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30/04/2019

Arquiteto Edson Yabiku participará de painel sobre cidades inteligentes no Enic

Como serão as cidades do futuro? Qual será o papel das novas tecnologias nesse cenário? Como as edificações podem ser adaptadas para atender às demandas dos próximos anos? Estas serão algumas das questões propostas durante painel sobre Smart Cities a ser promovido durante o 91º Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic), que ocorre de 15 a 17 de maio, no Rio de Janeiro. Um dos palestrantes convidados é o renomado arquiteto Edson Yabiku, que acumula vasto currículo internacional na área.

O painel está previsto para 16 de maio e faz parte da programação da Comissão de Meio Ambiente (CMA) da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) – entidade promovedora do evento. O Enic reunirá toda a cadeia produtiva do setor, além de especialistas, estudantes representantes de entidades e do governo. As inscrições estão abertas e a programação completa está disponível online.

Nascido em Maringá, Yabiku se formou em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal do Paraná em 1988. No ano seguinte mudou-se para Tóquio, aonde trabalhou por três anos para a empreiteira Obayashi Corporation. Também atuou na firma britânica Foster + Partners, da qual fez parte por 25 anos. Alguns dos projetos em que participou são o Masdar Institute e Central Market Souk em Abu Dhabi, e The Index em Dubai, além de outras iniciativas de escala urbana.

Para Yabiku, boas cidades e bons empreendimentos tem o poder de melhorar a saúde, a produtividade de seus habitantes, e atrair novos talentos. Por isso, defende que acredita que projetos que promovem a interação social, a criatividade e o respeito às condições culturais, ambientais e financeiras apresentam maior chance de sucesso. Ele trará um pouco dessa experiência ao Enic.

“Vou procurar ilustrar a filosofia de que projetos bem elaborados e com boas tecnologias podem agregar um imenso valor, proporcionando benefícios para todas as pessoas envolvidas, para o meio ambiente e por um tempo maior”, resume o arquiteto.

Na entrevista a seguir, Yabiku adianta alguns dos tópicos que permearão o painel, como o futuro dos centros urbanos, os principais desafios e exemplos inovadores que podem ser seguidos.

Agência CBIC: Quais serão as principais características das cidades do futuro?

Edson Yabiku: Certamente serão cidades compactas, adensadas, bem servidas de transporte público e com uma mistura de usos apropriada que oferecerão prioridades à pedestres, gerando benefícios à saúde física e mental das pessoas e melhorando e meio-ambiente. Serão cidades adaptáveis às mudanças, resilientes a crises, muito mais inclusivas e sem barreiras sociais.

O cidadão do futuro terá em si, desde criança, o conhecimento de que os recursos naturais são finitos, e a responsabilidade de usufruí-los com moderação e respeito pertence a si próprio.

Como os edifícios construídos hoje em dia podem começar a ser preparados para as cidades do futuro?

Com o risco de dizer o óbvio, penso que os edifícios, assim como as cidades, devem ser concebidos de uma maneira integrada e holística, tendo as pessoas, os usuários, no centro de todas as decisões adotadas no projeto e com um alto grau de inclusão social.

Acho de grande importância utilizar-se de medidas passivas para se alcançar bons desempenhos. Enquanto em nível de cidades utilizamos fatores como a densidade, o uso do solo e escala urbana, nos edifícios podemos contar com a orientação, massa, sombreamento e ventilação natural para reduzir a demanda de recursos e a dependência de sistemas.

Acredito que estas medidas passivas, além de não encarecer os projetos, são primordiais para aumentar a resiliência dos empreendimentos, auxiliando na sua sobrevivência e adaptação com as mudanças sociais/mercado, tecnológicas, e à choques naturais.

Quais são os principais desafios no Brasil no setor de cidades inteligentes?
Em minha opinião, o maior desafio no momento é a nossa conscientização de que a situação climática global é de extrema urgência. Penso que precisamos mudar certos hábitos individuais criando assim uma demanda pública de mercado que direcione as ações da indústria e do governo para um futuro melhor. O Brasil é um país abençoado pelas suas riquezas naturais e pela sua sociedade multicultural, e precisamos continuar sendo um exemplo ao mundo de como viver uma vida sustentável.

Que cases de soluções e cidades inteligentes no mundo hoje em dia o senhor considera como referência, e por que?

Cidades como Seoul, Cingapura e Santander (Espanha) tem investido muito em tecnologias para melhorar o desempenho de seus sistemas, reduzindo assim gastos públicos e melhorando a qualidade de vida. Medidas como controle de tráfego e estacionamento, coleta de lixo, iluminação pública, transporte público e atendimento aos idosos são apenas alguns exemplos dentre tantas iniciativas.

Além destas, cidades como Copenhagen, Portland e Tóquio apresentam muitas boas qualidades urbanas e recentemente vi o anúncio de que a cidade de Ii, na Finlândia, cessou o uso de energia de origens fósseis e também em breve acabará com resíduos. Já não temos mais razões para não seguir e dar bons exemplos.

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