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08/12/2017

Indústria da Construção dá início aos preparativos para o Fórum Mundial da Água

Evento será realizado em março de 2018, em Brasília, e contará com a coordenação da CBIC em dois painéis

No dia 5 de dezembro, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e o Sindicato da Construção do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), com a correalização do Senai Nacional, promoveram o Workshop Técnico – Conservação e Uso de Fontes Alternativas de Água em Edificações e deram o primeiro passo para as ações em torno do Fórum Mundial da Água, que será realizado entre os dias 18 e 23 de março de 2018, em Brasília. O presidente da Comissão de Meio Ambiente (CMA) da CBIC, Nilson Sarti, reforçou a importância da realização do fórum e a responsabilidade de divulgação da iniciativa. “Pretendemos promover cada vez mais maior participação do setor nesse grande evento, ainda mais com o desenvolvimento das Normas Técnicas sobre Conservação, Uso de Fontes Alternativas e Aproveitamento de Água de Chuva em Edificações”, destacou Nilson Sarti durante o workshop. A CBIC foi selecionada para compor o grupo de coordenação de duas sessões temáticas no Fórum Mundial da Água: Desenvolvimento, no tópico “Crescimento Inclusivo e Sustentável, Gestão Responsável da Água e Indústria” e Urbano, no tópico “Água e Cidades”.

A abertura do workshop contou com a participação do coordenador do Programa de Reuso de Água da Sabesp, Ricardo Chakin; do coordenador da Secretaria de Saneamento de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo, Américo Sampaio, e do vice-presidente do SindusCon-SP, Francisco Vasconcellos.

Sampaio reforçou que as iniciativas da Secretaria do Estado de São Paulo possuem foco na gestão da demanda e em fortalecimento de políticas públicas, como o desenvolvimento de programas voltados à regulamentação do uso de fontes alternativas de água, além do controle de perdas. Disse ainda que a Secretaria investiu mais de 5 milhões de reais em ações voltadas à gestão da demanda em habitações de interesse social, em parceria com a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU).

Para o evento de Brasília, segundo o coordenador do Comitê Executivo do 8o Fórum Mundial da Água, Rogério Menescal, está prevista a realização de mais de 263 sessões temáticas. A próxima edição do fórum, em 2021, será no Senegal.

Conservação da água nas edificações

A coordenadora da Comissão de Estudo de Conservação de Água em Edificações (ABNT/CE-002:146.004), Lílian Sarrouf, apresentou a evolução do tema de conservação de água em edificações. A norma técnica relacionada à temática, segundo ela, está baseada nas seguintes diretrizes e procedimentos: Gestão – Oferta e Demanda; Ciclo de Vida do Edifício – Concepção, Projeto, Execução, Uso, Operação e Manutenção e Usuários – Conforto e Segurança.

O coordenador de Engenharia de Aplicação da Deca, Osvaldo Barbosa de Oliveira Júnior, apresentou case de um condomínio residencial em Brasília, onde a instalação de arejadores, restritores, mecanismos de duplo acionamento para caixa acoplada, além de ações de manutenção, com investimento em torno de R$ 50 mil, apresentou economia em torno de 323m3 de água por mês.

Os perigos em um sistema de reuso de água em condomínios, como a contaminação do usuário (microbiológica); impactos ao meio ambiente, danos materiais ou equipamentos, além de desabastecimento da água de reuso também foram tratados durante o evento. Houve questionamentos, para reflexão, sobre a importância do desenvolvimento de normas para utilização de fontes alternativas de água, a demanda a ser atendida e as condições em que as normas deverão ser aplicadas.

O professor Plínio Tomaz, da Associação Brasileira de Normas Técnicas e da ABES (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária), destacou o trabalho que está sendo realizado para outra Comissão de Estudo, que desenvolverá a norma técnica para “Aproveitamento de Água de Chuva em Cobertura em Áreas Urbanas para Fins Não-Potáveis” e apresentou iniciativas na tentativa de promover a sustentabilidade, como o IPTU Verde na cidade de Guarulhos, concedendo desconto de 3% ao empreendimento que possui ações voltadas ao aproveitamento de água e a mesma alíquota voltada ao reuso de água.

Para os participantes do evento, foi contextualizado o tema hídrico e apresentados alguns dados relevantes, como os do relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), que prevê que em 2050, 50% da população mundial viverá em regiões onde não serão garantidos os 50 litros diários por pessoa; que as doenças provocadas por água contaminada matam 5 milhões de pessoas por ano, estimando que 60% da mortalidade infantil tenha a mesma origem; o consumo de água aumentou 600% durante o século XX, com o mundo ganhando em torno de 380 mil novos habitantes por dia e que a humanidade está usando 54% da água que tem à disposição. E em 25 anos deverá chegar a 70%. Ao final do workshop, foi solicitado apoio quanto à disseminação da norma voltada à conservação e uso de fontes alternativas, e promoção de ações de implantação de iniciativas que busquem o uso eficiente de água.

 

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