número de obras. "A redução mensal da demanda, que resulta em queda da produção induz o empresário industrial a não fazer uma fábrica nova, mas sim um puxadinho dentro do pátio que já tem", ressalta Magalde.

 De acordo com o diretor executivo da Safira Energia, Mikio Kawai Jr., no segmento de energia, além do abalo na confiança do investidor frente a retração econômica, existe uma campanha no mercado de redução de consumo de luz que tem gerado uma queda na demanda. "Como resposta ao aumento da tarifa temos redução do consumo e, consequentemente, na produção o que diminui a necessidade de investimentos em infraestrutura", diz Kawai. Para ele, o aporte em obras de infraestrutura é termômetro para a economia.


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