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AGÊNCIA CBIC

18/11/2016

ADOÇÃO DO BIM ESTÁ AVANÇA NA CONSTRUÇÃO CIVIL AVALIA ESPECIALISTA CHILENO EM INOVAÇÃO

Juan Carlos León considera que o Brasil está entre os líderes no uso da ferramenta e antevê uma implementação ainda maior dos países latinoamericanos

Empresário e especialista em inovação, Juan Carlos León acompanha a disseminação do Building Information Modeling (BIM) na América Latina e avalia que a ferramenta de gestão de empreendimentos ganha força na região. Para ele, o Brasil assumiu a dianteira nesse processo. León também é o Gerente geral da Corporação de Desenvolvimento Tecnológico (CDT) da Câmara Chilena da Construção (CCHC) e colaborador nos seminários da Federação Internacional da Indústria da Construção (FIIC).

Em entrevista exclusiva ao CBIC Mais, ele aborda as iniciativas governamentais da disseminação do BIM no Chile, cujo governo estabeleceu que todos os projetos públicos a partir de 2020 devem usar a plataforma, o que tem aumentado o número de usuários que adotaram o sistema em suas empresas.

León salientou, ainda, que o Brasil está na vanguarda do processo de disseminação da ferramenta entre empresários do setor da construção e que outros países como “o Peru, México, Colômbia e Argentina estão avançando para a criação de seus grupos de trabalho no que diz respeito ao BIM, levando uma série de iniciativas setoriais nesta área”. O empresário garante que nos próximos anos veremos um progresso considerável na adoção do BIM como um padrão nos países da região.  “É preciso de acordos e normas nacionais e regionais que permita o favorecimento do intercâmbio de informação, da coordenação e de trabalho entres as distintas disciplinas”. Confira a entrevista:

CBIC MAIS: Na sua opinião, o apoio do governo foi fundamental para a implementação do BIM no Chile?

Juan Carlos León: Desde o lançamento do “Plano BIM” pelo governo chileno e também partir do anúncio que estabeleceu que todos os projetos públicos a partir de 2020 precisam estar inseridos no BIM, tem havido um aumento substancial na implementação e uma grande preocupação por parte da indústria em adotar o sistema e suas metodologias.

CM: Qual é o percentual de empresas de construção chilena e latino-americana que já trabalham com o BIM?

JCL: Embora não haja estatísticas claras, a mais recente “Pesquisa Nacional BIM” desenvolvido pela Universidade do Chile indica que 22% dos entrevistados foram classificados como “usuário regular do BIM”, o que nos mostra que ainda há um longo caminho a percorrer.

CM: Como o sistema pode melhorar a produtividade do projeto BIM? Existem resultados econômicos e/ou ambientais após os resultados de implantação no seu país? Os números têm melhorado?

 JCL: No Chile ainda não tem um indicador que possa medir o impacto real sobre a produtividade de projetos, mas se contamos com a mesma pesquisa da Universidade do Chile, a maioria dos entrevistados percebe uma diminuição na redução dos possíveis erros. Com isso, temos uma melhora na qualidade dos projetos e a redução de conflitos, o que pode indicar que existe de fato uma relação entre o uso de BIM com uma série de vantagens relacionadas com a produtividade no setor.  Além disso, nós conhecemos a experiência na Inglaterra em termos muito gerais. O que nos foi transmitido é que anteriormente se construía quatro hospitais com um orçamento e hoje se pode desenvolver cinco hospitais com o mesmo orçamento depois da implementação do BIM.

 CM: Os países do Norte da Europa e os EUA são os líderes na implementação de BIM. Qual é o estado atual da implementação do BIM na América Latina?

JCL: Como no Chile, temos percebido através da Federação Internacional da Indústria da Construção (FIIC) elevada motivação dos países latino-americanos na implementação de BIM. Salientando a formação e experiência do Brasil como um país líder na região, devemos mencionar também que Peru, México, Colômbia e Argentina estão avançando para a criação de seus grupos de trabalho no que diz respeito ao BIM, levando uma série de iniciativas setoriais nesta área. Certamente nos próximos anos veremos um progresso considerável na adoção do BIM como um padrão de trabalho nos países da região.

CM: O que precisamos para alcançar um elevado nível de implementação de BIM como nos Estados Unidos ou na União Europeia?

JCL: Existem várias condições que devem ser desenvolvidas. Sem dúvida, há um processo de sensibilização e compreensão dos usos e do potencial do BIM por empresas e profissionais. Incrivelmente, ainda há um desconhecimento sobre a existência do BIM ou se tem apenas uma ideia precária do que é a plataforma. Depois disso, é muito importante para gerar espaços de formação de novos e antigos profissionais, entendendo que é uma concorrência que deve ser desenvolvida em todas as especialidades. É preciso de acordos e normas nacionais e regionais que permita o favorecimento do intercâmbio de informação, da coordenação e de trabalho entres as distintas disciplinas. Em outras palavras, precisamos aprender como os países que estão na dianteira desse processo, mas também ir tomando várias ações que favoreçam o desenvolvimento de forma adequada a nossa realidade.

CM: Para a implementação definitiva do BIM é fundamental a disseminação entre os empresários. Como vocês fazem no Chile?

 JCL: No caso chileno, posso salientar que tem sido muito importante para gerar um interesse amplo e mais participativo eventos como é o BIM Fórum Chile (evento realizado pela CCHC), em que toda a indústria, incluindo setores público e privado, podem trabalhar sobre os vários desafios da implementação de BIM e, simultaneamente, tornar-se um ponto de encontro de troca de experiências entre as empresas. Estamos preocupados em gerar uma discussão e desenvolvimento do BIM, o que certamente será um desafio em que deveremos seguir avançando nos próximos anos.

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